sábado, 31 de março de 2018

A Sul da Fronteira, a Oeste do Sol, de Haruki Murakami

Sinopse:

Na primeira semana do primeiro mês do primeiro ano da segunda metade do século XX, ao protagonista, que também faz as vezes de narrador, é dado o nome de Hajime, que significa "início". Filho único de uma normal família japonesa, Hajime vive numa província um pouco sonolenta, como normalmente todas as províncias o são. 

Nos seus tempos de rapazinho faz amizade com Shimamoto, também ela filha única e rapariga brilhante na escola, com quem reparte interesses pela leitura e pela música. Juntos, têm por hábito escutar a coleçao de discos do pai dela, sobretudo "South of The Border, West of the Sun", tema de Nat King Cole, que dá título ao romance.

Mas o destino faz com que os dois companheiros de escola sejam obrigados a separar-se. Os anos passam, Hajime segue a sua vida. A lembrança de Shimamoto, porém, permanece viva, tanto como aquilo que poderia ter sido como aquilo que não foi. De um dia para o outro, vinte anos mais tarde, Shimamoto reaparece certa noite na vida de Hajime. Para além de ser uma mulher de grande beleza e rara intensidade, a sua simples presença encontra-se envolta em mistério. Da noite para o dia, Hajime vê-se catapultado para o passado, colocando tudo o que tem, todo o seu presente em risco. (in Goodreads)



Opinião:

Este é o primeiro livro que leio deste autor. Gostei bastante da escrita, muito fluída, adulta, cheia de elegância e sobriedade. Também gostei da história, simples e muito bem contada. No entanto, fiquei sempre à espera de algo mais...algo mais que não aconteceu nesta história e que eu esperava que acontecesse. Não sei definir o que é que esperava e não tenho na minha imaginação possíveis finais para lhe dar, o que é ainda mais estranho. Claro que tenho, mas não tenho nenhum que possa dizer: "Sim! Devia ter sido assim!". Não. Não é que não tenha gostado do final, é mais uma sensação de história não terminada, incompleta e demasiado suave. É estranha, esta sensação, pois não é usual nas minhas leituras. 

As personagens são bastante simples, mas complexas, em especial Shimamoto, que é um mistério para todas as outras personagens e para o leitor. No entanto, a que mais me agradou foi mesmo Hajime, o narrador. A sua visão da própria vida e dos acontecimentos acabou por ser aquilo que me agarrou à história, uma vez que se revelou um narrador coerente e interessante. As outras personagens também são importantes para a história, mas não houve nenhuma que me tivesse agarrado por aí além. 

Em relação à história em si, gostei, achei-a interessante exatamente por ser muito simples e sem complexos. Uma verdadeira história oriental, simples, sem floreados, muito clara. Porém, não posso dizer que tenha ficado fascinada. É uma história, que deixa a sua marca, mas que não me fascinou. O romance entre as personagens principais é interessante, magnético e forte, mas não consegui passar o tempo a torcer pelo romance.  

O que gostei mais foi da escrita, daí o narrador ter sido a personagem que mais me agarrou. Gostei da forma simples, discreta, sem complexos com que tudo é posto na narrativa. Não há filtros, o que promove uma leitura bastante madura e profunda. Lê-se muito rapidamente, devido à fluidez da narração e à sua simplicidade. 

Em suma, recomendo a todos os que gostam de uma história de amor, escrita de forma simples, mas mágica.

NOTA (0 a 10): 6

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