terça-feira, 30 de abril de 2013

"Anjo Mecânico", de Cassandra Clare

Seja o que fores fisicamente, macho ou fêmea, forte ou fraca, doente ou saudável...todas essas coisas têm menos importância do que o que o teu coração abarca. Se tiveres a alma de um guerreiro, és um guerreiro. Seja qual for a cor, a forma, o estilo do quebra-luz que a esconde, a chama dentro da candeia permanece a mesma. Tu és essa chama. pág. 235

Sinopse:

A magia é perigosa, mas o amor é ainda mais perigoso.

Quando Tessa Gray, uma rapariga de dezasseis anos, atravessa o oceano para se reunir ao irmão, o seu destino é a Inglaterra do reinado da rainha Vitória e aventuras aterrorizadoras aguardam-na no Mundo-à-Parte de Londres, onde vampiros, bruxos e outras personagens sobrenaturais palmilham as ruas iluminadas a gás. Apenas os Caçadores de Sombras, guerreiros que se dedicam a livrar o mundo de demónios, conseguem manter a ordem no caos.

Raptada pelas misteriosas Irmãs Escuras, membros de uma organização secreta chamada Clube Pandemonium, Tessa depressa fica a saber que também pertence ao Mundo-à-Parte e que possui uma habilidade rara: o poder de se transformar, quando quer, noutra pessoa. Além disso, o Magister, a figura misteriosa que dirige o clube, tudo fará para reclamar o poder de Tessa para si.

Sem amigos e perseguida, Tessa refugia-se junto dos Caçadores de Sombras do Instituto de Londres, que juram encontrar-lhe o irmão se usar o seu poder para os ajudar. Em breve se sente fascinada, e dividida, entre dois amigos: James, cuja beleza frágil esconde um segredo mortal, e Will, um rapaz de olhos azuis, cujo humor cáustico e temperamento volúvel mantêm toda a gente da sua vida à distância… ou seja, toda a gente menos Tessa. À medida que a investigação os vai arrastando para o âmago de uma conspiração tenebrosa que ameaça destruir os Caçadores de Sombras, Tessa percebe que poderá ter de escolher entre salvar o irmão e ajudar os seus novos amigos a salvar o mundo… e que o amor pode ser a magia mais perigosa de todas.
(IN GOODREADS)


Opinião: 

Este é o primeiro livro da trilogia "Caçadores de Sombras - As Origens". Estava com muita curiosidade!
Uma história passada no séc. XIX, época vitoriana, Londres, anjos, bruxos, vampiros e outros seres, mais aventuras e aquele toque de romance: possível história de encantar!

Pois bem, aqui está um começo de facto estrondoso, com um final mesmo surpreendente, em que se fica completamente curioso para ler o próximo.

Gostei bastante. O enredo é promissor, bem escrito, bem construído. É um argumento forte, complexo, sentimental e mágico, cheio de ação, de dúvidas e de perigos, onde tudo é importante para compreender a história. As personagens têm personalidades muito interessantes, complexas, diferentes umas das outras, com segredos e mistérios que me fizeram querer ler mais para os desvendar. Os ambientes estão muito bem descritos: parece que estava lá. É possível como que visualizar os espaços e sentir os cheiros e ouvir os sons. Excelente!

Das personagens, as que mais gostei foram (por ordem de preferência): Jem, Tessa, Will, Charlotte, Henry e Sophie. Todas as outras são interessantes, mas estas ficaram, por agora, a ser aquelas mais especiais. Também temos Mortmain, aquele individuo misterioso, que não vou aqui abordar muito para não spoilar os leitores!

Jem é um mimo, sempre presente, prestável, amigo, sincero. Parece que sabe muito, e talvez saiba. É o mais sensato e o mais delicado de todos. A sua doçura arrebatou-me. No entanto, sofre de uma estranha doença (que não vou aqui abordar!) que o enfraquece. Tem como seu maior amigo, Will, que pode ser muito frio e um pouco maldoso, mas que quando vê Jem doente logo se apronta a ajudar o amigo em tudo.
Já pegando em Will... ele é bastante belo e jovial, sempre a armar-se em engraçado, no entanto esconde algo sombrio que parece que ninguém sabe do que se trata. É um exímio lutador e está sempre pronto a ajudar os seus.

Tessa, a personagem principal, é uma rapariga que vem de Nova York para Londres, para se encontrar com o seu irmão, Nathaniel. Tessa logo descobre, por meios horrendos, que tem um estranho poder e acaba por chegar ao Instituto. Tessa é inteligente, forte, romântica, amigável e bondosa. É perseguida por um estranho motivo. Ao pescoço usa um anjo de metal, uma peça mecânica que faz tiquetaque. Tessa depressa trava "amizade" com os dois rapazes e assim começa uma história entre o trio.
Quanto a Charlotte Henry: Charlotte é casada com Henry. Ela dirige o Instituto e está sempre pronta a investigar e agir em momentos de perigo. Henry é um inventor, divertido e um pouco trapalhão, que por vezes acaba por causar alguns problemas. Quanto a Sophie, é uma criada do Instituto, muito especial e boa rapariga, com uma cicatriz terrível.

O Instituto é o local onde os Caçadores de Sombras habitam. Toda a história à volta deles é fascinante e muito bem estruturada. Os Caçadores de Sombras, que são descendentes de um Anjo, protegem o Mundo contra as forças do mal. Para pacificar as relações entre eles e algumas criaturas mais sombrias, fixaram-se as Leis, que são fruto de um Acordo entre as "raças". Muito joga à volta de ocorrências contra o Acordo.
Mas o que os Caçadores de Sombras não estavam à espera, era que algo diferente estivesse a ser delineado, algo que não é sobrenatural, mas construído pelo Homem.

Senti-me na necessidade de descrever um pouco pois gostei mesmo muito do livro e queria com isto argumentar a seu favor! Tudo o que descrevi é o porquê de ter gostado tanto, bem como a reflexão sobre a história em si.
Excelente! =) 

NOTA (0 a 10):10

sábado, 20 de abril de 2013

A Máquina do Tempo, de H. G. Wells

 Sinopse:

Publicado pela primeira vez em 1895, A Máquina do Tempo consagrou-se como uma das obras primas da literatura universal e iniciou o período literário em que o homem é capaz de viajar no tempo e, por vezes, alterar o destino da humanidade. E, Wells começou aqui uma fantástica e aclamada produção literária, tantas vezes adaptada ao cinema e televisão, tendo sido a sua Guerra dos Mundos adaptada à rádio por Orson Wells e lançado o pânico nos Estados Unidos pelo seu impressionante realismo.

No final da época vitoriana, um cientista inventa a Máquina do Tempo e viaja até ao ano 802.700, onde encontra tudo mudado.
Nesta época, muito mais utópica, as criaturas que encontra pareciam viver em perfeita harmonia.
O Viajante do Tempo pensa poder estudar estes magníficos seres humanos, desvendar-lhes os segredos e regressar ao seu tempo. Até que descobriu que a sua invenção, o seu passaporte para a fuga, tinha sido roubada…
(In Goodreads)


Opinião:

E tenho comigo, para meu conforto, duas estranhas flores brancas - agora murchas, castanhas, espalmadas e estaladiças - testemunho de que, mesmo depois de a mente e a força se irem, a gratidão e uma ternura mútuas habitavam ainda no coração do homem.

Um livro com uma história muito interessante e até perturbadora. É ficção, mas faz pensar. Há uma mensagem em toda a obra, bem explicita. É como se toda a história fosse uma metáfora da sociedade: trabalhadores vs. ricos que não precisam de trabalhar para ganhar a vida. A ideia do que a falta de direitos, de educação, de consideração por parte da sociedade pode levar é-nos aqui mostrada. A dicotomia entre os Elóis e os Morlocks é deveras interessante e revela espírito critico por parte do autor.

Este livro é um relato de um possível futuro, que muito espantou as pessoas do século XIX. Para livro do período vitoriano, tem uma escrita bastante prática e fluída, sempre com aquele lado sombrio que tanto caracteriza esta época literária. Há sempre uma atmosfera estranha à volta da viagem. E o Viajante é alguém misterioso, cujo nome não sabemos, dando a oportunidade de personificar à nossa vontade.

Gostei realmente deste livro, é bastante profundo, para quem o quiser ler de um modo mais sóbrio e introspectivo. É assim que este livro deve ser lido, pois só assim a sua beleza pode ser apreendida.

Excelente história, curta e concisa, cheia de ideais e de metáforas. Recomendo a todos os que não procuram um simples divertimento, mas sim algo mais reflexivo. 

Vi o filme, de 2002, antes de ler o livro. É muito diferente e apesar de ter gostado bastante do filme, o livro é muito melhor, pois tem uma mensagem muito mais marcante. 


NOTA (0 a 10): 7