quarta-feira, 26 de setembro de 2012

"Guerra das Estrelas", de George Lucas

O primeiro livro da saga da Guerra das Estrelas que leio.
Como fã dos filmes da saga, com especial gosto nos dois primeiros da saga do Luke e do último do Anakin, decidi apostar nos livros.

Acho que é a primeira vez que leio um livro praticamente igual ao filme. Não sei o que foi feito primeiro, se o filme ou o livro, mas gostei muito da experiência.
Uma escrita agradável, de fácil acesso e com bastante acção, este livro inicia a história de Luke Skywalker e da Aliança Rebelde contra o corrupto Império.
Todas as personagens do filme estão presentes no livro, com especial destaque para os dois robots, R2 D2 e C3P0, que têm uma interação muito interessante, como é possível ver no filme, e que no livro é mantida.

Luke Skywalker, sobrinho de agricultores e habitante de um planeta desértico chamado Tatooine, depois do seu tio comprar os dois robots, vê-se na obrigação de os limpar e tratar. O seu sonho é ser piloto, mas a quinta precisa dele e por isso o rapaz fica todos os anos na quinta, a ver os seus amigos a irem para o curso. Aquando da limpeza dos robots, Luke descobre um holograma que é apresentado por R2 D2, um holograma de uma rapariga a pedir ajuda a alguém chamado Obi-Wan Kenobi. Luke fica intrigado e fica inquieto.
A partir daí dá-se uma quantidade de peripécias que vão alterar a vida do jovem Luke que vão culminar numa batalha épica pela sobrevivência da Aliança Rebelde, pela sua vida e pela de todos os seus amigos.

Um primeiro livro de uma trilogia que pode ser lida antes ou depois de se ver os filmes.
Muito bom! :)
E uma história boa, para quem quiser começar a ler FQ e não sabe por onde começar =)
Recomendo a todos, em especial aos fãs de Star Wars!

Nota (0 a 10): 7

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"Oliver Twist", de Charles Dickens

 "Please sir, I want some more." 

Uma deliciosa surpresa que me agradou bastante!

Uma leitura um pouco demorada, devido ao tamanho das letras (tenho a versão de bolso) e também porque não deu para ler tantas páginas por dia, como fiz com outras obras. No entanto, não é a primeira vez que sinto que, pelo menos com alguns livros, quanto mais tempo levo a lê-los, mais os aprecio. Aconteceu com "Oliver Twist".
Era para ter visto o filme há alguns anos, mas não houve ocasião. No entanto fiquei sempre muito curiosa, uma vez que, pelo trailer e por tudo o que sabia (e sei) sobre Charles Dickens, tinha certeza que ia gostar muito (ambientes, época, personagens, questões sociais...). Acabei por ver o filme agora, enquanto estava a ler o livro. Não é igual, mas é uma excelente adaptação. Estou a falar da adaptação de Roman Polanski, 2005.

Falando do livro. Já figura na minha lista de favoritos. Não podia deixar de ser. A escrita do autor (o único livro que que tinha lido do autor foi em Inglês, no Secundário - "A Christmas Carol") fascinou-me: uma ironia e uma denuncia maravilhosamente bem escrita e descrita, que consegue envolver o leitor e dar a este a verdadeira forma de vida daqueles anos (1800 e vários) através de exemplos concretos, mundanos e reais, por vezes brutais e horrendos, e tão simples e "normais" para a época em que foi escrito. A narrativa de Dickens é extremamente poderosa e envolvente, irónica e comunicativa. Parece que o autor está a conversar com o leitor. É um diálogo que a sua narrativa estabelece com o leitor, que muito me agradou.

Quanto à história de Oliver Twist.
O livro começa com o nascimento de Oliver, no asilo dos pobres da localidade onde a mãe o deu à luz (onde foi encontrada na rua, doente e a morrer). Oliver foi criado até aos 9 anos pela Sra. Mann, uma velha que criava outros rapazes da paróquia. Na casa da Sra. Mann, Oliver foi criado com sovas e outros tratamentos do género, juntamente com os outros rapazes que lá moravam. Dos rapazes, conhecemos Dick, um menino mais novo do que Oliver, doente, que é um dos maiores amigos de Oliver, o seu primeiro amigo.
Depois dos seus 9 anos foi para o asilo, de onde foi "vendido" (depois de ter a ousadia de pedir mais comida, após um "concurso" entre os rapazes para saber quem iria cometer tal infâmia) ao fabricante de caixões, o Sr. Sowerberry, um homem afável, mas completamente dominado pela esposa. Oliver acaba por fugir da casa do Sr. Sowerberry e acaba por chegar a Londres, onde é abrigado pelo Sr. Dawkins, ou, o Astucioso Trapaceiro, um rapaz mais velho e profissional de gatuno. O Trapaceiro leva-o para a casa do Sr. Fagin, o judeu que criava e ensinava os rapazes a serem ladrões. Mas as aventuras de Oliver estão só a começar e ele não tem ideia do que lhe vai ser posto à frente. 

A história de Oliver não, é só por si, uma simples história de um órfão. Não. Isso era o que eu pensava. A história de Oliver é muito mais complicada e tem um "background" de informação e história que dá um cariz muito especial à obra. Todas as personagens estão interligadas. Nada fica de fora.
É enorme a mestria como tudo fica ligado e explicado no final da história. Excelente! Realmente uma boa surpresa, personagens inesquecíveis e aventuras que também o são. Uma história que tanto mostra o lado mau do Mundo, como o seu lado mais belo e maravilhoso. Lindo livro.

Recomendo a todos =) 

Nota (0 a 10): 10

domingo, 16 de setembro de 2012

Selo




Quero agradecer à autora do Blog Páginas Soltas por ter me oferecido este bonito selo :)
Muito, muito obrigada :)

Ora, as regras são:

1 - Postar o selo e dizer quem me presenteou;
2 - Dizer 7 coisas sobre mim
3 - Presentear 15 blogs com o mesmo

A primeira regra já está.
A segunda:

1. Gosto muito de ler
2. O meu género literarário favorito é o Romance Fantástico
3. Gosto muito de ver filmes que sejam adaptações de livros
4. Gosto muito de música
5. Sou fã do Harry Potter
6. Gosto muito de Artes
7. Sou fã de Star Wars

A terceira:

Os 15 blogs que vou presentar com este selo são:

http://magia-livros.blogspot.pt/
http://paginassoltas-cc.blogspot.pt/
http://boasleiturasemportugues.blogspot.pt/
http://girlinchaiselongue.blogspot.pt/
http://pedacinho-literario.blogspot.pt/
http://stuffomeumundo.blogspot.pt/
http://lerycriticar.blogspot.pt/
http://labirinto-livros.blogspot.pt/
http://devaneiosdajojo.blogspot.pt/
http://nomnomlivros.blogspot.pt/
http://livros-lars.blogspot.pt/
http://sonhareescreveer.blogspot.pt/
http://branmorrighan.blogspot.pt/
http://asleiturasdocorvo.blogspot.pt/
http://otempoentreosmeuslivros.blogspot.pt/

:)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

"O Prisioneiro do Céu", de Carlos Ruiz Zafón

Este é o novo livro de Carlos Ruiz Zafón.

Era para ter lido este depois de "A Sombra do Vento", uma vez que é cronologicamente depois dos acontecimentos narrados n "A Sombra do Vento", porém decidi ler "O Jogo do Anjo" e só depois "O Prisioneiro do Céu". Ainda bem que assim foi, porque este livro é "um livro ponte" para algo ainda melhor e porque muito nele está relacionado com os acontecimentos n' "O Jogo do Anjo". 

Em "O Prisioneiro do Céu", Daniel (em 1957) continua a ser o narrador e está a mãos com o seu casamento e com o do seu amigo Fermín, com Bernarda. 

Tudo começa quando um dia um estranho entra na livraria. O estranho compra uma rara edição de "O Conde de Montecristo" e dedica-o a Fermín, entregando-o a Daniel para este lho entregar. Daniel fica muito curiosos e decide seguir o estranho para depois contar a Fermín o que aconteceu. Assim faz e o seu amigo avisa-o de que o estranho é muito perigoso e que não deve voltar a fazer tal coisa. Mas logo Daniel compreende que tal acontecimento transtornou o seu amigo e decide perguntar o que se passa. Depois de muitas tentativas da parte de Daniel, Fermín conta-lhe tudo o que lhe vai na alma, toda a sua preocupaçao, que em parte está relacionada com o seu casamento e o seu nome. 
Mas o que Fermín tem para contar a Daniel é a verdade, a verdade da sua vida e a verdade da vida de Daniel, ou de algo que há muito estava escondido. 
Fermín conta a Daniel a sua história, a sua detenção no castelo de Montjuic e o que lá aconteceu. E como conheceu o escritor David Martín, protagonista e narrador de "O Jogo do Anjo". 

Algo interessante e estranho acontece na narrativa de Fermín e que leva a "duvidar" de boa parte da história que David conta em "O Jogo do Anjo" e que a meu ver é algo muito bem "engendrado" pelo autor. Mais mistério. Um dos pontos altos do livro.

E é através de Fermín, o estranho que "salvou" Daniel em "A Sombra do Vento", que o jovem fica a conhecer o seu passado, ou parte dele, parte de algo que ele nunca poderia adivinhar e que todos queriam esquecer. O que Daniel ficou a saber através de Fermín foi, não apenas a história do seu amigo, mas a sua própria história. E é aqui que podemos ver a ponte para um desenlace magistral que tem como protagonista principal Daniel, o rapaz curioso e armado em detetive de "A Sombra do Vento". Tal só acontecerá num próximo capítulo, mas promete ser muito bom.

É assim que o passado e o presente se entrelaçam e fundem, para escrever uma história de sombras e luzes fugidias, onde a história faz correr um mar de palavras e sentimentos, ações e pensamentos que levam a algo maior e talvez mais sinistro, a história de um rapaz que nada sabia antes de começar as suas deambulações pelo Cemitério dos Livros Esquecidos, a história que há muito parecia estar esquecida e que vai para sempre mudar a vida dele, a história que liga todas as outras, a história de Daniel Sempere. 

Aconselho vivamente a todos os leitores de "A Sombra do Vento" e/ou "O Jogo do Anjo". Este pode não ser a obra prima de Zafón, não é melhor (a meu ver) que "A Sombra do Vento" (para mim, o melhor do escritor, que li até agora), e talvez não seja tão estranho e diferente como o é "O Jogo do Anjo", mas é sem dúvida uma ponte para uma obra que pode vir a ser melhor do que "A Sombra do Vento". 

Nota (0 a 10): 8,5

terça-feira, 4 de setembro de 2012

"O Jogo do Anjo", de Carlos Ruiz Zafón

O segundo livro de Carlos Ruiz Zafón que eu leio. 
 
Decidi apostar nos livros da história iniciada em "A Sombra do Vento" porque a escrita do autor e o próprio enredo são bastante cativantes.

Em "O Jogo do Anjo", a personagem principal é David Martín, um homem jovem, jornalista e escritor. O livro começa com David a fazer uma breve introdução sobre como é que ele começou a escrever histórias e sobre como a sua vida mudou desde que o seu editor lhe deu autorização para escrever uma história para publicar no jornal.
David, sempre debaixo da asa de Pedro Vidal (um homem de Letras, com o grande objetivo de escrever um soberbo livro, muito rico e pertencente a uma nobre família de Barcelona), segue assim os passos iniciais dos escritores. David conta a sua infância e como o seu amor pelos livros começou. De uma forma muito franca conta como a sua infância terminou e o deixou à porta daquela redação de jornal onde trabalhou até quase aos vinte anos e como foi ajudado por Pedro Vidal desde pequeno.
As histórias policiais e misteriosas de David cedo começaram a fazer sucesso e os seus colegas, invejosos, deixaram de lhe falar e mostraram-se hostis para com ele. Só Pedro Vidal e o editor o continuaram a ajudar.
Mas cedo chegou a noticia do despedimento e David não sabia o que fazer. Então, Pedro Vidal contou-lhe que quem o tinha feito perder o emprego tinha sido ele mesmo para assim ajudá-lo a encontrar uma editora que lhe publicasse os livros. David começou a trabalhar com o nome de Ignatius B. Samson e escreveu uma história em fascículos, intitulada "A Cidade Maldita".

O que David não sabia era que um estranho homem, que ninguém conhecia, andava atrás dele para lhe fazer um misterioso pedido. Já desde os tempos das histórias do jornal que várias eram as cartas que o homem lhe enviava, mas daí até David ter conhecimento do desejo do homem corre muita tinta.
David é apaixonado por Cristina, a filha do motorista de Vidal. Cristina também sente afecto por David, mas ambos sabem que tudo devem a Vidal, e mais cedo ou mais tarde a cobrança e David sabe que não pode ficar com Cristina.

Tudo se passa em paralelo com a família Sampere, o avô e o pai de Daniel entram na trama e são de grande importância. O Cemitério dos Livros Esquecidos também é fulcral. E aparece Isabella, a mãe de Daniel, que tem um papel muito interessante e talvez o meu favorito.

Numa visita por uma Barcelona dos anos vinte e trinta, David persegue uma história e uma vida onde nada é o que parece e ele não sabe nada. Uma casa misteriosa onde habita um segredo muito escuro, uma história já vivida por outro homem a quem David está ligado sem imaginar, uma história de polícia e de assassínios misteriosos que não se sabe quem os comete, uma perigosa jornada pela possível loucura de um homem que vivera na casa onde David habita e pela qual sente desde pequeno uma enorme atração.

Uma história de suspense, mistério, traição, amor e paixão. Uma história que mais parece saída de um filme do que de um livro e que devia ser adaptada ao cinema.

Um desenlace misterioso onde muita coisa fica em aberto e que talvez possa ficar mais claro em "O Prisioneiro do Céu", o terceiro volume, publicado há pouco tempo em Portugal e que já vai na 3ªedição, onde Daniel Sampere o o seu amigo Fermín voltam para percorrer uma história que espero ser tão boa ou melhor do que esta, apesar de achar difícil ultrapassar a de "A Sombra do Vento", que na minha opinião é mais belo do que "O Jogo do Anjo".

Recomendo a todos os leitores que gostam de Zafón, e penso que é melhor ler primeiro "A Sombra do Vento" apesar de "O Jogo do Anjo" ser cronologicamente antes dos acontecimentos passados em "A Sombra do Vento". A escrita continua soberba e a forma como Záfon descreve o que vai acontecendo a David é espetacular, num estilo por vezes frenético, em especial na parte final.
Quanto a uma definição de género, talvez o suspense/romance. Tem muitos pontos de loucura e até alguns laivos de terror, com cenas onde não é possível definir o que é real ou não na "mente" de David ou em toda a sua história. Um estrondoso thriller romântico.

Nota (0 a 10): 9,5