domingo, 25 de setembro de 2016

A Seleção, de Kiera Cass

Sinopse:

Para trinta e cinco raparigas, A Seleção é a oportunidade de uma vida. 

É a possibilidade de escaparem de um destino que lhes está traçado desde o nascimento, de se perderem num mundo de vestidos cintilantes e joias de valor inestimável e de vivem num palácio e competirem pelo coração do Príncipe Maxon.

No entanto, para America Singer, ser selecionada é um pesado. Terá de virar costas ao seu amor secreto por Aspen, que pertence a uma casta abaixo a sua, deixar a sua família para entrar numa competição feroz por uma coroa que não deseja, e viver num palácio constantemente ameaçado pelos ataques violentos dos rebeldes. 

Mas é então que America conhece o Príncipe Maxon. Pouco a pouco, começa a questionar todos os planos que definiu para si mesma e percebe que a vida com que sempre sonhou pode não ter comparação com o futuro que nunca imaginou. (in Marcador Editora)


Opinião: 

Este é o primeiro livro desta saga. Com uma capa maravilhosa e uma sinopse interessante, aqui está um livro que me despertou a atenção há muito tempo. Li-o agora e tenho a dizer que achei-o bastante peculiar. 

Gostei das personagens, em especial dos rapazes, o príncipe Maxon e Aspen. Não desgostei de America, a personagem principal, mas não me encheu as medidas. Achei-a igual a tantas outras personagens do género e não se mostrou muito bem à altura do desafio. Mas também, o desafio não era assim tão grande, uma vez que o enredo é um tanto previsível. Existe um triângulo amoroso e a luta entre as raparigas para serem selecionadas é renhida, mas tirando essas três personagens, não senti nenhuma que se destacasse mais. 

Em relação à história em si, tem uma premissa interessante. Toda a ideia da Seleção em si, da competição e do casamento está engraçada. Também a contextualização está adequada e bem elaborada, uma vez que a autora teve a preocupação de criar bases para todo o contexto. Os momentos em que Maxon está com America são muito bons e gostei das suas conversas, tal como gostei de ver America e Aspen. E o que me deixa mais curiosa nesta história é mesmo saber com qual delas ela fica ou o que é que acontece ao trio amoroso. 

A linguagem é bastante fluída, o que faz com que a leitura seja bastante rápida. Também ajuda o facto de haver muita ação e diálogos. As descrições não são muitas, mas as que existem estão muito bem e úteis para visualizar o espaço e ambiente. Não há nada de muito profundo a nível destes pontos, tanto da linguagem como das descrições.

Outro aspeto que me agradou foi o facto de haver mais do que só o foco na Seleção em si, na escolha da eleita para o príncipe. Toda a parte das revoltas e dos revolucionários está bastante boa e consegue captar facilmente a atenção, uma vez que é a parte onde há mais ação e emoção, apesar de não estar muito presente ao longo da narrativa. 

Também gostei da forma como a autora foi narrado os acontecimentos. A história segue um caminho suave, e, para o género de livro que é, isso não é mau, antes pelo contrário. No entanto, apesar de ter ação, estava à espera de mais, principalmente dentro do grupo de selecionadas. 

Em suma, é um primeiro livro engraçado, leve e que entretém. Espero gostar mais do segundo e espero que haja um maior desenvolvimento tanto a nível das personagens como da história em si. Recomendo a todos os que gostam de um livro leve e descontraído. 

NOTA (0 a 10): 7

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Star Trek Volume 1, de Mike Johnson, Steve Molnar e Joe Phillips

Sinopse:

Where No Man Has Gone Before

Enquanto a tripulação da nave Enterprise e o seu capitão James Kirk andam a explorar o Espaço, encontram uma cápsula de uma nave muito antiga que está a transmitir uma mensagem com um conteúdo assustador em relação a acontecimentos a bordo. Quando James pede para intersetar a mensagem e se aproximam da cápsula, algo estranho acontece a bordo da Enterprise, ficando um dos membros da tripulação com estranhos comportamentos, criando o pânico a bordo da nave.

The Galileo Seven

A nave Enterprise está numa missão de entrega de medicamentos a New Paris para ajudar no combate a uma doença, quando se aproximam de um género de formação quasar. O capitão Kirk envia Spock, Bones e mais alguns membros da tripulação para explorar, mas a lancha é atraída pelo campo magnético do quasar e acabam num local desconhecido e sinistro, sem energia para voltar para a nave.


Opinião:

Este volume é composto por duas histórias, sendo elas Where No Man Has Gone Before e The Galileo Seven. E ambas são muito boas, inspiradas na série e nos filmes.

Em relação às personagens, tanto na primeira como na segunda história, estão muito bem. Gostei de encontrar Spock e Kirk na literatura, algo que ainda não tinha acontecido, e gostei muito porque foi uma experiência engraçada e agradável, uma vez que gosto muito destes dois. Quanto a outras personagens, estão todas bem, Uhura está sempre lá para salvar o dia e as outras personagens que aparecem para completar o enredo também estão bem, interessantes e complexas.

A primeira história é bastante interessante, tem um clima mais denso, tanto a nível das relações entre as personagens, como a nível do problema que aparece a estas para resolver. Existe um conflito entre a amizade e o dever, em que Kirk tem de escolher bem por causa da salvação da nave e tripulação e isso enriquece a história. Tem bastante tensão, emoção e aventuras.

Na segunda história, temos as personagens principais novamente em grande estilo e rodeadas de perigos. É outra história engraçada, com alguns momentos de humor, emoção, aventura, um bocadinho de drama e romance. Está bem elaborada e tem um enredo interessante. Gostei da forma como foi construída e como tudo foi resolvido.

Gostei de tudo e foi uma leitura que me encheu as medidas. É bom ler banda desenhada, é diferente, descontraído e uma excelente experiência. Recomendo vivamente! 

NOTA (0 a 10): 10

sábado, 17 de setembro de 2016

O Rouxinol, de Kristin Hannah

Sinopse:

Na tranquila vila de Carriveau, Vianne despede-se do marido, Antoine, que parte para a frente da batalha. Ela não acredita que os nazis vão invadir a França...mas é isso mesmo que fazem, em batalhões de soldados em marcha, em caravanas de camiões e tanques, em aviões que enchem os céus e largam as suas bombas por cima dos inocentes. Quando um capitão alemão reclama a casa de Vianne, ela e a filha passam a ter de viver com o inimigo, sob risco de virem a perder tudo o que têm. Sem comida, dinheiro ou esperança, e à medida que a escalada de perigo as cerca cada vez mais, é obrigada a tomar decisões impossíveis, um atrás da outra, de forma a manter a família viva. Isabelle, a irmã de Vianne, é uma rebelde de dezoito anos, que procura um objetivo de vida com toda a paixão e ousadia da juventude.

Enquanto milhares de parisiences marcham para os horrores desconhecidos da guerra, ela conhece Gäetan, um partisan convicto de que a França é capaz de derrotar os nazis a partir do interior. Isabelle apaixona-se como só acontece aos jovens...perdidamente. Mas quando ele a traia, ela junta-se à Resistência e nunca olha para trás, arriscando vezes sem conta a própria vida para salvar a dos outros. Com coragem, graça e uma grande humanidade, a autora bestseller Kristin Hannah capta na perfeição o panorama épico da Segunda Guerra Mundial e faz incidir o seu foco numa parte íntima da história que raramente é vista: a guerra das mulheres. 

O Rouxinol narra a história de duas irmãs separadas pelos anos e pela experiência, pelos ideais, pela paixão e pelas circunstâncias, cada uma seguindo o seu próprio caminho arriscado em busca da sobrevivência, do amor e da liberdade numa França ocupada pelos alemães e arrasada pela guerra. Um romance muito belo e comovente que celebra a resistência do espírito humano e em particular no feminino. Um romance de uma vida, para todos. (in Goodreads)



Opinião:

Um bom romance é sempre um bom romance. Quando existe um contexto rico e fértil então, esse romance tem tudo para ser maravilhoso. Neste caso e com o contexto presente, maravilhoso de belo não seria, mas seria maravilhoso de grandioso e forte. 

Uma história de guerra, de sobrevivência, de amor, de superação e de perdão. Assim se pode adjetivar este livro, que é um marco brilhante na caracterização da vida das mulheres durante a Segunda Guerra, pelo menos de algumas. 

Vianne e Isabelle. Duas irmãs que são o posto uma da outra: Vianne, a mais velha, calma e obdiente; Isabelle, desobediente e aventureira. Com um pai ausente, as duas veem as suas vidas afastadas, enquanto Vianne começa a constituir família e Isabelle foge de colégio em colégio. Até que a guerra começa e as suas vidas alteram-se para sempre. Vianne vê o seu marido partir para a guerra e fica sozinha com a sua filha e Isabelle só tem como desejo alistar-se no corpo médico ou fazer algo de útil para o bem dos franceses. 

Com duas personagens cheias de personalidade e muito diferentes era de prever uma história forte e isso aconteceu. Gostei muito de ambas, acabando por não ter preferência por nenhuma delas, uma vez que, à sua maneira, ambas são especiais, ambas deram o melhor de si e ambas fizeram o que podiam fazer durante aqueles tempos. Vianne consegue transmitir uma calma aparente que por vezes faz desesperar, mas é uma personagem excelente e com uma história de vida muito grande, enquanto Isabelle agarra logo à primeira vista por causa de ser audaz e destemida. Ao terem as duas as suas guerras pessoais nos locais onde estão, mostram todo o seu ser, todo o seu coração e pensamento, e, através dos seus olhos, é possível atravessar os devastadores anos da Segunda Guerra até ao seu final. 

Não é um livro sobre a guerra em si, mas sobre o que a guerra fez às pessoas, como as mudou, moldou e traiu. É uma história forte, triste e bela, que evoca o pior e o melhor do Ser Humano. A forma como a autora conseguiu criar personagens que são tão reais e tão transparentes e complexas está excelente. Não são apenas as irmãs que são complexas, mas sim todas as outras personagens, desde Beck (o nazi que fica em casa de Vianne) até às crianças que aparecem na história. Todas as personagens têm um propósito e dão o seu forte contributo para a história do livro e para a História em si. São autênticos testemunhos da crueldade do que aconteceu, mas também da misericórdia e compaixão que existiu naqueles tempos negros. 

As descrições estão perfeitas. Existe um cuidado em descrever certos detalhes que dão vida à história e ao contexto das personagens, detalhes esses que servem para enriquecer o ambiente e a emoção. É possível imaginar-nos lá com as personagens, ver mesmo os locais, os objectos, as situações. Isso acontece também com as descrições dos sentimentos e emoções das personagens. 

Também a nível do enredo está tudo excelente. A história é poderosa, a linha narrativa é muito rica, muito bem elaborada, criando uma cronologia dos acontecimentos sem nos darmos por isso. Existem momentos de grande ternura, momentos de amor e momentos de grande tensão, bem como de grande tristeza. Mas também existem momentos de alegria e grande beleza. Não é uma leitura fácil, precisamente por isso. É uma história que nos entra no coração e na mente, que nos deixa a pensar e que nos faz refletir sobre muitos temas. Gostei bastante da forma como Isabelle atravessou imensas vezes os Pirenéus para salvar os pilotos Aliados e de como lutou pela libertação da França, bem como da forma sofrida como Vianne protegeu os seus.

Em suma, é uma obra de arte. Uma ode à Mulher, à Coragem e à Sobrevivência. Também ao Amor e ao Perdão. De facto, é um dos livros com a Segunda Guerra como contexto em que menos mostra a guerra, mas em que os seus estilhaços mais cortam. Gostei muito da forma como a autora descreveu o quotidiano das personagens, as suas aventuras e os seus esquemas, tal como os seus romances, medos e alegrias. Recomendo a todos os que gostam de uma história poderosa e forte. 

NOTA (0 a 10): 10