Sinopse:
Com apenas 9 anos, numa emboscada planeada pelo inimigo para erradicar a descendência real, o principe Jorg Ancrath é atirado para dentro de um espinheiro, onde fica preso, com espinhos cravados na sua carne, a ver, impotente, a mãe e o irmão mais novo a serem brutalmente assassinados.
De alma destruída, sedento de sangue e de vingança, Jorg foge da sua vida luxuosa e junta-se a um bando de criminosos e mercenários, a quem passa a chamar de irmãos. Na sua mente há apenas um pensamento, matar o Conde de Renar, o responsável pelas mortes da mãe e do irmão, pelas suas cicatrizes e pela sua alma vazia.
Ao longo de quatro anos, Jorg cresce no sei de batalhas sangrentas, amadurece em guerras impiedosas, torna-se um guerreiro cruel e vai ganhando o respeito dos seus irmãos até que se torna o seu líder. Agora, um reencontro vai levá-los de volta ao castelo onde cresceu e ao pai que abandonou. O que vai encontrar não é o mesmo sítio idílico de que se lembra, mas o príncipe que agora retorna também não é mais a inocente criança de outrora, é o Príncipe dos Espinhos.
Finalista do prémio Goodreads para Melhor Livro Fantástico e considerado por Peter V. Brett, autor do bestseller do New York Times, como a melhor leitura dos últimos anos. (in
Topseller)
Opinião:
Quando vi a Topseller a apostar neste livro pensei logo: "Muito bem! Aí está uma trilogia que tenho imensa curiosidade em ler!". E ainda bem que apostou!
Já li muitas opiniões sobre o livro, umas a dizer muito bem, outras a dizer o contrário. Mas na minha opinião, achei o livro bastante interessante.
Primeiro, a personagem principal, o narrador: Jorg. É uma espécie de vilão (a ver bem, todos no livro poderiam sê-lo), tendo em conta as suas atitudes e pensamentos, mas é bem complexo. Com apenas 9 anos, Jorg assiste ao assassinato da sua mãe, a rainha, e do seu irmão mais novo, à mercê das ordens do conde de Renar. Salvo pelo guarda que ia com ele na carruagem, Jorg cai dentro de um espinheiro e fica lá até ser encontrado, completamente preso e quase sem sangue. Depois de meses de tratamentos contra o veneno do espinheiro e para sarar as feridas, Jorg emerge dos seus delírios, completamente diferente daquilo que era anteriormente. Cheio de ódio e sedento de vingança, Jorg acorda para vingar os seus, juntando-se a um bando de mercenários.
Assim começa a demanda de Jorg, que vai mudando ao longo do livro, para depois voltar ao início. Ele tem ideias más, corruptas, assassinas, que aproveita para o fazer chegar ao poder e alcançar o seu objetivo. No tempo presente do livro (existem momentos em que Jorg relata aventuras passadas e momentos em que narra o presente), Jorg tem 14 anos.
Existem outras personagens: membros da Irmandade (o grupo de mercenários), o capitão da guarda de Ancrath (Sir Makin), o rei (Olidan Ancrath), a rainha, a irmã da rainha (tia de Jorg, Katherine), bruxos, entre outras. Uma das coisas que podia estar melhor é precisamente o facto das personagens secundárias estarem pouco desenvolvidas. Quase não há nada que as descreva ou que aborde o seu passado e mesmo as pequenas introduções antes de cada capítulo não dão muitos detalhes sobre as personagens, e muitas dessas introduções são sobre algumas dessas personagens.
Segundo, o enredo. A história tem uma boa premissa. Tem um começo forte e tem um objetivo: a vingança de Jorg. Gostei da história. Gostei da forma como é narrada, Jorg é um excelente narrador, muito adulto, com um vocabulário rico e expressões com humor e ironia. É uma narrativa de aventuras, em que as personagens têm vários obstáculos para ultrapassar para conseguir os seus objetivos, o que faz com que seja uma história cheia de ação e aventuras. Não há momentos parados, está sempre tudo em movimento e muitas vezes acaba por ser demasiado depressa.
Penso que o livro podia ser maior e haver mais calma na narrativa, tanto a nível do desenvolvimento das personagens, como da própria história.
Terceiro, o contexto. Nesta trilogia a história passa-se no nosso mundo, mas num futuro pós-apocalíptico. Existem imensas referências a ter em conta, uma vez que nada está explicito. Há robots, aparelhos elétricos, estradas, edifícios altos, e outras tantas dicas que nos deixam a pensar no no que poderá ter acontecido, se bem que nada é referido. Também há referência a países e terras existentes e a outras imaginadas, bem como culturas verdadeiras e outras imaginadas. Em termos de religião, é o Cristianismo. Há também uma grande dose de magia, mais nas partes finais, que tem potencial.
Também neste ponto penso que poderia haver um maior desenvolvimento. O autor podia ter escrito mais sobre o contexto e a sua História. Mas está muito interessante e diferente.
Gostei da escrita, das personagens, do contexto...enfim, de tudo. Na minha opinião a história e as personagens mereciam mais detalhes e um livro mais extenso. Como este é o primeiro volume, pode ser que nos próximos haja maior desenvolvimento a estes níveis e espero que mantenha a ação ou que ainda melhore! Recomendo a todos os que gostam de um bom livro deste género! E não tenham medo da história, existem romances muito mais violentos...não li, mas As Cinquenta Sombras de Grey deve ter um conteúdo mais violento a nível sexual e moral do que este.
NOTA (0 a 10): 9