sábado, 28 de julho de 2012

"A Volta ao Mundo em 80 Dias" de Júlio Verne

A minha primeira leitura das obras de Júlio Verne!
Sempre tive curiosidade sobre este autor devido ao cariz fantástico das suas obras, que são clássicos.

Esta história é outra daquelas que eu tinha mais ou menos conhecimento: via os desenhos animados do Willy Fogg. Provavelmente a história não deve ser exatamente igual, mas pelo menos as personagens acho que sim.

E por isso mesmo decidi iniciar a leitura de livros de Júlio Verne por um que eu, mais ou menos, já conhecia alguma coisa. Escolhi este. E acho que fiz uma boa escolha.

O livro conta as aventuras de Phileas Fogg, um gentleman inglês, que depois de apostar com os seus colegas do Reform Club de que era  capaz de dar a volta ao mundo em 80 dias, parte rumo ao desconhecido, sempre com uma grande serenidade. Leva consigo o seu criado, o senhor Passepartout. Mas, devido a um roubo de muito mas muito dinheiro, no banco de Londres, começa-se a especular se Fogg não foi o ladrão (o retrato do ladrão condiz com o de Fogg) e Fix, um inspetor da policia, parte à aventura atrás de Fogg e do seu criado. Pelo caminho vão encontrando outras personagens interessantes e muitas aventuras.

Gosto muito da forma como está escrito: estabelece-se um "diálogo" entre o narrador e o leitor, através da forma da escrita e dos vocábulos e expressões utilizados.
As personagens também são muito interessantes, misteriosas (em especial o Phileas Fogg), bem como todo o enredo. Muitas aventuras, suspense, divertimentos, perigos, enfim, muitas peripécias que fazem deste livro uma excelente obra! 

Recomendo! :)

Nota (0 a 10): 6

Feira do Livro em Sesimbra

Está  a decorrer, de 27 de julho a 19 de agosto, a 9ª Feira do Livro de Sesimbra. 
Descontos, promoções, oportunidades...e uma grande variedade de livros (desde literatura (adultos e crianças) a guias, livros técnicos, dicionários, livros de receitas, manuais sobre vários assuntos...); há todos os géneros da Feira do Livro!

Na Praça da Califórnia, junto ao bar Gliese, podem encontrar o espaço onde decorre. Um espaço bem organizado, bem apresentado, com um excelente ambiente. 

Todos os dias existe um momento de partilha, com autores: apresentações de livros, sessões de autógrafos... e muita animação! Há momentos especiais para os mais novos e outras atividades.
Passem por lá e tomem um copo, um café, um gelado! E claro, desfrutem de bons livros! 

Podem encontrar no link abaixo o site da Câmara Municipal de Sesimbra, onde encontrarão mais informações sobre o evento, bem como o Programa e os Livros do Dia (por enquanto apenas até dia 3 de agosto, posteriormente serão divulgados os restantes livros do dia para depois de dia 3).


http://www.cm-sesimbra.pt/pt/conteudos/noticias+e+eventos/noticias/destaques/20120718_feira_do_livro.htm






quarta-feira, 25 de julho de 2012

"A História Interminável", de Michael Ende

"Querias ser capaz de amar, para poderes voltar para o teu mundo. Amar...é muito fácil dizê-lo! As Águas da Vida vão perguntar-te: quem? Não se pode amar simplesmente, em geral, e de qualquer maneira. Mas tu esqueceste tudo excepto o teu nome."

Desde muito nova que ouvia falar desta história. Via os desenhos animados ou algo do género (não era o filme) num dos canais de tv de desenhos animados, provavelmente no Canal Panda, e não fazia ideia que era baseado num livro.
Mais tarde conheci a música e vi que havia um filme, mas ainda não sabia que todos se baseavam no livro.

Até que descobri.

E decidi, um dia, lê-lo. E assim foi.
Há alguns meses comprei-o, mas só a semana passada lhe peguei.
Não é um livro que se leia depressa, como tantos outros. Não é um livro que tenha achado fácil de ler. No inicio não estava a compreender este meu sentimento em relação ao livro.
Mas com a continuação da leitura compreendi.
A história é muito bonita para se ler depressa; a história tem vários significados implícitos; a história é um hino ao Amor e à Amizade e à acreditar em nós mesmos, em gostarmos daquilo que somos.
Esta história tem uma mensagem demasiado bonita para ser entranhada de um momento para o outro. É preciso tempo para "degustar", é preciso tempo para compreender toda a mensagem.

Gostei muito do livro.

Este livro conta a história de uma História. Conta a história de Fantasia, um "reino sem fronteiras", onde o Homem pode ir e voltar (se conseguir). Fantasia é uma História, uma História Interminável. Uma História onde reina a imaginação. A figura superior de Fantasia é a Imperatriz Criança, uma rapariga, aparentemente criança, mas com uma idade imensa, e uma sabedoria muito grande. Ela não faz distinção entre o "Bem" e o "Mal" e ninguém, de Fantasia, se atreve a fazer-lhe mal. É amada por todos, respeitada.
Mas Fantasia começa a "desaparecer", do nada, no Nada. E a Imperatriz Criança adoece com uma doença mortal relacionada com o Nada. Então decide (depois de outros acontecimentos) mandar um "mensageiro", um "herói" para descobrir a cura para a sua doença. Escolhe um jovem rapaz chamado Atreiú para esse papel e manda que lhe entreguem o seu "Signo", AURIN, a "Jóia" (uma jóia que confere a quem a usa os poderes da Imperatriz Criança).
Este é o inicio da história que Bastian, o rapazinho que encontra e rouba o livro "A História Interminável" de uma loja de livros, começa a ler no livro que roubou. Mas nem tudo é o que parece e, mais cedo ou mais tarde, Bastian apercebe-se de que aquele livro não é o que parece. Não é um mero livro. É um livro mágico.


Com personagens majestosas, paisagens magistrais, culturas incrivelmente diferentes e um enredo completamente alucinante e diferente (de outros que tenha lido), este livro é uma obra de arte.
Recomendo a todos!!! 

"Pois sabia-o agora: havia no mundo muitos milhares de formas de alegria, mas no fundo todas são uma única: a alegria de poder amar. Tudo se resumia a isto."

Nota (0 a 10): 8,5

quinta-feira, 19 de julho de 2012

"A Corte do Ar" de Stephen Hunt


Já há algum tempo que queria ler este livro por causa do ambiente steampunk onde se desenvolve a história.

"A Corte do Ar" conta a história de dois jovens, Molly Templar e Oliver Brooks, cada qual com a sua história de vida. Molly vive num orfanato em Ferromédio, uma cidade do estado de Laborterra. Oliver vive numa pensão, com o seu tio e a empregada deste
.
O mundo dos jovens está prestes a mudar quando coisas estranhas começam a acontecer à volta deles. Depressa esses acontecimentos provam estar intimamente ligados aos jovens: não são meros acasos.
E esses acontecimentos, por sua vez, estão ligados a outros factores e intervenientes.
A prosperidade de Laborterra assenta no seu poderio da Real Marinha Aerostatica, uma frota de aerostátos de guerra. Também assenta na politica liberal e republicana, na policia, na industria, na amizade com o povoavapor (povo de indivíduos mecânicos que vive nas montanhas de Mecância e é governado pelo Rei Vapor), na lei, na ordem de feiticeiros cantores-mundo, na Guarda Especial, na demonstração de "domesticação" do Rei, na detenção de indivíduos encantados (pessoas que estiveram em contacto com a Brumaencantada) e...na Corte do Ar.
O enredo é rico em factos históricos que vão explicando os acontecimentos da história e isso é muito importante para perceber o que se está a ler.

Molly e Oliver vêm-se no papel de possíveis salvadores de Laborterra (devido a certas especificidades deles mesmos) e vão fazer tudo para conseguir salvar a humanidade (humanos e não só) da calamidade que se quer abater sobre Laborterra. Uma calamidade ancestral que tem como objetivo aniquilar a existência e congelar o mundo e que mil anos antes tinha imperado no mundo.
Muitas são as intrigas em que os dois se vêm infiltrados e isso é parte importante da história porque são detalhes importantes para entender tudo.

Depois de ler tenho a dizer que gostei bastante.
Gostei muito do ambiente criado pelo autor, gostei da Arte com que o universo de "A Corte do Ar" foi desenhado. Todas as cidades/estados/reinos têm as suas diferenças (a imensos níveis) e essas diferenças estão muito bem delineadas e descritas.
Gostei muito da intriga e da ação. Aliás, a ação é o grande pilar deste livro. Tem momentos de imensa ação, ação intensa, principalmente nas partes finais.
Gostei do tom ligeiramente humorado da escrita.
Gostei do povoavopor e das aventuras de Molly por Sinistraesperança (cidade subterrânea de foras-da-lei) e das deambulações de Oliver.
Gostei do desenlace antes do final.
Mas acho que o final foi demasiado apressado e pareceu ficar com algo por dizer (fica tudo dito, mas não é explicito). Não sei se tal se deve ao facto deste livro ser o primeiro de uma "saga" (apesar de poderem ser lidos independentemente).

Em suma, é um excelente livro, com um enredo diferente e uma vista artística bastante interessante.
Recomendo!

Nota (0 a 10): 6,5

quinta-feira, 12 de julho de 2012

"As Aventuras de Tom Bombadil e Outras Histórias", de Tolkien

Gosto muito da forma como a escrita de Tolkien flui. Tem uma grande parte de contar histórias e isso é bastante interessante.
Pensava que o livro era diferente, mais parecido com Contos Inacabados, mais sobre a Terra Média e especialmente, mais sobre Tom Bombadil.
E não estava à espera da escrita em poesia.

Mas, gostei. Gostei especialmente dos três contos em prosa. Em especial do de Smith e do de Niggle. Achei o primeiro muito bom devido a toda a Fantasia presente e gostei muito do cariz filosófico do de Niggle. 

O Conto de Tom Bombadil, por assim dizer (não é apenas sobre Tom) remete para o Livro Vermelho de Westmarch.

O Conto de Tom Bombadil tem vários poemas, onde são narradas algumas das aventuras de Tom e doutras personagens. Faz referência a outras personagens da Terra Média, o que é bastante interessante, pois remete para todo o Universo da Terra Média. 
Vários dos poemas apresentam lugares da Terra Média e explicações/ilustrações desses lugares e sentimentos das personagens. 
O Conto de Smith (em prosa) conta a história de Smith, o filho do Ferreiro, que, na festa do Grande Bolo, comeu uma fatia do bolo com uma estrela mágica. Essa estrela abriu-lhe as portas do Reino das Fadas. De destacar o aprendiz/ajudante de cozinheiro, Prentice, que é muito misterioso. 

O Conto de Lavrador de Ham, conta a história de um homem que domesticou um dragão e afrontou um rei.

O Conto de Niggle, A Folha, de Niggle, conta a história de um homem que passava a vida a tentar pintar um quadro gigante com várias sobreposições e visualizações. Ele tinha uma grande viagem a fazer, mas não queria ir. Tinha um vizinho, Parish, e vivia no campo. Esta história é muito interessante porque é filosófica e misteriosa. É introspetiva e estranha.

Para quem gosta de Tolkien, este é um livro que deve ler. Mas não é parecido com O Senhor dos Anéis ou outros da Terra Média.

  
Nota (0 a 10): 5

"A Tapeçaria - O Segundo Cerco" de Henry H. Neff

Depois de ter lido o primeiro livro desta saga tive de ler o segundo, pois o primeiro deixou-me muito curiosa para saber o desenvolvimento das aventuras de Max e David e o que iria acontecer. E depois de o ter lido, só posso dizer que este livro, o 2, é ainda melhor do que o primeiro! Excelente continuação!

"-Oh!- sussurrou este, parecendo apenas ligeiramente surpreendido e deslizando depois para a parede e caindo no chão. Uma mancha pequena alastrava na camisa formal de David, parecendo uma rosa vermelha. A rosa parecia florescer e as suas pétalas alargarem-se, expandirem-se rapidamente até quase cobrirem o flanco de David, o sangue saturando o tecido e escorrendo em pequenos sulcos, manchando-lhe a gravata e as calças." 

Pois bem, em primeiro lugar vou fazer uma breve descrição do enredo, muito muito por alto:

Depois do primeiro ano em Rowan, Max prepara-se para o seu segundo ano. No entanto ele sabe que não vai ser tão pacifico, depois do que aconteceu no final do primeiro ano.
Max começa a a ser treinado como Agente, devido aos seus poderes cada vez mais desenvolvidos, tendo como tutor o Agente Cooper.
Certo dia, Max e David são chamados à presença da diretora Richter e de uma Feiticeira. A Feiticeira explica que está na altura de cumprir o juramento de Bram, um poderoso místico e Feiticeiro morto por Astaroth na batalha de Solas. O Livro das Origens, um poderoso livro imensamente interessante e fantástico, e perigoso estava na posse das Feiticeiras, e Astaroth queria-o. Mas as Feiticeiras aceitaram a proposta de Bram e deram-lhe o Livro, querendo um contrato. E ficou dito que elas poderiam ter três crianças com Magia Antiga para ensinar. O tempo foi passando e essas crianças não apareceram. Mas, por fim, as Feiticeiras, por meio de outrem, descobriram Max e David e mandam a Feiticeira a Rowan para levar David, uma vez que sabiam que Max era necessário à Escola (o Guardião de Rowan). A diretora recusou-se a deixar David ir com a Feiticeira e elas prometeram voltar para o buscar ou vingança.

E David começou a pesquisar sobre o juramento de Bram e uma forma de encontrar a chave e o livro, com a ajuda de Max.
E na viagem, Cooper dá uma missão a Max: proteger o David, custe o que custar, mantê-lo bem e vivo.

Uma viagem de Rowan para a Europa, que começa a ser dominada por Astaroth e pelos seus lacaios, com aventuras constantes e perigos imensos é o recheio principal deste segundo livro. A luta pela posse do Livro das Origens, disputada entre David e Max e Astaroth é a base para este maravilhoso volume.
Os dois amigos viajam por locais reais e por locais fantásticos e maravilhosos, com principal destaque para a Oficina de Frankfurt (um local altamente tecnológico) e para o Sidh (um outro espaço/tempo onde a realidade não é o que parece e a magia é palpável no ar e na terra).
   "- Max - sussurrou David, abanando a cabeça - Não fiques triste. Quando um coisa acaba, outra começa e a peça poderosa continua. Tu não estás a acabar. O mundo não está a acabar. Aconteça o que acontecer, enfrentamo-lo juntos, tu e eu."

Mistérios resolvidos e outros para resolver, personagens misteriosas e personagens que resolvem diversas situações e enigmas, aparecem neste segundo livro. Verdadeiras batalhas, com cenas totalmente descritas, com todos os pormenores, são aqui muito bem apresentadas e desenvolvidas e dão um toque esplêndido a esta história.

Quanto às personagens, vê-se um claro desenvolvimento psicológico de todas, em especial de Max. David é sempre bastante misterioso e estou imensamente curiosa para saber mais sobre ele, porque é a minha personagem favorita. Quero saber como é que ele sabe tanta coisa, como é que ele é um Feiticeiro e muito mais. Ele tem um papel muito importante na história e o mistério à sua volta intensifica a minha curiosidade.

Não existem pontas soltas no enredo, tudo é explicado (nem tudo, porque penso que isso, só no final da saga, claro). Gosto muito do enredo e das personagens. O facto de existir umas doses de humor ao longo do livro também é interessante. Muito bom!

Recomendo este livro a todos os que gostam de Fantasia e não só, a todos os que gostam de Aventuras, porque é disso que esta saga fala, e da amizade e coragem, bravura e amor. Excelente!

Nota (0 a 10): 10

"A Tapeçaria - O Guardião de Rowan" de Henry H. Neff

Fiquei encantada à primeira com a capa deste livro.
Depois de ter lido a sinopse e várias outras informações decidi experimentar.
Ainda bem!

Foi uma surpresa maravilhosa. Gostei muito.

Este é o primeiro livro da saga "A Tapeçaria". É apresentado o "herói", Max McDaniels, um rapaz de Chicago, de 12 anos. Max vive com o pai, um publicitário. A sua mãe desapareceu. E todos os anos, no aniversário da mãe, Max e o pai, visitam o Instituto de Arte de Chicago, que era o local preferido da mãe de Max. Naquele dia de verão, na viagem para o Instituto, Max vê um homem estranho, com um olho verde e outro branco leitoso, a olhar fixamente para ele no comboio. Max fica muito assustado e diz ao pai, mas o pai ri-se e não diz nada.

No Instituto, o pai de Max encontra o seu chefe e a esposa e começam a conversar. Depois de apresentar Max, dá ordem ao filho para ir explorar o espaço. O rapaz decidi ir até a um local onde estão objetos medievais, para desenhar alguns dos objetos, no seu caderno de esboços. Enquanto está a desenhar uma armadura, Max avista o homem estranho do comboio a falar com o segurança e a perguntar por um rapaz cuja descrição é idêntica à de Max. Max fica novamente com medo e esconde-se numa sala que tinha uma placa a dizer "Em reparação, entrada proibida". Nessa sala, pequena e escura, Max encontra uma tapeçaria antiga e desbotada. Começa a tentar perceber o padrão da tapeçaria e esta começa a brilhar e o padrão começa a mover-se. Muito tempo depois, Max ouve o pai à procura dele e sai da sala. Sem o seu caderno de esboços (levado pelo homem estranho), Max sai do Instituto de Arte com pai, de castigo. Na viagem de comboio, Max descobre um papel no seu bolso com uma estranha mensagem a dizer que ele é um Potencial e que vai encontrar um Recrutador no dia seguinte.

No dia seguinte, o pai avisa-o que vai ter de sair por uns dias (um ou dois) e ele vai ficar sozinho, e de castigo. O rapaz assim fica e algum tempo depois ouve alguém a bater à porta. Max descobre uma velhinha que diz ser quem ele está à espera e pede-lhe para ele contar o que viu na tapeçaria, insistindo imenso. O rapaz começa a desconfiar da mulher e foge. Enquanto foge, a velha lança-lhe um feitiço que lhe deixa uma das pernas dormentes e depois de trepar para o telhado do forte de madeira, Max atira-se do telhado de três metros de altura. Fica um bocado zonzo, mas a velha continua a persegui-lo e ele tem de fugir. A velha chama por alguém e ele foge novamente, chocando com um homem no passeio. Começa a agredir o individuo até que no meio de gritos e perguntas desmaia. O homem leva-o para casa e toma conta dele, preparando-lhe uma refeição e esperando que ele acorde. Quando isso acontece, conta a verdade a Max. Nigel, o seu nome, é o Recrutador e a velha era alguém mau, que tinha como objetivo levá-lo.
É através de Nigel que Max fica a saber que é um Potencial e que poderá entrar na Academia de Rowan, uma escola de magia e artes poderosas.
Max decide ir para Rowan e lá fica a saber a totalidade daquilo que o afligiu naquela tarde e daquilo que aflige a comunidade de Rowan e, no global, o mundo inteiro.
Max, com a ajuda do seu colega de quarto e amigo, David Menlo, embarca numa aventura para solucionar mistérios e perigos.


E é assim que começa esta história.
Com uma história coerente e personagens interessantes, o primeiro livro cativou-me.
Tem ilustrações, do autor do livro, que são excelentes! Todos os capítulos começam com uma ilustração que "faz" um apanhado de algumas coisas significativas que acontecem ao longo do capitulo. E, pelo meio, encontram-se outras ilustrações maiores.

Esta história junta vários elementos do mundo fantástico: magia, feitiçaria, poderes, ficção cientifica, entre outros elementos.

De todas as personagens que aparecem ao longo do livro, gostei bastante de duas. Em primeiro lugar, gosto muito do David Menlo. O amigo de Max é realmente interessante e um bocado misterioso. Tímido, calmo (aparentemente), e não muito saudável, David é um grande feiticeiro. Excelente praticante de Mística, David por vezes assusta os colegas com as suas capacidades. É também um grande amigo, estudioso, curioso e sabe muita coisa. Quero realmente ficar a saber mais sobre ele.
O segundo que mais gostei foi o Max, pelas suas características psicológicas e pela forma como ele age.

Para quem poderá achar que é parecido com Harry Potter, aviso desde já que não é. Tem muitas e muitas diferenças. Aliás, é completamente diferente. Enquanto fã de Harry Potter, comecei por fazer algumas comparações, mas é impossível comparar. São os dois diferentes e os dois muito bons!!! Recomendo vivamente. Gostava de ver esta história no grande ecrã :D

Um excelente livro e espero que o segundo seja tão bom ou melhor do que este :D 
Aqui está  o link para o site do autor, onde podem encontrar muitas curiosidades e detalhes sobre as personagens e Rowan:
 http://www.henryhneff.com/

Nota (0 a 10): 9

"O Afinador de Pianos" de Daniel Mason

Este livro foi uma surpresa. Primeiro, porque não sabia praticamente nada sobre ele. Segundo, porque nem sempre leio livros deste género. Terceiro, não sabia muito bem se ia ou não gostar, não tinha muitas expectativas.

O livro conta a história de Edgar Drake, um afinador de pianos inglês, especialista em pianos Erard, que é convocado pelo Exército Britânico para ir à Birmânia, encontrar-se com o Dr. Anthony Caroll, para afinar o seu Erard, no meio de uma zona shan (povo local), Mae Lwin, onde está o acantonamento do Doutor.
Edgar deixa a sua esposa, Kathrine, e vai para a Birmânia, numa viagem pela Europa, Mar Vermelho, Índia...até à Birmânia.
E, sem saber como, vê-se numa rede de intrigas e politicas que ele não conhecia e que não estava minimamente preparado.

Ao principio comecei a achar que não ia gostar muito, porque tem uma forma um tanto estranha de apresentar os diálogos (que até faz sentido, depois de analisada). Mas depois começou a entrar mais ação...e foi adensando-se.

E acabou por tornar-se um livro muito interessante, diferente.

O primeiro ponto de maior relevo é a sensação. O livro apela aos sentidos. Toda a descrição, muito vivida, do percurso de Edgar até à Birmânia, e a sua estadia lá, tudo é muito vivido, quase que é possível cheirar, provar, tocar, ver, ouvir. Muito bom!

O segundo ponto prende-se com a história em si: o tratamento histórico do autor. Parte do enredo é verídico. A ocupação inglesa na Índia e na Birmânia é um facto histórico, bem como algumas das personagens que aparecem no livro.

O terceiro ponto é a reviravolta inteligente que acontece quase no final da obra. Não estava nada à espera. Surpreendeu-me em absoluto. Fantástico.

É um romance histórico que nos leva numa viagem maravilhosa pelo oriente e pela mente do afinador de pianos.

Recomendo a todos os que gostam de romance histórico, livros onde existe exotismo, paisagens bonitas, palavras subtis e um desfecho diferente, e a cima de tudo, para quem gosta de se aventurar numa aventura diferente e cativante.

Gostei muito!!!

Nota (0 a 10): 7

"O Ladrão da Eternidade" de Clive Barker

Um livro que estava muito curiosa para ler!
Com um grafismo excelente e mágico, a curiosidade foi completa!
Bem como a sinopse! É bastante interessante...!

Ora bem, este livro conta a história de um rapaz, Harvey Swick, de 10 anos, que, em pleno fevereiro, sente a pressão do inverno e do enfado que a sua vida quotidiana leva.

"A grandiosa e parda fera que Fevereiro era tinha comido vivo Harvey Swick."

E é então que é levado para um sítio misterioso, para a Casa de Férias, onde o dia é composto por todas as Estações: de manhã é Primavera; de tarde, Verão; ao crepúsculo é Outono e à noite é Inverno.
Doces, comidas maravilhosas, promessas de alegria eterna e de tudo de maravilhoso, existe na Casa de Férias. Lá, Harvey Swick conhece Wendell, um rapaz de óculos e um tanto "pacifico" e Lulu, uma menina alegre, mas que de vez em quando passava a estados mais melancólicos.
Na casa existem várias personagens: a Senhora Griffin com os seus gatos, os quatro irmãos: Rictus (que levou Harvey para a Casa de Férias), Jive, Marr e Carna; e o Senhor Hood, que é o dono da Casa de Férias.
Harvey depressa sente que algo não está completamente bem, quando descobre um lago que destoa do resto do terreno agradável. O lago cheira mal e é habitado por peixes medonhos e estranhos. Harvey começa a sentir-se desconfiado...
E é então que os rapazes começam a fazer planos para tentar abandonar a Casa de Férias...

Não vou contar mais, porque este é daqueles livros que é impossível contar sem contar tudo tudo.
"Preencheria cada momento com as estações que encontrara no coração: esperança, como os pássaros nos ramos de Primavera; felicidade, como o Sol quente de Verão; magia, como as inesperadas neblinas de Outono. E o melhor de tudo: o amor - amor suficiente para durar mil Natais."

Gostei muito do livro. Tem uma história muito apelativa. Tem mistério, emoção, aventuras, laivos de terror, perseguições, amizade... tem uma história que releva o papel dos conceitos binários: Bem e Mal. E é muito bom ver como é que uma criança de 10 anos consegue encontrar coragem para enfrentar tudo o que tem de enfrentar na Casa de Férias.

Com uma descrição fascinante e de cortar a respiração, o desenlace está muito bem conseguido.
Enquanto estava a ler, fui traçando mentalmente alguns finais que me pareciam possíveis. O que não estava à espera era do que acontecia antes do final mesmo dito! Fantástico!

Comparo este livro, em parte, ao "Coraline e a Porta Secreta" de Neil Gaiman. Tem vários elementos em comum, mas com outros tantos diferentes. Como gostei muito do da Coraline, era impossível não ter gostado deste. Mas parece-me que a história de Harvey tem um desenvolvimento mais "real" e bem explicado do que a de Coraline. Dois livros interessantes e que devem ser lidos! 
Podem escolher as capas:



Aconselho vivamente! :)




Nota (0 a 10): 7

"As Aventuras de Tom Sawyer" de Mark Twain




Tom Sawyer!
Oh, como eu gostava de ver os desenhos animados do Tom Sawyer. Aventuras, maluqueiras!

Quando os via nem tinha noção da existência do livro e de que os desenhos eram uma adaptação.
É o segundo livro que leio por causa de desenhos animados. O primeiro foi A Ilha do Tesouro, que é um dos meus livros favoritos.

"As Aventuras de Tom Sawyer" é, como diz o título, um livro que fala das aventuras deste rapaz.
Tom anda sempre metido em sarilhos e traquinices. Tem vários amigos, mas Huckleberry Finn e Joe Harper são os seus grandes amigos. Também tem uma "amiga" de nome Becky Thatcher, por quem Tom se apaixona à primeira vista.
Tom, apesar de pregar grandes sustos à Tia Polly e a várias outras pessoas, de se meter em alhadas, de mentir e de fazer várias traquinices, tem um coração muito grande e ajuda sempre os seus amigos.

Gosto de livros de aventuras. Este é um livro onde esse é o ingrediente principal.
Quando acabei, desejei que tivesse mais páginas. Queria que continuasse! É que tem uma história tão bonita...!

É um dos livros que vai ficar no meu coração. Suponho que a maior parte das pessoas que leu o livro ficou com Tom no seu coração.

Este é um livro que todos deviam ler, pois é uma história aparentemente simples, mas que mostra o melhor de todos nós. Mesmo que por vezes o caminho que se percorre tenha alguns percalços, é possível ser-se bom, amigo e leal.
E tem aventuras e perigos e momentos cómicos! Ri-me bastantes vezes ao longo da leitura!

Um bom livro! Personagens eternas e aventuras intemporais!

Um dos meus livros favoritos! :)

Nota (0 a 10): 6,5

"O Nome do Vento - Parte 2" de Patrick Rothfuss

"São as perguntas a que não podemos responder que mais nos ensinam. Ensinam-nos a pensar. Se deres uma resposta a um homem, dás-lhe apenas um facto. Se lhe deres uma pergunta, fá-lo-ás procurar as suas próprias respostas." 

"E tudo para. Todo o meu corpo se arqueia. Estou hirto como uma corda de alaúde. Trémulo. Arqueado. Esticaram-me demasiado durante a afinação e quebro..." 

"Ouvi-a conter a respiração, espantada, quando viu o tapete de margaridas alongar-se à sua frente.
- Esperei muito tempo para mostrar a estas flores como és bonita - disse-lhe."

Esta é a segunda parte de "O Medo do Homem Sábio", livro 2 do "O Nome do Vento".

Tem alguns spoilers, nada de muito relevante!

Nesta segunda parte, Kvothe continua a sua aventura por Vintas, com um grupo de mercenários, à procura de bandidos, a mandado do Maer Alveron.
Conhece Tempi, um mercenário Adem.
Passadas várias peripécias, Kvothe, e o grupo, encontram Felurian, a mais bela de todas as mulheres, humanas e Fae. Felurian é conhecida em histórias e o que estas contam é como ela enlouquece os homens, amando-os imensamente e intensamente até matá-los ou enlouquecê-los.
Kvothe sente-se seduzido por Felurian e persegue-a pela floresta até a apanhar.
Muita coisa acontece enquanto Kvothe está em Fae.

Passado algum tempo, regressa e parte com Tempi, para Ademre. Lá tenta escapar de uma sentença devido ao uso de Ketan (uma especie de arte marcial) e por conhecer "segredos" dos Adem, contados por Tempi.

Eventualmente, acaba por regressar a Severen, para se encontrar com o Maer e depois disso parte para a Universidade.

Em todo este percurso, Kvothe tenta saber mais sobre os Amyr e sobre os Chandrian. Várias aventuras acontecem e encontros. Kvothe vai aprofundando o seu conhecimento de técnicas de luta e de magia, bem como outros conhecimentos.

Gostei muito do livro. Já tinha gostado dos dois anteriores e este continua o excelente nível a que Patrick Rothfuss nos habituou!
As aventuras começam a expandir: Kvothe viaja e conhece novos lugares e novas pessoas. Aprende, sofre, luta, pratica, mata, ama, canta, toca... Kvothe continua a mostrar o seu maravilhoso desempenho nas atividades que tem de efetuar ao longo do seu percurso.
E continua a contar a história ao Cronista, com Bast. E vários mistérios aparecem...!
E a teia começa a expandir, a ligar elementos, a dar pistas, a evoluir e a mostrar.
O enredo é fascinante e faz querer saber o que vem a seguir, durante a leitura!
E faz querer ler já o próximo, mas há que esperar...

Estou muito curiosa para saber o que vai acontecer na próxima narrativa de Kvothe, que é um dos meus personagens favoritos de todos os livros! Ele é único e incomparável!

Recomendo vivamente! Kvothe continua a narrar a sua história de uma forma tão doce...e tão bonita! Está mesmo excelente! :)

Nota (0 a 10): 10

"A Jornada do Assassino" de Robin Hobb

"Estava sentada entre relva e flores bravias. O seu vestido era verde, e o seu cabelo estava enfeitado com minúsculas margaridas." 

"Estás vivo e em segurança e eu não vou deixar que nada de mal te aconteça. E sabes que podes confiar em mim. Porque te amo." Perante as suas palavras, a garganta fechou-se me e sufocou-me. (...)Toda a minha vida, sem o saber, desejara que alguém me dissesse aquelas palavras, e as dissesse com verdade e credibilidade. Foi como ver alguém a dar a outra pessoa um presente por que sempre se ansiara."
"Quero ir para casa," resmungou enquanto cambaleava pela estrada fora a meu lado.
"Eu também", disse-lhe. No entanto, não foi Torre do Cervo que me veio à mente, mas um prado a dar para o mar, e uma rapariga com saias vermelhas vivas que me chamava. Um tempo em vez de um lugar. Já não havia estrada que levasse até lá."

Este é o volume 4 da segunda saga de Robin Hobb, sobre o FitzCavalaria!

O Fitz é, de certo, a personagem masculina da literatura que eu mais gosto. E por isso é com grande entusiasmo que leio estes livros.

Depois de esperar desde Dezembro por este livro, sei que a espera não foi em vão. O livro é maravilhoso.
Esta é a primeira parte do livro que em inglês se chama "Fool's Fate - Book 3, The Tawny Man Trilogy" e agora é esperar pela segunda parte.

Neste livro começa a viagem do Príncipe Respeitador Visionário à Ilha de Aslevjal, nas Ilhas Externas. A demanda do Principe consiste em ir à Ilha e matar o dragão Fogojelo (que está debaixo do gelo) e cortar-lhe a cabeça de modo a presentear a sua noiva Eliana, a narcheska do Clã do Narval, uma família importante das Ilhas Externas. O objetivo da união entre os jovens é manter afastada a guerra entre as Ilhas Externas e os Seis Ducados. Durante vários anos, as Ilhas atacaram as costas dos Seis Ducados, matando, capturando e forjando (espécie de retirar todos os sentimentos e deixar as pessoas apenas com vontade de saciar as necessidades mais básicas da Vida) imensas pessoas. Depois de 16 anos de paz, a Rainha, mãe de Respeitador, e o seu conselheiro, Dom Breu, decidiram, com o apoio da família da jovem, formar uma aliança. No entanto, Eliana, obrigou o Príncipe a prometer matar o dragão se quisesse de facto casar com ela.

Muitos são os mistérios para esta estranha vontade de Eliana e de Poetre, o tio da rapariga.
Depois de muitos contratempos e peripécias, Repeitador parte para as Ilhas Externas, com uma comitiva, onde Fitz, Breu e Obtuso estão incluídos. Este é o Circulo de Talento do Príncipe, que tem como objetivo ajudá-lo na Magia dos Visionário - o Talento. Fitz (com a identidade de Tomé Texugo, um simples guarda do Príncipe) é o Mestre de Talento, mas é praticamente "ignorante" em como usar a Magia com regras e não espontaneamente, como ele a usa.
E partem para a Ilha onde está o dragão.

Várias são as personagens que demonstram um grande desenvolvimento durante este livro. Exemplo disso é Urtiga e Veloz, irmãos um do outro.
Urtiga é filha de Fitz, mas não sabe, e contacta com ele em sonhos, através da magia do Talento. Veloz é Manhoso e fugiu de casa. Filho de Castro e Moli, o rapaz sabe que o pai não o deixa usar a sua magia dos animais e por isso ele abandona a casa, fugindo para o Castelo de Torre do Cervo. Lá, encontra Fitz que o tenta treinar nas artes da guerra e da escrita. Mas é através de Teio (Mestre de Manha), que o rapaz começa a deixar de ser impetuoso, mostrando-se importante da demanda do Príncipe.

Claro está, não podia deixar o Bobo de fora.
O Bobo, depois de todos os livros da primeira saga e desta, continua a ser a personagem mais misteriosa da saga. E de muitos livros.
O Bobo tem uma missão na Ilha e vai fazer tudo para que Respeitador não mate o dragão. Irá ele conseguir que o Príncipe não o faça? E se não o fizer, o que irá Eliana e Poetre fazer ao Príncipe?

Mensagens sobre os Antigos, sobre dragões verdadeiros e de pedra...
Talento, Manha, acontecimentos passados e futuros, envenenamentos, amizades, verdades e mentiras, lutas, uma grande viagem e a prova da verdadeira amizade, são alguns dos ingredientes deste livro.

Espero que a segunda seja tão boa ou melhor do que está! Estou muitíssimo curiosa!!! =D
FITZ!!!

Nota (0 a 10): 10

A Saga do Assassino - Robin Hobb

Como fã desta saga tenho de escrever algo sobre ela.
A Saga do Assassino foi escrita por Robin Hobb e é uma das sagas que eu mais gosto. É composta por 5 livros, na versão Portuguesa e é da Editora Saída de Emergência.
O primeiro livro, "Aprendiz de Assassino", conta o inicio de como tudo começou para Fitz, em Torre do Cervo.
Fitz é o filho bastardo do Principe Cavalaria, da Dinastia Visionário, que governa Torre do Cervo e todos os Seis Ducados.
Quando fez seis anos, Fitz foi levado pelo avô, para o castelo de Torre do Cervo. Abandonado pela família materna, Fitz viu-se sozinho. Foi aceite no castelo e foi morar com o Mestre dos Estábulos, um homem muito amigo de Cavalaria, chamado Castro. Castro começou a tratar de Fitz como se este fosse o seu filho.
Conheceu uma rapariga que fazia velas e vivia com o pai, que era bêbado. Chamava-se Moli e era dois anos mais velha que Fitz. Tornaram-se os dois muito amigos e iam sempre brincar para a falésia e para a praia, onde conversavam e jogavam.
O pai de Fitz foi morto, acidentalmente, e nunca falou com o rapaz. Fitz cresceu criado pela madrasta, a Dama Paciência, que gostava muito dele. Foi também criado por Breu, que à medida que ele ia crescendo o foi instruindo na arte que ele viria a manobrar. Fitz tornou-se aprendiz de assassino.
À medida que foi crescendo, o avô, o Rei Sagaz,  foi afeiçoando-se a ele, bem como o tio, o Principe Veracidade. Mas o seu outro tio, o Principe Majestoso, começou a sentir odio e inveja de Fitz e começou a maquinar planos e esquemas para o tirar do caminho, uma vez que Fitz era filho do irmão mais velho, mesmo sendo bastardo.
E a guerra chegou aos Seis Ducados, vinda das Ilhas Externas. Com navios com estranhas maquinações, começaram a atacar as populações costeiras, causando uma estranha "epidemia": "forjava" as pessoas (uma técnica misteriosa de arrancar toda a moral e sentimentos às pessoas, tornando-as meias-coisas vivas).
E muitas coisas foram acontecendo. Fitz começou a gostar de Moli e Moli de Fitz.
Mas Fitz não queria dar a conhecer o que era na realidade, um aprendiz de assassino. Nem queria que Moli soubesse muita coisa, pois sabia que a podia estar a expor ao perigo.
Fitz nasceu com duas magias. O Talento e a Manha. O Talento é uma magia que faz com que quem a tem consiga entrar nos pensamentos de outras pessoas e manobrar as suas vontades, ou apenas contacta-las e falar com elas.
A Manha é uma magia considerada impura. Dá a quem a tem a possibilidade de se vincular a um animal (ou mais). Falar com os animais, viver "dentro deles". Quem fosse apanhado a usa-la seria morto.
E assim, Fitz nasceu com as duas magias e cresceu com elas, sem saber como as usar decentemente. Foi ensinado no Talento pelo Mestre Galeno, que só lhe incutiu terror, atacando várias vezes o rapaz. Quanto à Manha, começou a usá-la sem saber o que era.
De um vasto leque de personagens interessantes e significativas, vou destacar o Bobo.
O Bobo é a personagem mais estranha da saga. É o Bobo do Rei Sagaz e metade do que diz parece não fazer sentido.
Torna-se amigo do Fitz, mas é uma amizade um tanto estranha, uma vez que não é possivel para Fitz entender metade do que o Bobo diz ou quer.
O Bobo tem um segredo. E o Fitz faz parte dele.
O que será que o Bobo quer de Fitz?
Esta é uma pergunta que não vou responder aqui. Esta é uma das perguntas que muitos dos que lêem esta saga fazem a si mesmos enquanto estão a ler.
Mistérios, enredos, paixões, venenos, traições, amores, desejos, mentiras, assassínios, guerra, sonhos, magia, aventuras, romance, intriga.
Estes são alguns dos ingredientes da Saga do Assassino.
Uma Saga    MARAVILHOSA!

"As Feras de Jamrach" de Carol Birch

"Nessa altura, a rapariga espreitou por detrás da mãe, agarrando o lenço às bolinhas que trazia à volta do pescoço e sorrindo. Foi o primeiro sorriso da minha vida. Claro que isso é uma coisa ridícula de se dizer; já me tinham sorrido muitas vezes (...) E, no entanto, digo: foi o primeiro sorriso, porque foi o primeiro que alguma vez me atravessou como uma agulha demasiado fina para ser vista." p.21
 
Aqui está um livro que me surpreendeu.
Quando o vi, com a sua capa bonita, misteriosa e luminosa, pensei que iria gostar bastante dele. Li a sinopse na parte de trás e gostei do que li. E aqui está uma sinopse que não engana.

Gostei imenso do livro. É dos meus favoritos.
A história é narrada por Jaffy Brown. Jaffy inicia a sua narrativa falando da sua infância nos esgotos de Bermondsey, na casa por cima da ponte onde vivia com a sua jovem mãe. Jaffy gostava imenso do mar. A sua canção de embalar era o som das ondas e das músicas dos marinheiros.
Mas a mãe de Jaffy teve de abandonar aquele local imundo e levou Jaffy e os dois foram morar para uma casa em Ratcliff Highway. Foi nessa parte de Londres que Jaffy, agora com oito anos, encontro o tigre.
O tigre pertencia ao senhor Jamrach, um alemão que vendia animais selvagens. Jaffy aproximou-se do tigre e tocou-lhe no nariz. O animal abocanhou-o e levou na sua boca. No entanto, Jaffy foi salvo pelo senhor Jamrach.
Jaffy foi trabalhar para a loja de Jamrach, onde conheceu Tim Linver, um belo rapaz, com apenas mais um ano de idade. Tim tinha um irmão, Ishbel, irmã gémea. Ele de olhos azuis e cabelo louro e liso, ela de olhos castanhos e cabelo louro aos caracóis. Jaffy gostava muito dela.
Depois de algumas trapalhadas e brincadeiras, chegou a noticia de uma expedição em busca de um dragão e Tim foi convidado a ir. Jaffy também quis ir e Ishbel pediu a Jaffy para cuidar de Tim, que era sempre muito esperto e corajoso, mas no fundo tinha muito medo. Jaffy prometeu e lá foram eles, com um caçador de animais selvagens chamado Dan Rymer, um lobo do mar. Os três juntaram-se ao Lysander, o barco baleeiro que os levou na viagem. E lá descobriram uma tripulação muito especial.


 "Ainda a vejo de pé, a acenar, protegendo os olhos do sol". p.79


Esta é uma história muito interessante. Jaffy tem uma forma muito especial de a contar. A forma de a contar fez-me lembrar Kvothe, de O Nome do Vento. Uma descrição precisa, uma descrição emocionada e cheia de sentimentos. Emoções, muitas emoções. Uma viagem não só pelo mundo, mas também pelo fundo do pensamento, do coração. Um relato de sobrevivência, um relato muito detalhado e emocional. Uma viagem emocionante, cheia de perigos e alegrias. Um desenlace frenético e estranho. Uma jornada pela luta pela vida. Acontecimentos estrondosos. 
"Por vezes, parecia que as estrelas ao longe, distantes de toda a terra, estavam a gritar. Centenas de quilometros a berrar no interior da nossa mente. Tão bela, aquela noite, acordar no céu com as estrelas gritantes a toda a volta. Tremi. Em baixo, os outros pareciam estar a milhões de distância e eu tinha medo de cair. Nunca me tinha sentido assim e perguntei-me se estaria a ficar enjoado mais uma vez(...)" p. 186

Esta é uma história, sobretudo, de sobrevivência e de luta. Luta pelo mais básico, pela respiração, pela existência, pela amizade, pelo amor.
Uma história que me emocionou. Não estava à espera...
Este é um livro especial e bonito.

Recomendo-o a todos! :)

Nota (0 a 10): 10

"A Revolta" de Suzanne Collins

"Por isso, mais tarde, quando ele murmura: - Tu amas-me. Verdade ou mentira? 

Eu respondo: - Verdade."

 
Depois de ler este livro tenho de admitir que gostei mais dos dois primeiros.

A história continua bem escrita, tem um ritmo igualmente rápido, as personagens continuam a ser interessantes.
Mas estava à espera da mais. De algo mais nos sentimentos das personagens, na forma de se exprimirem, uma vez que há um grande teor emocional e sentimental ao longo do livro, tal como há nos anteriores.

Gostei de como a história evoluiu. Apesar de não ser uma história "bonita", acaba por ter a sua beleza.
Gostei de certas partes da história, especialmente na reta final, pois foi aí que este livro me surpreendeu. E foi isso que eu senti falta ao longo deste livro: a surpresa. Eu senti este ingrediente mais presente nos primeiros livros e aqui não consegui senti-lo tão forte como nos outros.
Só na reta final. E aí sim, aí voltei a conseguir sentir a surpresa no enredo da história.

Penso que a Katniss ficou um pouco perdida neste livro. Senti que ela estava muitas vezes a perder algo de importante na ação, devido às suas emoções. Sei que está bem desenvolvido, mas comprando-a à Katniss dos anteriores livros, estava à espera que ela agi-se mais, sem ser só no pensamento. Sei que ela sofreu bastante no final do segundo livro, mas mesmo assim penso que podia ter sido diferente, especialmente na forma de mostrar os seus sentimentos (sem ser só em relação ao Peeta e ao Gale, o que penso que não era tão relevante para a história).

Estava à espera de ver um desenvolvimento maior para o lado do Peeta.
E fiquei com a sensação que certas personagens importantes foram eclipsadas no final (e ao longo da história), mas especialmente no final.

Não estou a dizer que não gostei do final. Aliás, está apropriado para o conteúdo das obras. Foi idas partes que mais gostei. Acho mesmo que salvou a história.

Gostei muito da reviravolta antes do final. Penso que a grande conclusão dessa parte é que, independentemente de quem esteja no poder, o poder tende sempre a corromper as pessoas. A sede de poder leva a todas as ações, sem se querer saber da moral e da ética.

E cheguei a outra conclusão:

de que valeu a Katniss ter sido voluntária nos Jogos?
O motivo real dela não valeu de nada.

E essa foi a parte mais triste do livro e da história desta trilogia.

Mas a esperança também habita esta trilogia. E acaba por se fazer sentir.

Sendo assim, faço um balanço muito positivo da trilogia. Recomendo a todos.

:)

"Em Chamas" de Suzanne Collins


O segundo volume da trilogia "Os Jogos da Fome" foi tão ou mais emocionante como o primeiro.
Até não sei se não foi mais, pelo facto de não estar nada à espera que acontecesse o que aconteceu.

Como não tinha conhecimentos sobre o enredo deste volume fiquei completamente "wow" quando o comecei a ler. O ritmo frenético e rápido com que é contado, as ações, emoções e atitudes das personagens, tudo isso faz deste livro uma excelente continuação do primeiro.

O Peeta continua a ser a minha personagem favorita, apesar de aparecerem novas personagens bastante interessantes, como por exemplo, o Finnick Odair e os tributos do distrito 4, a Wiress e o Beetee, que fazem um par muito interessante e engenhoca.
A Katniss continua a ser a Katniss, o que é bom, porque ela é interessante sendo ela própria.

A intriga neste livro adensar-se e torna-se mais perigosa. Compreende-se a terrível extensão do poder do governo no Capitólio e como o presidente Snow age.
Compreende-se factos históricos de Panem que no primeiro livro são abordados e que são um mistério muito interessante de explorar (exemplo: o Distrito 13).

É neste livro que começa a revolta das pessoas de Panem e é também quando Katniss começa a pensar melhor no Peeta. O empenho dela em salvá-lo é muito grande e, apesar de tudo o que acontece no livro, ela esforça-se bastante para o fazer.

Sendo assim,

este foi um livro que me agradou bastante. Não consigo escolher entre os dois o que mais gosto, pois como disse acima, são ambos emocionantes.

Recomendo a todos e já comecei o terceiro!!!

"Os Jogos da Fome" de Suzanne Collins

“I can feel Peeta press his forehead into my temple and he asks, 'So now that you've got me, what are you going to do with me?' I turn into him. 'Put you somewhere you can't get hurt."

"-Mais uma vez? Para o público? - pergunta ele. A sua voz não parece zangada. Parece vazia, o que é pior. O rapaz do pão começa já a escapar-me.

Pego-lhe na mão, apertando-a com força, preparando-me para as câmaras e receando o momento em que finalmente a terei de largar."

Ora bem,

gostei muito deste livro. 

Não estava à espera de o ler, nem de ver o filme, mas ainda bem que o li, porque é muito bom! E estava a deixar de ler um livro muito bom se não o tivesse recebido ;) (Obrigada! =D )

Gostei muito da descrição e de como a história é narrada pela Katniss (a personagem principal). Dá completamente a noção do que está a acontecer nos Jogos e na mente dela.

Assim que tiver oportunidade vejo o filme, porque se for, nem que seja mais ou menos, como o livro, deve estar muito fixe!

O que mais gostei na obra foi mesmo da descrição da Katniss, de como ela esteve nos Jogos e das suas observações. E! de tudo tudo, o que mais gostei foi do Peeta. Ora aqui está uma personagem também interessante, que não é do reino da fantasia (Kvothe, Fitz, Jon, Robb, Ron...) mas da F.C. Uma personagem bastante real, que no inicio deixa a "pulga atrás da orelha"! O que é muito interessante, porque deixou-me a pensar "Mas o que é que ele quer? Qual é o jogo dele?".

Gostei muito. Estou muito curiosa para ler os próximos volumes =D


Credits:
Rita Ribeiro
Fiacha

"Incarceron" de Catherine Fisher

"No corredor, os olhos estavam escuros e vigilantes, e haviam muitos. - Apareçam - disse ele. E eles apareceram. Eram crianças. Estavam vestidas com farrapos, a pele lívida de cicatrizes. As veias delas eram tubos, os cabelos armes. Sapphique estendeu a mão e tocou-lhes. - Vocês são aqueles que hão de salvar-nos - disse."

Aqui está um livro que é diferente dos que tenho lido.

Não consigo definir muito bem o seu género literário, mas penso que entre a Fantasia, Aventura e assim um bocado de FC (a mostrar uma parte Steampunk, que está muito interessante!).

Gostei muito! Gostei do enredo, do facto de ser dinâmico, não enrola e é direto. Mas continua sempre a deixar os seus mistérios por desvendar! Ou seja, é um argumento direto sem contar tudo. Interessante!

Quanto às personagens...

 
Bem, achei-as interessantes, principalmente a Claudia, o Jared, o John Arlex, o Finn e o Keiro (gosto bastante do Keiro). A Rainha Sia foi a que menos gostei. Quanto ao Casper, não o achei muito "horrendo", como parecia ser no inicio, até tive 

uma certa pena dele.

Depois há Sapphique. Espero que no próximo ele apareça mais! É muito misterioso...

Quanto ao ambiente...

WOW! A Prisão deve ser medonha, mas tem um ambiente muito engraçado. A floresta de metal é linda! A Parede do Fim do Mundo (imaginei a Muralha das Crónicas do Gelo e do Fogo, de G.R.R Martin), toda em ferro, com rebites e assim!
E várias outras divisões da Prisão...a descrição está muito interessante e mostra bem o ambiente.

Há um navio, uma navio de prata, voador...excelente!

E há pessoas (e animais) que têm componentes metálicas! Tubos e fios, e peças de metal!
(e aqui fez-me lembrar o filme e livro do Hugo Cabret!)

E há sempre aventuras...e mistérios, e intriga, e romance.

Bom livro! Espero que o próximo seja tão bom ou melhor! :)

Recomendo!

"O Mago - As Trevas de Sethanon" de Raymond E. Feist

Depois de ter lido os outros três livros do Mago e de ter ficado completamente apaixonada pelo Espinho de Prata, foi com enorme curiosidade que comecei a ler As Trevas de Sethanon.

O livro é espantoso! Completamente maravilhoso e fantástico. 


Arutha, o Principe de Krondor, continua a ser alvo dos temíveis Noitibós. E com eles adivinha-se o terrível Murmandamus, aquele que pretende dominar Midkemia e matar Arutha, uma vez que numa antiga profecia, Arutha é visto como a "Ruína das Trevas".

Com a ajuda de Jimmy e do seu amigo Locklear, Arutha tenta enfrentar os Noitibós, de modo a exterminá-los para assim não mais ser atacado, nem os seus filhos bebés e esposa.

Pug e Tomas iniciam uma viagem única e espantosa em busca de Macros, o Mago mais poderoso do Midkemia (e não só)...passam por locais antigos, esquecidos, mundos distantes e diferentes, espaços e tempos perdidos e longínquos.

E então Murmandamus ataca, com todas as suas tropas. Arutha, Jimmy, Locklear, Martin, Laurie, Baru e todos os seus ajudantes têm de deter o inimigo e defender.

É muito difícil fazer um resumo deste livro sem contar spoilers, porque tudo é relevante! Pequenos detalhes...!

Nada é o que parece, e a guerra que se vai travar em Sethanon é muito mais estranha e antiga do que Arutha e os amigos podiam pensar.

O que mais gostei neste livro...bem...

Pug e Tomas e Macros - os capítulos onde Macros explica certas coisas as dois jovens há muito que eram esperados. Estava muito muito curiosa para saber mais neste campo.
A viagem deles está muito bem descrita e é espantosa.

Jimmy e Locklear - o Jimmy continua a ser a minha personagem favorita. Queria que tivesse tido mais destaque, mas este é um livro muito mais "dinâmico" do que o anterior e as personagens são muitas mais, logo, para se mostrar tudo, tem de ser mesmo como foi feito.

Arutha - um dos príncipes da Fantasia que eu mais gosto. Desde o primeiro livro!

O entrelaçar de acontecimentos de livros anteriores com factos deste e que se unem, formando um todo e assim explicam o passado - porque é que Tomas herdou a herança Valheru? Pois é aqui que tal é explicado! Quem é o inimigo? Porquê Sethanon?

Estas questões e as suas respostas estão todas no livro! Faço-as aqui com o objetivo de criar curiosidade em quem estiver a ler esta opinião :D

Se gostaram dos outros livros do Mago, também vão gostar deste. É excelente!

Recomendo-o a todos! :)

"O Remédio" de Michelle Lovric

Este é um dos livros que quis devido à capa e ao título. A sinopse também fez com que ficasse curiosa. Recebi-o pelo Natal, mas só o li agora porque decidi esperar e ler outros entretanto.

Este livro é especial, primeiro porque o tempo verbal utilizado não condiz com a narrativa e isso torna a leitura um pouco difícil. Para conseguir ler-se o livro em condições é preciso ignorar-se a escrita, o que é difícil pois a escrita faz a narrativa. Até mais ou menos à página 250 devo dizer que foi um pouco estranho, mas ainda bem que não pus o livro de parte porque a partir daí vale a pena.

O melhor no livro é a intriga, as mentiras e forma como as vidas das personagens se misturam.

Uma rapariga da Nobreza que é enclausurada num convento pelos pais começa a contar a sua história. É ela uma das personagens principais e uma das que conta na sua pessoa a história.
Enquanto está no convento, tem um relacionamento com um homem e desse relacionamento dá-se uma gravidez. No final da gravidez, mas não no parto, a jovem perde o bebé (que ela acreditava ser um rapaz), quando o médico o retira do ventre com um instrumento.
A partir daí, a jovem vira-se contra as freiras e ataca uma delas. Depois disso é levada até a uns homens que fazem dela uma espia. Torna-se atriz e é em Londres que conhece um aristocrata que nada tem de aristocrata. É um charlatão e um criminoso.
Esse homem tem um amigo que morreu às mãos de alguém que ele procura matar, para assim se vingar do amigo. Ele é tutor da filha do amigo, uma rapariga respondona, com um feitio muito especial.
A história também é vista sobre a sua perspetiva.

É assim que as vidas das personagens se entrelaçam umas nas outras.
Entre Veneza e Londres, em viagens e aventuras, a jovem e o aristocrata apaixonam-se. Desencontros, mentiras, encenações, médios falsos, frascos de remédios, amizades, raptos, fugas, conventos, pinturas, artistas, mascarados, espiões, políticos, nobres, povo, passado, esperteza e paixão são os ingredientes desta história.

Devo dizer que me impressionou o final do livro, na medida que a jovem, agora mulher, mentiu muito bem ao aristocrata mentiroso.
E quem o descobriu também me surpreendeu.

É um livro que é interessante se se persistir na sua leitura, porque o melhor só aparece a partir do meio deste.
Ah! Um facto muito interessante...as receitas de remédios da época retratada no livro, no inicio de cada capitulo. Está muito interessante!

"Sombras e Fortalezas" de Elizabeth Chadwick

Este é um livro que eu já queria há algum tempo.

Com uma história interessante, um período histórico que me fascina, personagens fortes e carismáticas, este livro é um daqueles que posso afirmar que é bom.
O trabalho da escritora em recriar a História é notável e muito muito bem feito. Realista, lúcido, inteligente e muito bem explorado. Penso que o melhor do livro reside aí mesmo: no trabalho Histórico.

O livro conta a história de Brunin, um rapaz sombrio e tímido, de dez anos. Com o objetivo de fazer com que ele espevitasse e criasse uma maior auto estima, o seu pai entrega-o ao seu maior amigo para que o rapaz obtivesse o seu treino de escudeiro junto deste.
Lorde Josceline de Ludlow, amigo do pai de Brunin, tem duas filhas e uma filha adotada. É casado com a Senhora Sybilla, uma mulher nobre, com uma forte presença, senhora do castelo, boa mãe e boa esposa.
Brunin é desde logo recebido em Ludlow e começa a travar amizade com as raparigas, em especial com Hawise, a filha mais nova, e Marion, a filha adotiva. Cedo começa a crescer um ciume entre estas duas, em especial da parte de Marion.
Disputas de propriedades, guerras pela coroa, disputas de honra, disputas de amor, são os ingredientes base desta obra.

Brunin vê-se forçado a ir para a guerra com o seu senhor e o seu pai. Vê-se forçado a enfrentar a familia, o cavaleiro de Lorde Gilbert De Lacy (rival de Josceline, que quer Ludlow, afirmando ter direito sobre este e querendo tirá-lo a Sybilla, a herdeira do castelo), Ernalt De Lysle, um rapaz mais velho que Brunin, louro e bem parecido, que logo no inicio da obra, ataca o rapaz mais novo. A disputa entre estes vai cimentar muitos dos acontecimentos ao longo do livro.

Em suma, é um livro com uma história interessante e bem descrita. Abrange um longo período de tempo da vida das personagens e é interessante ver esse percurso.

Recomendo a todos, principalmente àqueles que gostam de Romances Históricos!

"A Invenção de Hugo Cabret" de Brian Selznick

Fui ver o filme no dia 19 de fevereiro. Quando o livro saiu, já alguns anos, encontrei-o e fiquei muito curiosa. No entanto não o comprei. O tempo foi passando, e o livro foi adaptado ao cinema.
Vi o trailer quando fui ver a Guerra das Estrelas - Ameaça Fantasma, e fiquei completamente fascinada! Vi várias vezes o trailer no youtube, e depois começou a aparecer na televisão, nos telejornais. Entrevistas, os Óscares...

Fui ver o filme (é uma peça de arte!). Assim que terminou fui comprar o livro.

O livro é muito bom. É um livro diferente de todos os outros que já li. É um livro com muitas ilustrações, que não se limitam a ilustrar as cenas escritas. As ilustrações fazem parte da narrativa, é como se em vez de ter palavras, tem desenhos. Os desenhos também contam a história. É lindo!

Há algumas diferenças entre o livro e o filme. Detalhes, segmentos de partes da história. Mas a adaptação está soberba. O livro está muitíssimo bem adaptado. Das melhores adaptações para cinema de um livro, que vi até agora.

A história de um rapaz que faz tudo para manter um autómato em segredo, escondido no seu quarto minúsculo na Estação de Caminhos de Ferro de Paris. Hugo é um rapaz de 12 anos, sozinho, que todos os dias faz a manutenção de todos os relógios da estação. Vive com medo que o guarda da estação o apanhe e o prenda, para depois e mandar para o orfanato.
Rouba comida para não morrer de fome e rouba peças mecânicas (para consertar o autómato) da loja de brinquedos, que pertence a um velho. Um dia, pensado que o homem estava a dormir, Hugo alcança a banca da loja para roubar um rato de corda. O homem apanha-o e faz-o devolver tudo o que tinha roubado, mandando-o esvaziar os bolsos do casaco. Hugo dá-lhe os objetos que tinha num dos bolsos, mas tenta guardar o que tem no outro bolso. O homem obriga-o a entregar o que estava a esconder e Hugo mostra um bloco de notas com desenhos e legendas de uma figura mecânica - o autómato.
É assim que começa a história do livro (e do filme). O homem diz-lhe que vai queimar o bloco e manda Hugo embora. Hugo passa a seguir o homem, e a ir todos os dias à banca para lhe pedir o bloco.
Assim começa a história entre Hugo e o homem, e como tal vai influenciar toda a vida de ambos. Com a ajuda de Isabelle, afilhada do homem, Hugo tenta reaver o seu bloco de notas. Tal vai levá-los numa aventura pelo cinema francês, pelos corredores escondidos das paredes da estação, pelos relógios, a fugas do guarda da estação, a sonhos.

Uma história bonita, para todas as idades, cheia de magia, de emoção, de sentimentos, de aventuras.
Recomendo a todos. O livro e o filme! :)



"O Medo do Homem Sábio - Parte 1" de Patrick Rothfuss

"- És o cataplasma que me retira o veneno do coração. - disse-lhe. 
 - Hmm... - Denna pareceu insegura. - Quanto a essa, não sei. Um coração cheio de veneno não é uma imagem apelativa." 

 "Tu és o ouro coado do refugo que o vento sopra" 

Depois de terminar a leitura deste livro espetacular tenho de escrever a minha opinião sobre ele.

Neste segundo livro (primeira parte de duas), Kvothe continua a contar a sua história ao Cronista. É o segundo dia da sua narrativa.

Kvothe retoma a sua história, falando da Universidade, das aventuras com os seus amigos, dos projetos como aluno, das suas saídas com Denna, da sua aventura em Vintas. Aprofunda os seus conhecimentos, tanto a nível educacional e intelectual, como social. Com vários perigos à mistura, momentos enternecedores, emocionantes, divertidos e encantadores, Kvothe continua o seu caminho.

Estava à espera que o livro fosse tão bom como o "O Nome do Vento" e não fiquei desiludida. Achei-o muito bom, tão bom como o primeiro.
Estou a gostar imenso da história do Kvothe. Toda a história, a ação, a magia, as aventuras, as personagens, os acontecimentos, todos os elementos são coerentes, cheios de vida, bem desenvolvidos, interessantes, capazes de fazer-nos imaginar com clareza o que acontece nas páginas do livro. Já no primeiro livro apercebi-me disto. Fico feliz por constatar que neste volume encontrei o mesmo.
Penso que há uma particularidade super especial nestes livros: a forma como Kvothe conta a história. É única. É maravilhosa. A escolha das palavras é esplêndida e muito bem elaborada. Através do que ele nos vai contando, é possível realmente perceber o que ele está a contar. Os detalhes das suas emoções e ações estão muito bem descritos. É completamente mágico. É uma história de enorme beleza.
Penso que todos a deveriam ler. Não só quem gosta de Fantasia, do género Fantástico, mas também quem aprecia outros géneros de Literatura. Porque a história não se baseia só na Fantasia, porque há enorme quantidade de humanidade, emoção, na história. É complemente fascinante. Quando terminei, fiquei logo curiosa para ler o próximo.

E os acontecimentos vão se adensando, daquela forma em que é possível começar a traçar paralelismos, teorias, ideias...soberbo!

Excelente livro! Recomendo completamente!
E espero que a segunda parte continue a ser tão boa como a primeira! 

"O Nome do Vento" de Patrick Rothfuss

"E um dos seus desejos, mesmo sem o saber no inicio, era saber o nome do vento."
Este é, sem duvida, um dos meus livros favoritos.

Com uma história fabulosa, onde a personagem principal é um rapaz jovem, ruivo de olhos grandes e verdes, aparentemente sozinho e isolado numa terra pequena e dono de uma estalagem.
Este é Kvothe, um herói para muitos e um assassino para outros, que fez feitos maravilhosos e assustadores.
    

Um dia aparece na estalagem de Kvothe um homem a quem chamam de Cronista, que tem como objetivo escrever a história de Kvothe. Depois de alguma discussão, entram em acordo e Kvothe afirma que contará a sua história em três dias.
Os livros são três, sendo este o primeiro: o primeiro dia da história de Kvothe.

Uma história contada na terceira pessoa até certo momento, e que depois passa a ser contada na primeira, onde toda a magia e beleza é revelada na forma de contar de Kvothe. É Kvothe que conta a sua história, começando na infância.
Não consigo escrever muitos pormenores da história que ele conta sem revelar spoilers...a história é linda, e o que melhor há para a compreender é lê-la. É um livro absolutamente fantástico, maravilhoso, espetacular.

A mestria da escrita é subtil e bela; Kvothe conta a sua história como se estivesse a cantar uma balada. Um amante da música, um tocador completamente extraordinário de alaúde.

Um rapaz sozinho, inteligente, esperto, com um desejo enorme de conhecimento. Um rapaz que faz tudo para sobreviver e vencer, um rapaz que faz tudo para chegar aos seus objetivos. Dei por mim a torcer imensas vezes para o que ele queria dar certo...(não sabia muita coisa sobre a história em si, só que era excelente).

E a beleza da escolha das palavras, da música inscrita nelas, nas aventuras, contrasta com a fealdade de várias coisas que acontecem durante a história. É uma obra suprema.


Tenho tanta curiosidade para ler os próximos!
Livro maravilhoso! Dos melhores que li até hoje :)

"Os Reinos do Caos" de George Martin


Eu já tinha lido algumas coisas sobre o livro, mas mesmo assim fiquei surpreendida.
Gostei bastante do livro, talvez mais do que da segunda parte. Tenho de dizer que só encontrei um ponto chato no livro: a Dany. A Dany porque a Dany tem uma certa tendência para seguir por caminhos que não a levam para onde devia ir. Tirando a Dany, todas as outras personagens continuam a ser o que eram para mim.

Quero destacar o Theon Greyjoy. No inicio não ia muito com a sua personagem, depois ainda menos, e foi daqueles que estiveram no meu top de personagens das Crónicas do Gelo e do Fogo que eu mais detestava (devido aos seus atos), no entanto, a minha ideia começa a mudar e já estou a mudar um pouco a minha ideia sobre ele. Ele tem se estado a esforçar para melhorar, as suas conversas sozinho provam-no, e parece que quer mudar o que fez, pelo menos, parece querer ser alguém melhor.
Aliás, os Greyjoy, até são dos meus favoritos, com POV's bastante interessantes, vivos, aventureiros, ativos. Gostei bastante dos POV's do Victarion e da Asha. Muito bons!

Gostei muito, muito do segundo POV da Cersei. Ela mereceu, apesar de achar que ela vai ficar mais má...mas mereceu.

Gostei muito dos POV's do Barristan Selmy. Uma personagem justa, sóbria, com pensamentos onde vai ao passado e eu gosto muito dessas partes do livro. Também gostei muito do POV do Grifo, já tinha gostado na primeira parte, e voltei a gosta nesta.

Também gostei dos do Tyrion, é sempre interessante ver como se desenvencilha das situações!

Gostei muito dos POV's do Jon...apesar do ultimo dele nesta segunda parte. O Jon, a par com o Robb, a Arya, a Catelyn, o Davos, a Melisandre, o Bran, é das minhas personagens favoritas. Espero que no próximo livro venha muitos POV's dele.

Mas existem partes do livro tão misteriosas! O epilogo é uma delas! Ahh, acho que foi a maior surpresa nesta parte do livro. Na primeira, foi o Bran.
As de Winterfell também o são...as trombetas que o Theon ouviu. A carta para o Jon. As conversas da Senhora Dustin com o Theon. O POV do Davos na primeira parte e os convivas de Roose Bolton...
Será que os Roose e os Frey estão mesmo entre amigos junto das suas hostes?
Depois há Dorne. Os POV's do Quetyn Martell foram os que mais tristes deste livro. Mas o de Aero Hotah, com Doran Martell e as Serpentes e Ellaria Sand foi muito misterioso. Aliás, Dorne tem sempre o seu mistério.

Queria que a Melisandre tivesse aparecido mais. Queria que o Jon a ouvisse mais vezes e que andasse com o Fantasma. Queria que a Arya voltasse para Westeros, os POV's dela apesar de serem super interessantes e spooky, fazem-me sempre querer que ela volte ao degrau onde escondeu a Agulha e que volte para o Norte.

Excelente livro!!!
Espero que o o próximo seja ainda melhor do que este e que tenha mais respostas para os mistérios dos Sete Reinos (e não só) e dos seus habitantes.