domingo, 28 de outubro de 2018

Fortaleza Impossível, de Jason Rekulak

Sinopse:

O primeiro amor de Billy Marvin foi um computador. Depois conheceu Mary Zelinsky.

Estamos em 1987 e três adolescentes planeiam um roubo genial: a edição de maio da revista Playboy, com nus integrais da beldade mais apetecível da televisão. Para os jovens, a revista é como o Santo Graal: inestimável, mas possível de alcançar.

Entre noites passadas a ver filmes, a ouvir música e a jogar computador, Billy, Alf e Clark concebem um plano arriscado: Billy deve tornar-se amigo de Mary Zelinsky, filha do dono da loja de conveniência, e assim conseguir acesso ao interior da loja e às revistas. Mas Mary não é uma adolescente normal: adora computadores, tem um grande sentido de humor e um coração ainda maior. E o que começa como um mero jogo para conquistar a confiança de Mary acaba no maior dilema da vida de Billy: dececionar a rapariga que pode ser o seu primeiro amor ou quebrar a promessa que fez aos seus melhores amigos? (in Saída de Emergência)



Opinião:

Aqui está um livro totalmente diferente daqueles que tenho lido ultimamente, talvez excepto Ready Player One - Jogador 1, mas mesmo assim, diferente. Ainda bem que a Saída de Emergência optou por nos dar a conhecer este autor e esta história, porque, sem dúvida, é uma mais valia para a esfera literária. Quanto mais diversa esta for, melhor para o leitor.

Personagens super interessantes e bem desenvolvidas, que dão à narrativa uma força bem grande. Billy é um rapaz muito engraçado e corajoso e a tarefa que tem pela frente não é nada fácil. Gostei muito da forma como a história foi conduzida e de como as personagens foram o seu fio condutor.

É um livro muito pequeno, cheio de emoção e aventura. Talvez possa não agradar a todos, mas eu achei-o muito fixe. Tem uma história simples, divertida, mas muito emocionante, que, por vezes, chega a tocar no coração do leitor, o que é sempre bom.

O enredo está bem delineado, cheio de momentos de grande emoção e dilemas, onde a amizade e o amor são os grandes temas. O mundo alternativo dos jogos também está muito bem enquadrado ao longo da história, criando um enredo único.

A escrita é eletrizante, o que faz com que o leitor tenha aqui uma leitura breve, mas cheia de emoção. As descrições são aquelas que são necessárias e desempenham bem a sua função. 

Em suma, uma excelente aposta da Saída de Emergência! Recomendo a todos os que gostam de uma boa história, cheia de aventuras e emoções.

NOTA (0 a 10): 9

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Festival Bang! 2ª edição

Este fim de semana decorre, em Lisboa, no Pavilhão Carlos Lopes, mais uma espetacular edição do Festival Bang!, um fantástico festival que é um hino à cultura do Fantástico e que é de prezar imenso, ainda por cima no nosso país, que não dá intensivo nenhum a este género, que é tantas vezes menosprezado. 

Vai ser excelente! Ainda por cima, uma das convidadas é a maravilhosa autora Robin Hobb, autora da saga do Assassino, editada por cá pela Saída de Emergência. 

Podem encontrar mais informações aqui






sábado, 13 de outubro de 2018

Ready Player One - Jogador 1, de Ernest Cline

Sinopse:

Em 2044 o mundo tornou-se um lugar triste, devastado por conflitos, escassez de recursos, fome, pobreza e doenças. Wade Watts só se sente feliz na realidade virtual conhecida como OASIS, onde pode jogar e apaixonar-se sem constrangimentos. 

Quando o criador do OASIS morre, deixa a sua imensa fortuna e o controlo da realidade virtual a quem conseguir resolver os enigmas que aí escondeu. Os utilizadores têm apenas como pistas a cultura pop dos anos 1980. 

Começa assim uma frenética e perigosa caça ao tesouro.

Nos primeiros anos, milhares de jogadores tentam solucionar o enigma inicial, sem sucesso. Até que Wade, por acaso, desvenda a primeira chave. De um momento para o outro, vê-se numa corrida desesperada para vencer o prémio, uma corrida que rapidamente continua no mundo real e que põe em risco a sua vida. (in Goodreads)




Opinião:

Depois de ter visto o filme e de ter ficado completamente apaixonada, foi com grande entusiasmo que comecei a ler o livro. E, apesar de ser muito, muito diferente em relação ao filme, ambos conseguiram preencher todas as minhas expectativas em relação à história. São os dois tão diferentes, mas tão perfeitos! 

Tudo no livro é bom. Wade, ou Parzival, é um doce, e a sua evolução enquanto personagem, a todos os níveis, é muitíssimo grande. Art3mis também é uma personagem cheia de garra e força, uma rapariga muito fixe e de princípios, que ajuda Parzival na sua luta, mesmo que por vezes se ericem um com outro de uma maneira muito engraçada. Depois as outras personagens também são extraordinárias, incluindo o grande vilão individual (pois o vilão principal, a meu ver, é a corporação IOI no seu total), Sorrento, que dá gosto odiar. 

A ação é pura adrenalina. O livro lê-se num instante e o leitor sente-se completamente agarrado e invadido pela sensação de loucura da própria ação e pela escrita eletrizante. Tem muita emoção, diversão e aventura. É uma história que, à partida, pode parecer um tanto estranha, centrada no mundo dos videojogos e da cultura pop, em especial da década de 80, mas que é um hino à vontade de lutar, de não desistir e de fazer frente ao poder. É também uma forte crítica à sociedade atual e uma perspetiva de um possível futuro que tem como pano de fundo um cenário onde o virtual é mais importante do que o real, mesmo que essa seja uma grande mentira. 

Gostei muito da forma como as referências culturais vão aparecendo ao longo da obra e da forma como acabam por dar corpo ao enredo. Também foi um dos fatores que me fez ficar completamente fascinada pelo livro. 

As descrições estão excelentes, com detalhes quando é necessário, sem eles quando não o é. O autor é sucinto na sua abordagem, o que promove uma escrita fluída e uma leitura rápida e frenética. 

Este é, sem dúvida, uma das grandes leituras deste ano. Recomendo vivamente! 

NOTA (0 a 10): 10

domingo, 26 de agosto de 2018

A Demanda do Bobo, de Robin Hobb

Sinopse:


Após os acontecimentos de A Revelação do Bobo, cresce a intriga que atinge a vida e o coração de Fitz.


Em tempos existiu em Torre do Cervo um assassino real. Para aqueles que simpatizavam com ele era conhecido como Fitz; para os que o odiavam era o Bastardo Manhoso. Mais tarde esse homem desapareceu e surgiu um respeitável senhor rural chamado Tomé Texugo, pacato, marido e pai. 



Mas agora também esse homem desapareceu, deixando no seu lugar FitzCavalaria Visionário, príncipe reconhecido da casa real, tio do rei, pai de uma criança raptada cuja existência quase todos ignoram, amigo de um velho Bobo quebrado e cego cuja saúde vai recuperando de forma dolorosamente lenta.


Entre todas  estas forças que o puxam nas mais diversas direções, a quais irá ele ceder, e quem, ao certo, cederá? O pai ou o amigo? O príncipe ou o assassino? (in Saída de Emergência)





Opinião:


Esta é a primeira parte do segundo livro da nova trilogia de Robin Hobb. Neste volume, encontramos Fitz numa nova demanda, desta vez à procura da sua filha, Abelha. 

Mais uma maravilhosa narrativa com que a autora agracia os seus leitores. É um festim para os sentidos ler estas narrativas. A forma de escrita, o detalhe, a introspeção aliada a uma tremenda mestria a criar momentos de grande tensão, faz com seja sempre um momento único de leitura. 

Fitz continua a ser o que sempre foi, mesmo que cada vez mais experiente. Aquela sua forma de ser, a sua personalidade, a forma como narra os diversos momentos das suas aventura, não podia ser diferente, ou não seria ele mesmo. Não é segredo nenhum que ele é uma das minhas personagens masculinas favoritas, portanto, seria estar aqui a repetir-me novamente. O Bobo continua também a ser fantástico, sempre misterioso. E todas as outras personagens continuam maravilhosas. 

Mais uma vez encontramos o livro composto por capítulos narrados pelo Fitz e por Abelha. Apesar de preferir os do Fitz, é com grande curiosidade que me deixo levar pelos de Abelha, uma vez que narram partes deste universo que sempre me intrigaram e que dão uma grande lufada de ar fresco a esta história no seu todo. Todo o mistério em volta dos Brancos e da sua magia, da sua origem, vão sendo narrados pelos olhos de Abelha, aos pouquinhos. 

Não vou entrar pela história deste volume, um vez que não quero aqui estar a dar spoilers, mas Fitz vê-se novamente num grande dilema: príncipe ou assassino? Qual escolher? O que fazer para salvar Abelha? Ou seja, é mais uma aventura fantástica, cheia de perigos, escolhas, diálogos excelente e muita ação. 

Recomendo totalmente a todos os que gostam de Fantasia e, no fundo, de uma grande história. 
Muito obrigada à Saída de Emergência por ter continuado a trazer-nos as maravilhosas histórias de Robin Hobb!

NOTA (0 a 10): 10

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Príncipe das Trevas, de Mark Lawrence

Sinopse:

No norte, chegam rumores. 
Os mortos caminham novamente entre nós.
Será verdade?

A Rainha Vermelha está velha. Ainda assim, controla todo o poder no seu vasto império. Jalan Kendeth, o seu neto, não tem tais preocupações. A bebida, as mulheres e uma vida longe de todas as responsabilidades mantêm-no ocupado.

Por isso fica surpreso quando é chamado a ouvir estas histórias da boca de escravos e prisioneiros. Porque quereria a Rainha Vermelha envolvê-lo? Quando Snorri, um guerreiro nórdico, conta uma história de cadáveres devolvidos à vida e do Rei Morto, Jalan só pensa nas várias formas de o utilizar para ganhar dinheiro. São fantasias, o que conta. Mitos. Histórias de encantar. 

E é por isso que Jalan fica tão frustrado quando a magia o liga a Snorri. Agora vai ter de ir ao norte desfazer o feitiço. O que será que os espera? (in Goodreads)


Opinião:

Depois de ter lido no ano passado a trilogia do Príncipe dos Espinhos, só podia estar curiosa com esta nova história do autor.

Num tom mais suave quanto à personalidade e atitudes da personagem principal, e também narrador da história, este livro decorre num período que coincide com o primeiro livro, Príncipe dos Espinhos. É até muito interessante ver como aparecem personagens dessa história, em momentos narrados no livro da outra trilogia, e que aparecem aqui. Muito interessante e inteligente! Fiquei muito agradada. 

Aqui temos Jalan, o herói (mais ou menos, vamos lá), neto da Rainha Vermelha, que é quem governa o Império Arruinado. Jalan é um jovem vivaz e bem parecido, cujo maior objetivo é seduzir raparigas e divertir-se. Mas quando algo de estranho acontece e fica preso magicamente a um pagão nórdico gigante, Snorri, Jalan vê-se numa missão contra os seres criados pelo Rei Morto e pela sua necromante. 

Jalan é muito interessante. Não tem um lado sombrio como Jorg, nem nada que se pareça. É um bon vivant, por assim dizer, que se vê metido num sarilho bastante grande e do qual tem de se "safar" a todo o custo. É um excelente narrador, muito irónico e divertido, bem como bastante crítico em relação ao que o rodeia, o que permite ao leitor ter uma visão bastante diversa e interessante do Império e de outras personagens com quem ele se cruza. E depois temos 

Snorri, o nórdico que foi feito escravo pelo Império e que apareceu na sala do trono com a história de que os mortos-vivos apareceram na sua vila e levaram todos, mantando alguns, é uma personagem fantástica. Na sua missão para recuperar a sua esposa e filhos, Snorri vê-se ligado a Jalan por um estranho feitiço de uma feiticeira que nem todos conseguem ver. Snorri também é muito interessante e bastante integro. 

A história é muito boa, cheia de ação e de momentos muito arrepiantes, algo que já tinha acontecido na anterior trilogia. Não existem momentos parados, pois o desenrolar dos acontecimentos é muito fluído, rápido e cheio de adrenalina. Gostei muito! 

Em termos de descrições, também está excelente. Tem aquelas que são necessárias para visualizar o ambiente e tudo o que rodeia as personagens, de uma maneira simples, bela e prática. 

É uma aventura repleta de perigos, momentos bastante sombrios e obscuros, mas que também tem momentos muito belos e divertidos. Mais uma vez, Mark Lawrence consegue criar uma história forte, complexa e muito bem contextualizada, cheia de coerência. 

Em suma, recomendo a todos aqueles que gostam de uma bom livro de Fantasia e que gostam de aventuras cheias de garra! Um excelente livro e espero que o segundo seja tão bom como este ou até melhor. 

NOTA (0 a 10): 10

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Biblioteca de Almas, de Ransom Riggs

Sinopse:

A aventura que começou em O Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares e que continuou em Cidade Sem Alma chega agora a uma emocionante conclusão em Biblioteca de Almas. Jacob Portman, o herói que viajou no tempo para encontrar as crianças peculiares, explora a sua peculiaridade e descobre um poder até então desconhecido.

Acompanhado de Emma Bloom, a rapariga que consegue produzir fogo com as mãos, e Addison MacHenry, um cão capaz de localizar qualquer peculiar, parte numa viagem ao passado para tentar salvar os seus amigos peculiares... e o futuro de todos eles. (in Goodreads)


Opinião:

Mais um fantástico livro e para final de trilogia, não podia ser melhor. Confesso que demorei mais tempo a lê-lo porque tentei fazer render os minutos em que estava a ler as aventuras de Jacob e dos seus amigos peculiares na luta contra os errantes e os sem-alma. Apesar de toda a curiosidade para saber o final, apesar disso tudo, tentei fazer render e consegui. Foi com alguma relutância que o pousei e isso significa que esta história foi das melhores que li até agora. 

Neste volume, Jacob e os seus amigos peculiares continuam à procura da sua professora e de uma forma de acabar com os errantes e os sem-alma, de modo a não permitir que estes tomem conta do mundo peculiar, com as suas ideias arcaicas e horríveis para com os peculiares, e, no fundo, para com os humanos no geral, uma vez que o seu desejo é aproveitar-se dos seus poderes para se impor aos humanos e assim governar pelo poder e força. 

Mais uma vez, o autor presenteia-nos com um grande elenco de personagens. Neste volume aparecem algumas personagens bastante interessantes e fulcrais para a história, como os irmãos da senhora Peregrine, que vão dar uma reviravolta gigante na história toda. Mas eles são apenas um exemplo, porque há muitas outras personagens novas. Jacob e os amigos continuam a ser maravilhosos. 

Os conflitos e dilemas entre o que fazer e como vão aqui intensificar-se, fazendo com que a narrativa se torne um pouco mais complexa. Também há uma maior detalhe em determinados factos que exploram e dão corpo ao universo criado pelo autor. Existem aspetos únicos da criação de Riggs que só aparecem neste volume e que respondem a todas as questões que o leitor pode ir fazendo ao longo da leitura dos livros todos. Riggs escondeu tudo, praticamente, para o final, e fê-lo com grande mestria! Sublime! 

As fotografias continuam a ser uma constante da obra, transmitindo uma beleza e sensação única ao longo da leitura.

Em relação à narrativa em si, esta é mais densa, mais sombria e mais assustadora, o que só faz com que ainda seja melhor e mais emocionante. Existem momentos de grande emoção, derivado do suspense criado. Excelente!

Gostei muito, muito, muito da forma como o autor conduziu a história, indo a todos os detalhes e criando uma narrativa rica, complexa e cheia de peculiaridades. Gostei do rumo da história e de como terminou. Não havia outro final possível, pelo menos nenhum que abarcasse tudo o que se passou durante a trilogia inteira. Acho que foi a melhor opção e que permitiu concluir, sem fechar mesmo o ciclo. Se ele quisesse, poderia fazer outra história a partir daqui, outra trilogia até! Já tenho o livro Tales of the Peculiar, uma antologia de contos que aparece na trilogia, citado por uma das personagens e que serve de apoio às personagens em diversos momentos da trama. 

Mais uma leitura fantástica e um autor a seguir! Recomendo sem reservas e espero que gostem tanto como eu. 

NOTA (0 a 10): 10

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Cidade Sem Alma, de Ransom Riggs

Sinopse:

Jacob Portman chegou ao Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares em busca de respostas para a misteriosa morte do seu avô - mas encontrou ainda mais mistérios...

Depois de viajar no tempo até 1940, Jacob conhece as crianças peculiares - rapazes e raparigas com poderes sobrenaturais -, e a senhora Peregrine, que toma conta delas e as protege das criaturas que parecem determinadas a exterminá-las. 

Quando o lar é destruído e a senhora Peregrine fica em perigo, Jacob, com os seus recém-descobertos poderes, junta-se ao seus novos amigos para tentarem salvá-la.

Contudo, as ruas de Londres durante a Segunda Guerra Mundial não são nada seguras para um grupo de crianças sozinhas...

A aventuras d'O Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares continua em Cidade sem Alma, onde Jacob e os seus amigos têm de enfrentar desafios inimagináveis para se salvarem. (in Goodreads)


Opinião:

Assim que terminei o primeiro, peguei logo no segundo. E este foi outra excelente leitura, super emocionante e recheada de adrenalina. O autor mantém sempre o mesmo nível de acontecimentos bizarros, aventuras loucas e dilemas relativamente banais que se misturam com outros de uma importância extrema para os diversos rumos da trama. Ou seja, outro livro espetacular! 

Neste livro as personagens continuam a ser fantásticas e todas elas continuam a dar o seu contributo único para a narrativa. Jacob e Emma têm aqui um papel ainda mais de destaque, uma vez que a história vai por caminhos onde eles aparecem em mais momentos em relação a outras personagens. Também há um maior número de errantes e sem-alma que aparecem neste volume, bem como outras personagens bastante interessantes, como é o exemplo do cão falante, Addison. 

Quanto à história, esta difere um pouco da primeira, uma vez que o cenário dos acontecimentos muda e a luta contra as forças dos errantes aumenta de tom, tornando-se num acontecimento extremamente violento e aterrados. O grupo de Jacob parte em busca da sua professora, desta vez por Londres e à procura de variadas pistas e possíveis ajudantes para a sua demanda. Continua a ter um enredo muito bom, repleto de aventura, ação, mistério e momentos de grande suspense, bem como algum romance. A relação de Jacob e Emma vai-se adensando, o que também é bonito de ser acompanhar.

Gostei da forma como o autor foi entrelaçando e desatando os variados acontecimentos que cria, de modo subtil mas grandioso. A escrita continua super fluída e muito rápida, fazendo com que o leitor leia o livro muito rapidamente. 

Ao longo da narrativa é possível constatar também a alegoria criada pelo autor em relação com os acontecimentos da história e a Segunda Guerra Mundial. Enquanto conta uma história inventada, Riggs consegue fazer uma analogia excelente entre a sua narrativa e alguns acontecimentos desse período negro da nossa História. Os errantes disfarçados de nazis, as experiências criadas por eles, o seu próprio propósito de governar o mundo, são uma forma interessante e inteligente de criar uma metáfora entre as duas "realidades". Tal já estava presente no livro anterior, mas neste é ainda mais visível. 

As fotografias continuam a ser uma maravilha e a criar uma atmosfera única.

Assim, este foi mais um excelente livro da trilogia! Recomendo vivamente! Muita ação, mistério e romance, com momentos de grande tensão e emoção. Sem dúvida, uma lufada de ar fresco.

NOTA (0 a 10): 10

domingo, 22 de julho de 2018

O Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares, de Ransom Riggs

Sinopse:

Uma ilha misteriosa. Uma casa abandonada e uma estranha coleção de fotografias peculiares. 

Uma terrível tragédia familiar leva Jacob, um jovem de 16 anos, a uma ilha remota na costa do País de Gales, onde vai encontrar as ruínas do Lar para Crianças Peculiares, criado pela senhora Peregrine.

Ao explorar os quartos e corredores abandonados, apercebe-se de que as crianças do lar eram mais do que apenas peculiares; podiam também ser perigosas. É possível que tenham sido mantidas enclausuradas numa ilha quase deserta por um bom motivo. E, por incrível que pareça, podem ainda estar vivas...

Um romance arrepiante, ilustrado com fantasmagóricas fotografias vintage, que fará as delícias de adultos, jovens e dos aqueles que apreciam o suspense. (in Goodreads)



Opinião:

Há alguns anos que tinha este livro na lista de desejos. Quando vi o filme fiquei um bocadinho na dúvida, porque estava à espera que fosse mais assustador ou estranho, em especial porque era realizado pelo Tim Burton, um dos meus realizadores favoritos. Assim, o livro foi ficando na lista e outros foram aparecendo. Mas finalmente decidi apostar nesta história e fiquei completamente viciada na história. É muito muito melhor do que o filme, não há comparação possível!

Personagens cativantes e cheias de personalidade foi o que mais me prendeu à história, a par da magnifica e intricada forma do autor criar situações sempre alucinantes e que me prenderam totalmente ao longo do livro. Quando terminei este tive de ler os outros dois de seguida e isso já não me acontecia há algum tempo com sagas, trilogias e por aí (com os livros todos editados por cá). 

A senhora Peregrine é a alma da história. A professora e senhora da Casa para Crianças Peculiares é fantástica. Altiva, inteligente, justa e muito engraçada (quando quer), consegue dar apoio a todos os peculiares de quem toma conta e ensina. 

Os peculiares ao cuidado da senhora Peregrine, crianças com capacidades únicas e cuja sociedade só os ia ostracizar, vivem todos na Casa, num vórtice temporal criado pela professora, em que estão seguros naquele dia para todo o sempre. Não envelhecem dentro do vórtice, mas se dele saírem poderão envelhecer todos os anos de uma vez ou em alguns dias. E vivem dentro do vórtice para estarem a salvo dos errantes e dos sem-alma, os grandes vilões da história e que querem dominar o mundo com os seus poderes. 

E depois, Jacob Portman, o extraordinário narrador da história. Cheio de carisma e sarcasmo, Jake tem um humor fora de série e bem interessante. É o único narrador que a história podia ter e consegue dar forma a toda a história de um modo único e que a torna ainda mais cativante. É muito fácil ficar encantado por ele e querer acompanhar as suas aventuras no mundo dos peculiares. Jacob descobre que é peculiar depois de vários acontecimentos e é acolhido pela professora. E também por Emma,  uma das peculiares, que se apaixona por ele. 

A história é muito boa. Cheia de mistério, ação e momentos de cortar a respiração, este primeiro livro oferece ao leitor uma história que se lê de uma só vez, praticamente, tal não é a emoção que transmite. Jacob narra o que vai acontecendo de um modo muito fluente, cheio de vida e de detalhe, que faz com que o leitor se sinta dentro da história. Existem momentos de puro terror, muito bem narrados, que levam-nos para um ambiente muito arrepiante, mas também há momentos de pura ternura e carinho. Tem todos os ingredientes que uma boa história deve ter, todos bem unidos por personagens fortes e complexas, bem como por uma narrativa apaixonada e que nos enche de emoção. 

As descrições são todas elas muito vividas e bem enquadradas (mais uma excelente faceta do narrador), permitindo mais uma vez ao leitor a capacidade de se infiltrar no enredo. 

É uma história de mistério, aventura, romance, fantasia e humor, onde a unidade e o trabalho em equipa são a chave para a resolução dos problemas, tal como o amor. 

O próprio livro é muito belo, com um design único e muito elaborado. As fotografias vintage que o acompanham e dão forma ao mundo peculiar criado pelo autor também são cruciais para criar um ambiente fantasmagórico e etéreo que se entranha no leitor à medida que este avança pela história. 

Confesso que me surpreendeu, porque depois do filme não estava à espera de ficar apaixonada pela história. Mas fiquei! Apaixonei-me por este peculiar história que recomendo vivamente a todos os que gostam de um bom livro, cheio de mistério e aventura, juntamente com uma dose de romance e amizade. 

NOTA (0 a 10): 10

sábado, 9 de junho de 2018

Um Estanho Numa Terra Estranha Vol. I, de Robert A. Heinlein

Sinopse:

Há vinte e cinco anos, a primeira missão a Marte terminou em tragédia e todos os tripulantes morreram. Mas, na verdade, houve um sobrevivente. 

Nascido na fatídica nave espacial e salvo pelos Marcianos que o criaram e lhe ofereceram uma nova vida, Valentine Michael Smith nunca viu um ser humano até ao dia em que é descoberto por uma segunda expedição a Marte. 

Ao regressar à Terra, vê-se pela primeira vez entre o seu povo. Começa então um percurso de aprendizagem dos códigos sociais e preconceitos da natureza humana, totalmente alienígenas para a usa mente. Nesse processo de descoberta e integração, Valentine irá partilhar com a Humanidade os rituais sagrados que aprendeu em Marte e retribuir com as suas próprias crenças sobre o amor e o sentido da vida. Mas conseguirá alguma vez deixar de se sentir um estranho numa terra estranha? (in Saída de Emergência


Opinião:

Este livro, escrito há tantos anos, prova o quanto o poder da imaginação pode ter a capacidade de percorrer gerações e chegar até nós com uma mensagem profunda, criativa e dinâmica. Esta é a primeira parte. 

É uma história de ficção cientifica bastante boa, onde a ação não é o seu principal foco, mas onde as questões éticas, morais, emocionais e sociais estão bem presentes, sendo o grande motor da narrativa, que nos traz muitas questões interessantes sobre a evolução, a ciência, o Cosmos no seu todo e a importância dos Seres Vivos. 

Personagens complexas, únicas e muito apelativas, todas elas são muito boas, cada qual à sua maneira. Gostei especialmente de Valentine, o individuo que veio de Marte. 

Gostei das descrições, da escrita e da história em si, bem como das personagens. Senti um pouco a falta de mais ação, penso que poderia ter contribuído para um maior sentimento de emoção durante a leitura. Porém, o grande poder deste livro é abordar questões mais existenciais, morais e éticas quanto aos usos científicos e da descoberta do Universo em relação com a sociedade através de uma narrativa muito bem contextualizada e de personagens marcantes. 

A escrita é fluída e lê-se a uma grande velocidade, uma vez que os diálogos também preenchem boa parte da narrativa. Esses diálogos são bastante interessantes. 

Sem dúvida, é de enaltecer a capacidade imaginativa do autor, cujo livro foi publicado na década de 1960, e que conta com muitos mais livros deste género na sua obra literária. Vou querer explorar mais das suas histórias! 

Assim, recomendo a todos os que gostam de Ficção Cientifica e que apreciam uma boa história. 

NOTA (0 a 10):

sábado, 19 de maio de 2018

Caraval, de Stephanie Garber

Sinopse:

Caraval. Lembra-te, é apenas um jogo...

Scarlett Dragna nunca saiu da pequena ilha onde ela e a irmã, Tella, vivem sob a vigilância do seu poderoso e cruel pai. Scarlett sempre teve o desejo de assistir aos jogos anuais de Caraval. Caraval é magia, mistério, aventura. E, tanto para Scarlett como para Tella, representa uma forma de fugirem de casa do pai. 

Quando surge o convite para assistir aos jogos, parece que o desejo de Scarlett se torna realidade. No entanto, assim que chegam a Caraval, nada acontece como esperavam. Legend, o Mestre de Caraval, sequestra Tella, e Scarlett vê-se obrigada a entrar num perigoso jogo de amor, sonhos, meias-verdades e magia, em que nada é o que parece. Realidade ou não, ela dispõe apenas de cinco noites para decifrar todas as pistas que conduzem até à irmã, ou Tella desaparecerá para sempre... (in Goodreads)



Opinião:

Estava à espera de ler este livro desde que saiu. Uma capa maravilhosa, uma sinopse apetitosa. Lembrei-me logo d' O Circo dos Sonhos, de Erin Morgenstern. Pois, lembrei-me aí e durante toda a leitura. Comecei com grande entusiasmo, mas cedo comecei a deixar de o ter. Não me conseguiu cativar. 

As personagens são interessantes, mas a personalidade de Scarlett e a forma como vai contando a história não me cativaram. Achei-a um tanto repetitiva. Também estava à espera de algo mais vindo das outras personagens e a única que realmente me agradou foi o Legend, com todo o mistério em seu redor. Acho que as personagens podiam estar mais desenvolvidas, serem mais complexas. Talvez no segundo volume tal aconteça. 

Em relação ao contexto, a meu ver a autora criou uma história com enorme potencial, que podia ter sido melhor aproveitado. Talvez esperasse mais emoção, mais suspense e algo mais forte. O livro é para um público mais jovem, portanto pode ser por isso que não seja tão "dark" como o contexto pedia. Há algumas partes que estão bem interessantes, mas depois vêm as descrições dos fatos da Scarlett e sente-se alguma futilidade ali no meio de algo que podia ser bem mais complexo e interessante. No entanto, não quero com isto dizer que a história é má. Não! É uma excelente história, mas podia estar melhor. 

As descrições de Caraval são boas e ricas em detalhes que contextualizam bem o ambiente. Gostei desses momentos e achei-os muito bem escritos. Depois, como já referi anteriormente, há as descrições das roupas e isso pareceu-me demasiado. São muitos vestidos, muitos detalhes...Sei que as roupas são importantes para a perceção emocional e dramática de Caraval porque refletem e estado de espírito das personagens e isso tudo, mas mesmo assim, achei-as excessivas. 

Gostei da forma como a história se foi desenrolando e encontrei nisso maturidade. No entanto, esperava um final mais emocionante. Existem partes muito interessantes ao longo da narrativa apesar de não me ter fascinado. Não fiquei seduzida pelo romance entre as personagens e penso que isso também não me deixou ficar agarrada à narrativa. 

Em suma, Caraval é um local mágico, interessante, rico e dinâmico. Podia ter sido melhor explorado, as personagens podiam ser mais maduras e menos irritantes e lamechas, podia haver um desenvolvimento mais complexo, tanto a nível das personagens como da própria história. Recomendo a todos os que gostam deste género de aventuras! 

NOTA (0 a 10): 6

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Rogue One - Uma História de Star Wars, de Emilio Laiso

Sinopse: 

É revelada, por fim, uma história crucial na saga Star Wars! Agora em BD, o primeiro "spin-off" inspirado no universo da mítica série Star Wars. Uma aventura que se situa antes dos eventos relatados no filme Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança. Rogue One é uma aventura empolgante sobre uma rebelião e sobre a esperança. (in Goodreads)



Opinião:

Este livro tem duas histórias. Aquela do filme, Rogue One - Uma História de Star Wars, e a de como o Capitão Cassian Andor conheceu K-2SO. 

Uma vez que Rogue One é o meu filme favorito do universo de Star Wars, gostei bastante do livro. Foi tudo o que estava à espera que fosse, apesar de esperar, lá bem no fundo, algo mais...alguns detalhes...enfim. Tal não aconteceu. A história está bastante sintetizada aqui nesta banda desenhada, tudo acontece como no filme, mas de modo super rápido o que não me fez sentir aquela emoção do filme. Mas não me desiludiu. 

As personagens estão tal e qual no filme. Jyn Erso é uma rebelde excelente, que no início não o assume ser, mas que depois luta com incrível pujança. Cassian Andor é um capitão dos rebeldes que tem uma missão dupla, o que fá-lo entrar em conflito com os seus sentimentos por Jyn a meio da história...e todas as outras personagens são excelentes. A relação entre o Capitão e o seu robô, K-2SO, também é aqui representada de forma muito interessante. Claro, Darth Vader rouba a cena sempre que aparece. Foi principalmente na última parte que fiquei à espera de mais...Aquela sequência final, dentro dos túneis!!! Tem tão pouco na banda desenhada! 

Em relação à outra história, tenho a referir que gostei bastante de saber como é que Cassian e K-2SO se conheceram e como correu. Tem ação e uma grande dose de amizade. Gostei. 

Ou seja, um livro que se lê num ápice e que vai agradar a todos os fãs de Star Wars. A arte presente na obra é muito bela e cheia de detalhe.

NOTA (0 a 10): 10

sábado, 14 de abril de 2018

A Revelação do Bobo, de Robin Hobb

Sinopse:

Após os acontecimentos de O Assassino do Bobo, cresce a intriga que atinge a vida e o coração de Fitz.

Depois de garantir que nunca mais a deixaria só ou negligenciada, Fitz abandonou a sua filha Abelha para correr para Torre do Cervo a fim de tentar salvar a vida do velho amigo Bobo.  A consequência foi a mais terrível: um ataque à sua casa e o rapto da pequena, que desaparece sem deixar rasto. 

Encontramo-lo neste volume dilacerado entre as obrigações para com o Bobo e o que a consciência lhe exige que faça para tentar recuperar a filha. Mesmo o regresso a Torre do Cervo traz grandes perigos, pois no local onde nasceu e viveu durante muitos anos ainda perdura a sua má fama de Bastardo Manhoso e assassino. O que poderá Fitz fazer para trazer a paz de novo ao seu mundo? (in Edições Saída de Emergência)



Opinião:

Esta é a primeira metade do segundo livro da terceira trilogia da autora Robin Hobb, onde o amado Fitz conta a sua história e a do seu amigo, o Bobo. Não é segredo nenhum para quem segue este blog e para quem me conhece que o Fitz é a minha personagem literária favorita, a par de Locke Lamora, se bem que o Fitz ganha por uns pontinhos. Portanto, foi com grande entusiasmo que comecei a ler este livro, depois de ter lido o primeiro desta saga: O Assassino do Bobo

A Revelação do Bobo começa logo assim que termina o anterior, recuando um pouco uma vez que o primeiro termina com Abelha a narrar e este começa com Fitz como narrador. Como no anterior, a autora dividiu a narração da história pelo Fitz e por Abelha, dando uma dinâmica muito diferente à história em comparação com os livros anteriores, uma vez que, ao lermos a perspetiva de Abelha, muitos aspetos que sempre ficaram por revelar e conhecer acabam por ir sendo desvendados, mesmo  que sejam poucos. 

Fitz continua a ser como só ele sabe ser. Continua a ser único, a ter as suas ideias que não passariam pela cabeça de mais ninguém e continua a ser um amor. Acontecerem momentos neste livro pelos quais não esperava encontrar na história, mas que sempre esperei, no fundo do meu coração, que pudessem acontecer. E foram tão belos! Finalmente, Fitz, finalmente! O Bobo continua a ser o mistério que é, mas agora está a revelar-se e é tão bom! Não fiquei muito surpreendida, porque estava à espera de algo do género, mas fiquei muito contente por poder comprovar algumas das teorias. O Bobo vai ser sempre uma das mais misteriosas e estranhas personagens, no bom sentido. É uma personagem fantástica, completamente. E depois, Abelha. Continua a ser única e muito interessante e espero que apareça ainda mais na segunda metade, porque a parte dela na história é a que mais pistas pode dar sobre toda a grande história por trás de todo este mundo e intriga criado e desenvolvido por Robin Hobb. 

Neste livro há um regresso a casa, um regresso às origens em todos os sentidos. A relação de amizade entre Fitz e o Bobo é o grande pano de fundo da história: o seu passado, a verdadeira identidade do Bobo, e por aí adiante. É daqueles livros que não se pode referir muito sem contar detalhes importantes, sem dar spoilers, portanto não me posso alongar em muitos aspetos. Não quero ser desmancha prazeres! Mas que a história é reveladora, ah!, lá isso é! Apesar de ser uma metade bem pequenina, tem muito sumo, muitos segredos revelados, mais do que toda a saga junta até agora.

A autora continua a criar um ambiente único, bem como uma linha narrativa plena de significado e identidade. Fitz continua a ser espetacular, continua a ser único e fiel a ele mesmo, continua a ser encantador. E Abelha revela-se cada vez mais misteriosa e importante. Quero muito ler a segunda parte, porque esta é fantástica! Como descrições excelentes, um contexto profundo e sem falhas, não há como não gostar do mundo e da linha de ação que Robin Hobb criou. Podem achar que por vezes a narrativa é lenta, que não desenvolve...mas a beleza dela é soberba, tornando-se numa narrativa única e épica.

Em suma, mais uma bela história da autora que nos habituou já a histórias fortes, cheias de intriga, ação e muita, muita emoção. Cada virar de página é um misto de sentimentos e emoções. Recomendo totalmente a todos os apreciadores de grandes histórias. Quero agradecer à editora o facto de ter continuado a apostar na autora, agradeço mesmo muito.

NOTA (0 a 10): 10

sábado, 31 de março de 2018

A Sul da Fronteira, a Oeste do Sol, de Haruki Murakami

Sinopse:

Na primeira semana do primeiro mês do primeiro ano da segunda metade do século XX, ao protagonista, que também faz as vezes de narrador, é dado o nome de Hajime, que significa "início". Filho único de uma normal família japonesa, Hajime vive numa província um pouco sonolenta, como normalmente todas as províncias o são. 

Nos seus tempos de rapazinho faz amizade com Shimamoto, também ela filha única e rapariga brilhante na escola, com quem reparte interesses pela leitura e pela música. Juntos, têm por hábito escutar a coleçao de discos do pai dela, sobretudo "South of The Border, West of the Sun", tema de Nat King Cole, que dá título ao romance.

Mas o destino faz com que os dois companheiros de escola sejam obrigados a separar-se. Os anos passam, Hajime segue a sua vida. A lembrança de Shimamoto, porém, permanece viva, tanto como aquilo que poderia ter sido como aquilo que não foi. De um dia para o outro, vinte anos mais tarde, Shimamoto reaparece certa noite na vida de Hajime. Para além de ser uma mulher de grande beleza e rara intensidade, a sua simples presença encontra-se envolta em mistério. Da noite para o dia, Hajime vê-se catapultado para o passado, colocando tudo o que tem, todo o seu presente em risco. (in Goodreads)



Opinião:

Este é o primeiro livro que leio deste autor. Gostei bastante da escrita, muito fluída, adulta, cheia de elegância e sobriedade. Também gostei da história, simples e muito bem contada. No entanto, fiquei sempre à espera de algo mais...algo mais que não aconteceu nesta história e que eu esperava que acontecesse. Não sei definir o que é que esperava e não tenho na minha imaginação possíveis finais para lhe dar, o que é ainda mais estranho. Claro que tenho, mas não tenho nenhum que possa dizer: "Sim! Devia ter sido assim!". Não. Não é que não tenha gostado do final, é mais uma sensação de história não terminada, incompleta e demasiado suave. É estranha, esta sensação, pois não é usual nas minhas leituras. 

As personagens são bastante simples, mas complexas, em especial Shimamoto, que é um mistério para todas as outras personagens e para o leitor. No entanto, a que mais me agradou foi mesmo Hajime, o narrador. A sua visão da própria vida e dos acontecimentos acabou por ser aquilo que me agarrou à história, uma vez que se revelou um narrador coerente e interessante. As outras personagens também são importantes para a história, mas não houve nenhuma que me tivesse agarrado por aí além. 

Em relação à história em si, gostei, achei-a interessante exatamente por ser muito simples e sem complexos. Uma verdadeira história oriental, simples, sem floreados, muito clara. Porém, não posso dizer que tenha ficado fascinada. É uma história, que deixa a sua marca, mas que não me fascinou. O romance entre as personagens principais é interessante, magnético e forte, mas não consegui passar o tempo a torcer pelo romance.  

O que gostei mais foi da escrita, daí o narrador ter sido a personagem que mais me agarrou. Gostei da forma simples, discreta, sem complexos com que tudo é posto na narrativa. Não há filtros, o que promove uma leitura bastante madura e profunda. Lê-se muito rapidamente, devido à fluidez da narração e à sua simplicidade. 

Em suma, recomendo a todos os que gostam de uma história de amor, escrita de forma simples, mas mágica.

NOTA (0 a 10): 6

sábado, 3 de março de 2018

City of Heavenly Fire, de Cassandra Clare

Sinopse:

Depois dos acontecimentos passados no livro anterior, City of Lost Souls (A Cidade das Almas Perdidas), Clare, Jace e companhia vêm-se envolvidos na mais perigosa guerra de todas: lutar contra a sua própria espécie. Sebastian criou uma nova taça, cujo feito é transformar Caçadores de Sombras em pérfidos seguidores de Sebastian, com o único desejo de destruir todos os Caçadores de Sombras. Enquanto as fileiras de Sebastian aumentam graças a vários ataques a Institutos, Clare e os amigos tentam descobrir um modo de o fazer parar. 



Opinião: 

O melhor livro da saga d' Os Instrumentos Mortais, sem dúvida. 

Neste livro a autora esmerou-se, trazendo de novo a sua mestria e força que pude encontrar na trilogia As Origens, que é a minha favorita. Tendo em conta que as personagens foram evoluindo bastante ao longo dos livros, é neste que assumem plenamente o controlo das suas fortes características. Finalmente pude ficar com uma ideia mais favorável quanto a Clare, que, mesmo não sendo das minhas personagens favoritas, ganhou um pouquinho neste volume. As outras personagens mantiveram o seu nível e revelaram-se à altura dos acontecimentos. Penso que consegui sentir mais emoção e preocupação pelas personagens neste volume, do que nos anteriores. Isso também está relacionado com o tom muito mais adulto, sombrio e sério deste livro em relação aos anteriores. 

Mas há outro grande fator que me fez gostar muito deste volume: certas personagens d' As Origens voltam a aparecer plenamente neste livro. Uma já tinha aparecido nos anteriores, mas sempre na sua forma de Irmão Silencioso, mas uma ainda não tinha aparecido. E, quando algo acontece à primeira que mencionei aqui neste parágrafo, Oh!, mas o livro e a história tornou-se muito mais emocionante. E claro, quando a outra personagem aparece também é uma alegria. 

A história é muito mais sombria, mais perigosa. Os laços entre as personagens tornam-se mais apertados e deixa de haver tanto espaço para o romance adolescente e para outras brincadeiras do género, que fizeram parte dos livros anteriores. Isso fez com que sentisse uma maior solidez e seriedade neste livro, o que me agradou bastante. 

O desenrolar da história também está excelente. Cassandra Clare é uma excelente contadora de histórias, muito meticulosa e muito atenta ao drama das personagens. Conseguiu, mais uma vez, dar um cunho imensamente humano e trágico a alguns dos momentos da narrativa, transformando-a numa guerra pela sobrevivência e pelo amor e amizade. Já tinha encontrado isso na outra trilogia. Não encontrei nos outros cinco livros anteriores a este trouxe de novo essa magia. 

Gostei da forma como a autora concluiu a história. Muita ação, muita emoção e, sobretudo, muito amor. Amor na sua forma plena. Porque, no fundo, esta é uma história de amor. Não apenas de romance. Não. É uma história de amor, em que tudo é feito por amor. Penso que a autora escolheu o melhor caminho para as personagens percorrerem, todas elas. É uma boa história. 

Em suma, a saga Os Instrumentos Mortais pode não ser das minhas favoritas, mas terminou maravilhosamente, mostrando um pouco daquela magia maravilhosa que encontrei quando li a trilogia As Origens. Um livro recheado de tudo o que uma boa história deve ter, que recomendo a todos os que gostam de Fantasia, magia, ação, emoção e amor. 

NOTA (0 a 10): 10

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Vencedor do passatempo "A Filha do Gelo"

Olá !

Obrigada a todos os que participaram neste passatempo. Continuem a ser seguidores, porque haverá mais passatempos em breve! 



O/a vencedor/a foi:

2 - Sofia (...) Rocha

Parabéns à vencedora =) 
E também o meu obrigada à Chiado, que permitiu o passatempo! 

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Passatempo A Filha do Gelo, de Luís Falcão de Magalhães (Chiado Books)

Está a decorrer passatempo aqui no blog! O livro é A Filha do Gelo, de Luís Falcão de Magalhães, em parceria com a Chiado Books, e termina dia 19 de fevereiro.

Fica a sinopse:

“Rainha Branca”, “Senhora do Gelo”, “Bruxa do Frio”. Os povos do norte sussurram, com reverência e medo em igual medida, os títulos da antiga Deusa.

Mas, quando começam a desaparecer viajantes e se vão espalhando entre as aldeias contos de criaturas ferozes e misteriosas, ao mesmo tempo que se ergue um novo culto à Deusa das Neves nas distantes Planícies Geladas, a ordem de cavaleiros d’A Torre decide pedir a um dos seus mais fiéis membros para investigar.

Acompanhado por Meer, - seu talentoso aprendiz e alquimista, e por um bando de jovens mercenários, conseguirá o cavaleiro Eregar - e a que custo - desvendar o que está por de trás destes misteriosos acontecimentos?

A Filha do Gelo, sob o manto de uma clássica aventura de fantasia medieval, explora os efeitos que a adversidade tem na formação de carácter, através da viagem das personagens principais e peripécias que estas enfrentam. (in Chiado Books)




Para mais informações referentes ao livro consultar aqui.


Regras do passatempo

Para participar é necessário:

Ser seguidor do blog;
Ser residente em Portugal Continental;
Preencher todos os campos do formulário;
Participar até às 23h59 do dia 19 de fevereiro; 
Só é aceite uma participação por pessoa/morada;
Haverá apenas um vencedor, que será apurado através do site random.org;
O blog não se responsabiliza por possíveis falhas/extravios dos correios.

Conto com as vossas partilhas, divulgação e comentários! 


sábado, 10 de fevereiro de 2018

Aquele Beijo, de Julia Quinn

Sinopse:

Gareth St. Clair vive momentos difíceis. Após a morte do irmão, passa a ser o único herdeiro da fortuna do pai. Infelizmente, o ódio deste por Gareth é tanto que prefere desbaratar o seu património a vê-lo nas mãos do filho. Resta-lhe como legado um velho diário, escrito pela avó paterna, que poderá conter os segredos do seu passado e a chave para o seu futuro. O único problema é que...o diário foi escrito em italiano, uma língua que o jovem não domina de todo.

Por um golpe de sorte, Gareth conhece Hyacinth Bridgerton, a mais jovem menina do conhecido clã, que nunca recusa um desafio, embora o seu italiano deixe muito a desejar. Além disso, Gareth intriga-a, pois parece estar sempre a rir-se ela. 

Juntos, embrenham-se nas páginas do velho diário, mas aquilo que vão descobrir transcende as palavras escritas em papel, e manifesta-se sob a forma de um simples - mas inesquecível - beijo... (in Goodreads)



Opinião:

Este é o sétimo livro da coleção Bridgertons. A personagem principal é Hyacinth, a irmã mais nova da família e a mais intelectual, inteligente e esperta. Como já é costume nestes livros, o romance está no ar e muitas são as aventuras pelas quais as personagens passam até conseguirem ficar juntas. No entanto, este surpreendeu-me ainda mais do que os outros pela forma como a autora engendrou o plano e as atitudes das personagens, em especial de Hyacinth, que mostrou ser uma das irmãs mais interessantes e fortes, com grande inteligência e desenvoltura. Gostei bastante! 

Hyacinth é uma boa personagem, interessante e esperta. Já referi outros tantos adjetivos semelhantes no parágrafo anterior, portanto não me vou alongar mais neste sobre a personagem. O seu par romântico é Gareth St. Clair, um belo homem que tem uma grande desavença com o pai e um segredo que tem medo que seja revelado. Gareth é uma personagem forte, cheia de vida e também interessante, fazendo um belo par com a jovem. As outras personagens que aparecem são todas elas interessantes, incluindo o pai dele, que, apesar de ser terrível, é crucial para a história, oferecendo bons momentos de emoção e tensão. 

Ao longo de sete livros, Julia Quinn estabeleceu um padrão para esta saga familiar e que já mencionei noutros posts sobre eles. Este não é exceção. Apesar da estrutura ser igual ao dos anteriores, há sempre surpresas e isso é fantástico e agradável de encontrar numa saga com histórias semelhantes e padrões idênticos ao longo das narrativas.

A escrita da autora é uma das mais valias, uma vez que é bastante divertida e séria nos momentos que o tem de ser. A ironia e o sarcasmo estão sempre presentes, o que torna a leitura bastante agradável e divertida. 

Gostei muito dos mistérios e das aventuras presentes neste volume e que fizeram com que ele fosse bastante diferente dos outros da coleção. É, sem dúvida, um dos meus favoritos! 

Também gostei das personagens, do desenvolvimento destas, bem como do romance entre elas. Penso que foi a melhor forma de dirigir o enredo, que ficou primoroso.

Sem dúvida, mais um excelente livro desta saga familiar e romântica, que recomendo a todos os que gostam de histórias de amor, aventura e paixão! 

NOTA (0 a 10): 10

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Espada de Vidro, de Victoria Aveyard

Sinopse:

O novo e eletrizante capítulo da série Rainha Vermelha intensifica a luta de Mare Barrow contra a escuridão que cresceu na sua alma...

O sangue de Mare Barrow é vermelho mas a sua capacidade Prateada, o poder de controlar os relâmpagos, transformou-a numa arma que a corte real tenta controlar. A coroa acusa-a de ser uma farsa, mas quando ela foge do príncipe Maven - o amigo que a traiu - , Mare faz uma descoberta surpreendente: ela não é a única da sua espécie.

Perseguida por Maven, Mare parte para descobrir e recrutar outros combatentes Vermelhos e Prateados que se juntem à batalha contra os seus opressores. Mas Mare encontra-se num caminho mortífero, em risco de se tornar exatamente no tipo de monstro que está a tentar derrotar. 

Será que ela vai ceder sob o peso das vidas exigidas pela rebelião?

Ou a traição e a deslealdade tê-la-ão endurecido para sempre? (in Edições Saída de Emergência)



Opinião:

Foi já há algum tempo que li o primeiro volume e gostei muito. Mesmo que o contexto e as personagens não sejam muito originais, existe um toque especial que me agarrou. Portanto, foi com prazer que comecei este segundo volume.

Voltar a encontrar Mare e os seus amigos foi bastante agradável. Se bem que não tem a mesma força que o primeiro, não se lhe fica muito atrás. As personagens continuam fortes e bem construídas, com um desenvolvimento linear e definido. De todas elas, continuo a gostar particularmente de Maven, que consegue ser a personagem mais forte, complexa e louca destes livros. Acho que foi o facto dele não aparecer muito que me fez não gostar tanto desde livro como do primeiro, apesar da história em si ser bastante forte e bem construída.

Em relação ao enredo, este é bastante bom, cheio de ação, muita emoção e momentos de grande suspense, com algum romance e amizade à mistura. A amizade e o amor são a base de grande parte das ações das personagens, em especial de Mare, que consegue ser uma narradora bastante interessante, uma rapariga forte e capaz de fazer tudo pelos seus amigos. Aliás, a história é sobre isso mesmo, na sua essência.

Neste volume há momentos de maior ação e perigo do que no primeiro, que foi mais calmo até à parte final, que foi eletrizante. A intriga é ainda maior, bem como o clima de incerteza face a quem é ou não aliado da protagonista. Mare narra a sua história de um modo seco e sem muitos floreados, o que é perfeitamente adequado ao género de história que é aqui apresentada. Aliás, é o melhor estilo de narração para estas histórias onde nada é amoroso. Gostei desse aspeto da escrita, bem como do contexto apresentado, que nos deixa conhecer um pouco mais sobre o mundo criado pela autora. 

As descrições são as necessárias para visualizar os momentos, existindo mais descrições dos sentimentos de Mare, que, a meu ver, aqui não eram necessárias. São um pouco demais. Gostava de saber mais sobre o que rodeia as personagens, a história em si. Pode ser que tal venha a acontecer nos próximos volumes. 

Gostei muito deste segundo volume e espero que o terceiro esteja para breve por cá! Quero ainda referir a beleza da capa e de todo o design do livro. 

Recomendo a todos os que gostam deste género distópico, de ação, intriga e muita adrenalina. Muito bom! 

NOTA (0 a 10):

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Rebecca, de Daphne du Maurier

Sinopse:

Publicado em 1938, Rebecca é talvez o romance por que Daphne du Maurier é hoje mais lembrada. Ao lê-lo entramos numa atmosfera onírica, sombria, alimentada por segredos que os códigos sociais obrigam a permanecer ocultos e que se concentram na misteriosa mansão Manderley. É para esta mansão que a narradora, uma jovem humilde, vai viver com o viúvo Maxim de Winter, ao aceitar o seu pedido de casamento. Mas então descobre que a memória da falecida esposa, Rebecca, se encontra ainda viva e que esta era tudo o que ela nunca será. À medida que o enredo se desenvolve, ela terá de redefinir a sua identidade num cenário em que os sonhos ameaçam tornar-se pesadelos... (in Goodreads)



Opinião:

Este é o segundo livro da autora que leio. Comecei pelo A Minha Prima Raquel e gostei muito. Todo aquele ambiente de tensão, mistério e intriga, fez com que ficasse apaixonada pela escrita da autora. Assim, foi com grande expectativa que entrei neste livro e só posso dizer que foi ainda melhor! 

Rebecca apresenta-nos uma história de amor e mistério, contada na primeira pessoa, onde nós vamos descobrindo o passado das personagens e da casa, Maderley. A narradora, cujo nome próprio nunca se fica a saber, começa a narrativa partindo do presente para o passado, onde nos apresenta o começo da sua vida de casada e como conheceu Mr. de Winter, o dono de Marderley. Através da história da segunda mulher de Mr. de Winter, conhecemos Rebecca, a primeira mulher, aquela de quem todos gostavam, a perfeita. A comparação entre a narradora e Rebecca começa a assombrar a relação e isso leva a que outros factos se descobram. 

Escrito como uma mestria incrível, Rebecca é uma viagem pelos meandros da mente humana, da paixão e do mistério. Com personagens fortes e complexas, aquela que menos gostei foi a narradora, por causa de algumas das suas decisões face a outras atitudes de várias personagens. Achei-a tímida e demasiado acanhada. No entanto, teve um desenvolvimento interessante e amadureceu. Mr. de Winter, apesar de tudo, mostrou-se uma personagem apaixonada, febril e complexa, que deu tudo o que tinha a dar à história, fazendo com que o mistério seja ainda mais denso. A governanta, Mrs. Danvers, consegue ter um papel muito forte e perturbador, que tira o folego em vários momentos. Mas é Rebecca quem dá vida à história. É o seu passado, a sua história, que move toda a trama e que nos agarra sem compaixão à narrativa. Rebecca, a perfeição, a beleza, aquela que todos queriam e amavam. É ela o coração do enredo, tal como a sua história com Maxim (Mr. de Winter). 

É um bom mistério, com amor, belas descrições, intriga, sedução e uma escrita mágica e envolvente.Uma história com todos os ingredientes que formam algo poderoso e arrebatador e que nos fazem querer devorar o livro. Sem dúvida, uma história a guardar no coração e na mente. 

Recomendo totalmente, a todos os que gostam de um livro forte, arrebatador, cheio de personagens complexas e cheias de pujança. É, de facto, um mistério muito bem conseguido e maravilhosamente bem escrito! 

NOTA (0 a 10): 10

sábado, 13 de janeiro de 2018

O Feitiço, de Charlotte Brontë

Sinopse:

Uma história diferente, onde o romance, o mistério e o crime andam de mãos dadas. É este o pano de fundo para uma história onde nem tudo é o que parece. Charlotte Brontë conta uma história despretensiosa, rica e diferente.



Opinião:

Outro livro que tinha para ler há algum tempo. Gosto sempre de ler os livros das irmãs Brontë, pois têm sempre enredos fortes, boas descrições e personagens cheias de carisma. Neste livro encontrei isso, mas também encontrei alguma confusão. 

Confesso que não gostei muito da história e as personagens pareceram-me muito alteradas. No entanto, a história é forte, cheia de emoção, romance e vingança. 

Todas as personagens, e são bastantes, têm um traço distinto, o que lhes confere o carisma habitual das suas histórias. A escrita é muito boa, repleta de boas metáforas e com um vocabulário muito rico. O contexto podia estar melhor definido, tal como a história em si. 

No entanto, foi uma leitura leve e de rápida. 

Recomendo a todos os que gostam das histórias das irmãs Brontë.

NOTA (0 a 10): 5

A Taça de Ouro, de John Steinbeck

Sinopse:

A Taça de Ouro é um romance que narra a história de Henry Morgan, em especial o saque à cidade do Panamá. Henry Morgan, corsário muito inteligente e feroz, dominou o Mar das Caraíbas por volta de 1670, e teve como principal objetivo encontrar e casar com uma misteriosa mulher. Tal vai levá-lo a acontecimentos muito conturbados e que o marcarão para sempre. O romance histórico de Steinbeck.





Opinião:


Já tinha este livro na estante há algum tempo e decidi lê-lo no final do ano passado. Foi uma leitura agradável, diferente e interessante. Gostei de conhecer a faceta mais histórica do autor, cujas palavras fortes e certeiras já tinha lido em A Pérola.

Henry Morgan mostra-se uma personagem cheia de altos e baixos. A narrativa acompanha-o durante toda a sua vida desde a juventude. Sendo uma personagem verídica que eu não conhecia, o retrato feito pelo autor pareceu-me bastante forte e cheio de personalidade. Também as outras personagens são interessantes e conseguem preencher bem a narrativa e o contexto.

É uma leitura fácil, com uma escrita fluída, bela e de rápida leitura. Dei por mim a devorar o livro, em especial nos momentos de maior ação. Apesar de já ter lido A Pérola há bastante tempo, lembro-me de ter sentido o mesmo em relação à escrita e fluência. No entanto, não me fascinou.

Uma forma interessante, com uma escrita elevada e bem construída, assim como o contexto e a própria narrativa, de conhecer mais sobre este tema e a história deste corsário que tanta riqueza acabou por levar à Inglaterra. É como que um belo e lírico estudo sobre ele.

Recomendo, assim, este livro a todos os que gostam de uma boa história, de saber mais e de ler livros com diálogos pujantes e cheios de vivacidade.


NOTA (0 a 10): 7

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

City of Lost Souls, de Cassandra Clare

Sinopse:

Depois dos acontecimentos em The City of Fallen Angels (A Cidade dos Anjos Caídos), Claire e companhia vê-se sem Jace, que desapareceu com Sebastian. Sem saber o que fazer e como procurar Jace, Claire desespera e acaba por tentar tudo para o descobrir. O que ninguém esperava era que Jace estivesse tão ligado a Sebastian. Será que Jace está a tornar-se malévolo como o seu companheiro? Será que Claire consegue salvá-lo? Neste livro, os Caçadores de Sombra embarcam numa perigosa aventura para resgatar um dos seus caçadores favoritos. Muita ação, romance e aventura, como habitual nesta série.



Opinião:

Mais um bom livro de Cassandra Clare. Gostei bastante, muita emoção, muita ação e romance, misturados com escuridão e seres monstruosos. 

Neste volume, as personagens continuam na sua demanda. Continuam todas iguais a si mesmas, sem sofrerem grandes alterações. Talvez Simon continue a ser o único que tem um desenvolvimento maior e um amadurecimento mais complexo. Não sou grande fã da Claire, mas continuo a achá-la interessante. Bane e Alex continuam a ser uma bela dupla, sendo que é possível vislumbrar nesses momentos algo do trilogia As Origens, que é a minha favorita. 

Dei por mim a ansiar pelos momentos em que o Irmão Zacarias aparece, e queria muito encontrar a Tessa, mas parece que ainda não foi desta. Por vezes penso que continuo a ler esta saga por causa deste trio: Tessa, Jem e Will. E sei que é o grande motivo, mas eu acho que a autora conseguiu criar um mundo bastante interessante, forte e rico, com personagens boas e um contexto bem elaborado, portanto continuo a voltar à serie dos Instrumentos Mortais

Em relação à enredo, continua a seguir a mesma linha. Muita aventura, momentos de grande perigo, seguidos por outros mais calmos e com bons momentos de introspeção das personagens quanto às suas atitudes, desejos e ambições. Gosto especialmente destas partes e daquelas reservadas à ação. O romance é um fator que acabar por ficar um tanto para trás nesta história, uma vez que não consigo criar uma relação entre a Claire e o Jace...não consigo vê-los como casal maravilha...Gosto mais dos outros casais da história. 

A escrita continua a ser boa, cheia de vocábulos ricos e que preenchem o contexto (alguns em latim, por exemplo). A par da escrita está o contexto, que a autora fez questão de criar com tanto esmero e carinho. É mesmo o grande ponto forte desta serie e o que mais me encanta nela.

Tendo em conta tudo o que referi, recomendo o livro a todos que gostam da autora e de uma boa história de fantasia e ação.

NOTA (0 a 10): 8