sábado, 25 de março de 2017

Corações de Pedra, de Simon Scarrow

Sinopse:

A coragem feroz dos homens e mulheres da resistência grega dispostos a sacrificar tudo pela pátria. 

1938: Três jovens vivem um verão perfeito na ilha grega de Lefkas, isolados dos problemas políticos que fervilham na Europa. Peter, de visita da Alemanha enquanto o pai lidera uma expedição arqueológica, desenvolveu uma forte amizade com Andreas e Eleni. À medida que o mundo resvala para a tragédia e Peter é forçado a partir, os amigos juram encontrar-se de novo.

1943: Andreas e Eleni juntaram-se às forças da resistência contra a invasão alemã. Peter regressa - agora um oficial inimigo e espião perigoso. Uma amizade formada em paz irá transformar-se numa batalha desesperada entre inimigos dispostos a sacrificar tudo pelos países que amam... (in Edições Saída de Emergência)


Opinião: 

Este é o segundo livro do autor, tendo sido o primeiro o Britannia. Este é totalmente diferente no contexto e mantém o mesmo nível de qualidade e relevo histórico. 

A história está dividida em diferentes momentos, sendo uns em 2013 e outros em 1943, passando por alguns em 1938, antes da Segunda Guerra. Todos os momentos estão entrelaçados e todos os acontecimentos convergem para os mesmos aspetos, mostrando assim a genialidade do autor. 

Todas as personagens estão extremamente bem criadas e são muito reais. É possível sentir todas as suas emoções e seguir os seus pensamentos e ações. Gostei muito de todas elas, em especial do trio de amigos que se veem numa termenda confusão e conflito, com a sua amizade posta em risco da forma mais cruel e sórdida que poderia haver.

A nível do enredo, é de referir a perfeita sincronia com o passado e presente, bem como o suspense que está sempre no ar, que paira em todas as páginas, permitindo ao leitor andar sempre a tentar levantar um pouquinho do véu de mistério da história. Toda a tensão entre amor, amizade, dever e guerra consegue formar um nó de grande emoção e tensão, que faz com que o leitor esteja constantemente a sofrer pelas personagens. Existe grande drama, ação, aventura, amor e amizade, e tudo o que a estes aspetos está inerente. 

O contexto histórico está muito bem elaborado. O autor criou aqui, mais uma vez, um cenário muito bem contextualizado, com dados importantes e cruciais. Não é tão comum ler sobre a Segunda Guerra noutros países que não "os principais" (ou pelo menos eu não conhecia este lado da guerra). Inglaterra, Alemanha, França, Estados Unidos, Japão, Rússia... mas tendo a Grécia como pano de fundo, ainda não tinha lido nada. 

Os livros tendo como contexto a Segunda Guerra Mundial são sempre livros com histórias fortes, grandiosas e que comovem. Não esperava algo diferente vindo daqui e foi isso que aconteceu. Encontrei uma história repleta de horrores, mas também de momentos de grande beleza, onde a lealdade, o amor e amizade são a grande base da obra. 

Também gostei muito de ver a História, Arte e Arqueologia aqui presentes, com papéis de grande relevo, servindo como base para ligar todos os momentos espaciais e temporais. Mais uma excelente ideia do autor! 

Em relação à escrita, esta é bastante fluída, encerrando um mundo de beleza e alguma frieza, sendo ela mesma uma das armas do livro. 

Sendo assim, encontrei neste livro uma fonte de conhecimento e uma fonte de beleza, que me comoveu bastante e me alegrou. Tem todos os ingredientes que uma boa obra deve ter, despertando no leitor variados sentimentos e emoções. Mais uma vez, recomendo a todos aqueles que gostam de uma boa história, sendo Romance Histórico ou não. É para todos! E, mais uma vez, aqui está outra excelente aposta da Saída de Emergência!

NOTA (0 a 10): 10

quarta-feira, 22 de março de 2017

Imperador dos Espinhos, de Mark Lawrence

Sinopse:

Um rei em busca de vingança.
Com apenas vinte anos de idade, o príncipe tornou-se o Rei Jorg Ancrath, rei de sete nações, conhecido em todo o Império. Mas os planos de vingança que tem para o seu pai ainda não estão completos. Jorg tem de conseguir o impossível: tornar-se imperador.

Um império sem imperador há cem anos.
Esta é uma batalha desconhecida para o jovem rei, habituado a conquistar tudo pela espada. De quatro em quatro anos, os governantes dos cem reinos fragmentados do Império Arruinado reúnem-se na capital, Vyene, para o Congresso, um período de tréguas durante o qual elegem um novo imperador. Mas há cem anos, desde a morte do último regente, que nenhum candidato consegue assegurar a maioria necessária. 

Um adversário temível e desconhecido.
Pelo caminho, o Rei Jorg vai enfrentar um adversário diferente de todos os outros, um necromante como o Império nunca viu, uma figura ainda mais odiada e temida do que ele: o Rei dos Mortos. (in Goodreads)


Opinião: 

O tão aguardado terceiro volume. Jorg e a sua subida ao poder. A sua subida até ser Imperador do Império Arruinado. Jorg, o pequeno Jorg que tanto sofreu e fez sofrer, finalmente, tenta chegar onde muitos já tentaram chegar: ao Trono Imperial, em Vyene.

Tendo ficado completamente rendida aos dois primeiros livros, era com grande curiosidade que esperava pelo terceiro. E não podia ter sido uma história melhor! 

Depois de conseguir ser príncipe e rei, só o império pode satisfazer Jorg Ancrath. Este livro começa a história cinco anos depois da do livro anterior, tanto na parte presente como na parte passada, onde são narrados os acontecimentos a partir da saída de Jorg do reino dos seus avós maternos, como ficou no livro anterior. Jorg continua a ser aquela personagem forte, imprevisível e brutal, mas há algo que mudou. Ele tornou-se muito mais maduro, mais melancólico e mais preocupado e isso torna-o muito mais interessante. Jorg acaba por mostrar o seu lado mais sensível neste livro, lado esse que sempre lá esteve, mesmo que bem camuflado. As diferentes formas de agir, que vão sendo sempre acompanhadas pelos seus pensamentos, tornam-se mais complexas, havendo muitos dilemas pela sua frente que não lhe passavam pela cabeça nos livros anteriores. 

Em relação às outras personagens, também tenho a referir que todas elas mostraram algumas diferenças, se bem que acabem por ser um tanto eclipsadas pela luminosidade de Jorg. Continuei a gostar muito de Miana. Katherine volta em força, criando situações de grande emoção. Chella também aparece, com a sua própria parte da narrativa, o que se mostrou crucial para o enredo. Há novas personagens, como Kai Summerson, e o Rei Morto, que é o grande mistério da história. Todas as outras personagens, novas e já dos outros livros, estão muito bem e todas têm o seu contributo essencial para a narrativa. 

Este volume é diferente dos anteriores. É mais calmo. A parte do presente é uma narrativa de viagem, narrada enquanto Jorg vai para o Congresso para se eleger Imperador. A parte do passado (cinco anos antes), vai encontrar Jorg a tentar descobrir peças do puzzle do misteriosos Construtor Fexler, partindo para lugares como os Ibéricos, passando pela África e indo até Vyene, onde tudo permanece em segredo. Nesta parte da narrativa, Jorg anda sozinho, estando algumas vezes em contacto com outras personagens, personagens essas que vão ser relevantes para a sua vida. Esses momentos são muito mais introspetivos e serenos, mostrando a plena evolução psicológica de Jorg. Também há alguns capítulos dedicados a Chella, a necromante do Rei Morto, que também acabam por ser essenciais para toda a história. 

Mais uma vez, Jorg mostra-se um narrador exímio. De uma capacidade fantástica para prender o leitor com a sua linguagem forte e ousada, criando autênticos retratados dos locais por onde anda, ele é um narrador único. Sem dúvida, é um dos pontos chave do sucesso desta trilogia: o narrador. 

Mas não só. 

Já tinha referido o meu fascínio pelo contexto da história nas outras opiniões. E aqui volto a referi-lo. A Europa e o Mundo, com cerca de 3000 anos, num pós acidente ou guerra nuclear, de volta à Idade Média. Não há mundos criados de raiz, nada. Há uma Terra que sofreu algo que poderá acontecer e o que acontece depois disso, porventura, imaginado e criado com esmero pelo autor, que conseguiu criar um dos universos mais originais a meu ver, exatamente por ter adaptado a nossa realidade, em especial a Europa e a nossa História. Há vários momentos e descrições que nos fazem sorrir ao lembrar acontecimentos reais ou até personalidades e personagens dos nossos tempos, que ali aparecem, vários séculos depois, num período que nos é estranho e misterioso. É completamente genial. 

A história em si é única. É muito mais do que um livro de aventuras. Para quem acha Jorg um monstro (e muitas das suas ações o comprovam como tal), neste volume tudo acaba por ser visto por outra perspetiva, uma perspetiva muito mais benévola e até bastante agridoce. O final é extremamente diferente daquilo que estava à espera, apesar de, lá bem no fundo, esperar algo assim. Porque, como poderia ser diferente? Comoveu-me bastante, algo que não esperava nesta trilogia e que me surpreendeu. 

As descrições continuam sublimes e cheias de vigor. Há uma pujança enorme na escrita, na escolha de palavras e termos, que promovem uma leitura fluída e frenética. Demorei mais tempo a ler o livro porque fiz de propósito. Andei a prolongar a leitura porque estava a gostar muito e queria ter mais um bocadinho da história comigo. 

Mark Lawrence conseguiu introduzir também algumas criações bastante mecânicas e cheias de detalhes a roçar o Steampunk, que estão muito bem conseguidas, criando um ambiente único e belíssimo. 

Em suma, recomendo este livro a todos os que gostam de um livro bom, com uma história grandiosa, forte e emocionante. Há momentos de grande terror, emoção e drama. Mas também há momentos de extrema beleza, amor e amizade, que, tenho a certeza, não vão abandonar o leitor. Há uma moral da história tão bela e tão grande, tão sensível, que toca todos os leitores, deixando-lhes sentimentos únicos e nada esperados ao longo desta trilogia.  Esta história é um hino ao amor, principalmente ao amor familiar e não podia ter sido contada de outra forma. Uma história de redenção.

NOTA (0 a 10): 10

terça-feira, 21 de março de 2017

Vencedor do Passatempo Os Hóspedes, de Sarah Waters

Já há vencedor do passatempo que esteve a decorrer aqui no Blog por estes dias que passaram! 




O vencedor foi...

39 - Nuno Patrocínio

Parabéns ao vencedor e obrigada a todos os que participaram e que divulgaram esta iniciativa. Muito obrigada à Editorial Bizâncio por ter permitido a realização deste passatempo. Continuem a seguir O Imaginário dos Livros e a participar. Em breve haverá mais passatempos!

segunda-feira, 13 de março de 2017

Passatempo Os Hóspedes, de Sarah Waters

Olá!

É com imenso prazer que vos venho informar que está a decorrer um novo passatempo aqui no Blog, em parceria com a Editorial Bizâncio. O livro em passatempo é o mais recente de Sarah Waters, Os Hóspedes. Um livro excelente, que recomendo totalmente!

Sinopse:

1922. Londres vive dias de tensão. 

Numa casa de gente bem-nascida, no sul da cidade, cujos habitantes ainda não recuperaram das perdas devastadoras da Primeira Guerra Mundial, a vida está prestes a modificar-se.

A senhora Wray e a sua filha Frances - uma mulher com um passado interessante a caminho de se tornar uma solteirona - vêem-se obrigadas a alugar quartos.

A chegada de Lilian e Leonard Barber, um jovem casal da "classe média", traz uma série de perturbações: a música do gramofone, o colorido, o divertimento. As portas abertas permitem a Frances conhecer os hábitos dos recém-chegados.

À medida que ela e Lilian são empurradas para uma amizade inesperada, as lealdades começam a mudar. Confessam-se segredos e admitem-se desejos perigosos; a mais vulgar das vidas pode explodir de paixão e drama.

A autora de Afinidade e Falsas Aparências, entre outros, surpreende-nos, mais uma vez mais, com esta história de amor que é também a história de um crime. 

Esta é Sarah Waters no seu melhor: tensão permanente, ternura verdadeira, personagens autênticas e surpresas constantes.

Livro do Ano - Sunday Times (in Editorial Bizâncio)





Para participar é preciso: 

Ser seguidor do Blog;
Preencher todos os campos do formulário.

Regras:

Participar até às 23h59 do dia 20 de março de 2017;
Ser residente em Portugal Continental;
Só é aceite uma participação por pessoa/morada;
Haverá apenas um vencedor, que será apurado através do site random.org;
O Blog não se responsabiliza por possíveis falhas/extravios dos correios.

Conto com as vossas participações e divulgações!


domingo, 12 de março de 2017

Para Sir Phillip, Com Amor, de Julia Quinn

Sinopse:

Sir Phillip sabia que Eloise Bridgerton tinha já 28 anos e era, pois claro, uma solteirona. Foi por isso mesmo que pediu a sua mão em casamento. Sir Phillip partiu do princípio de que Eloise estaria desesperada por casar e não seria exigente ou caprichosa. 

Só que...estava enganado. No dia em que ela lhe aparece à porta, torna-se óbvio que é tudo menos modesta e recatada.

E quando Eloise finalmente para de falar, ele percebe, rendido, que o que mais deseja é...beijá-la. 

É que, quando recebeu a tão inesperada proposta, Eloise ficou perplexa. Afinal, nem sequer se conheciam pessoalmente. Mas depois...o seu coração levou a melhor e quando dá por si está numa carruagem alugada, rumo àquele que pensa poder ser o homem dos seus sonhos. Só que...estava enganada. Embora Sir Phillip seja atraente, é certo, é também um bruto, um rude e temperamentalmente bruto, o oposto dos gentis cavalheiros que a cortejam em Londres.

Mas quando ele sorri...e quando a beija...o resto do mundo evapora-se e Eloise não consegue evitar a pergunta: será que este pesadelo de homem é, afinal, o homem dos seus sonhos? (in Goodreads)


Opinião:

Neste quinto livro encontramos a irmã Eloise Bridgerton. Já quase com 30 anos, Eloise está em risco de ficar solteira. Até que começa a corresponder-se com Sir Phillip, um homem também por volta dos 30. Em Para Sir Phillip, Com Amor, Julia Quinn oferece-nos mais uma aventura romântica bem apimentada e divertida, como ela tão bem sabe escrever! Até agora gostei de todos os livros da série e não desilude, mantendo-se fiel ao seu estilo, tanto a nível de escrita como de enredo. 

Gostei das personagens. Eloise já me tinha agradado nos outros volumes onde aparece e neste então, está mesmo bem. Muito "senhora de si", cheia de personalidade e muitíssimo faladora e cheia de opiniões, Eloise é uma mulher interessante, perspicaz e muito independente, daí ainda não ter casado, tendo mesmo recusado muitas propostas de casamento pelos motivos mais pequenos, mas relevantes para ela. Também gostei de Phillip, um intelectual e homem do campo, a fazer lembrar uma mistura de Heathcliff (O Monte dos Vendavais, Emily Brontë) e Gabriel Oak (Longe da Multidão, Thomas Hardy). A forma de interação das duas personagens e toda a embrulhada romântica em que se metem está excelente! É uma autêntica aventura, com alguns laivos de drama e tensão à mistura. 

A forma como todo o enredo em torno do romance acontece está muito bem. Não há alta sociedade, nem bailes, como nos livros anteriores. Há campo, aventura e muita emoção. Também há mais questões morais, existências e emocionais envolvidas e as personagens são bastante adultas, bem maduras e com muita fibra. Apesar da formula do enredo ser semelhante à dos volumes anteriores, neste livro há espaço para menos momentos de indecisão e embirrações das personagens femininas em relação a certos aspetos que acabam por ocorrer em certas alturas da história. 

Também gostei do contexto. Uma casa de campo, longe daquela azáfama da alta sociedade londrina, a intriga social...isso é colocado de lado neste volume, tornando-o diferente. Não há o mistério da autora das críticas sociais, uma vez que fora desvendado no volume anterior, o que deu espaço para outras paragens e outros contextos que não a cidade e os bailes mais frequentados e mais chiques de Londres. 

A autora mantém a escrita a um ritmo muito fluído, emocionante e divertido, sabendo sempre dar a entoação correta, através da construção frásica, de acordo com os diferentes momentos e sentimentos que vão decorrendo ao longo da narrativa. Apesar da narrativa em si ser bastante linear e parecida com a dos anteriores, as situações e peripécias que Julia Quinn dá às suas personagens são sempre únicas e excelentes, sempre de acordo com as personalidades das personagens. 

Mais uma vez encontrei de tudo um pouco: emoção, perigos, drama, diversão, amor...tudo o que um bom romance deve ter! A juntar a isso tudo, a beleza gráfica destes livros. Devo referir que a capa deste é maravilhosa, a meu ver. Muito muito bela e mais de acordo com a seu interior do que as dos livros anteriores, com excepção do segundo, Peripécias do Coração, que também está muito bem. 

Assim, recomendo sem reservas a todos os que gostam de um bom romance! 

NOTA (0 a 10): 10

sexta-feira, 3 de março de 2017

Divulgação Lançamento Treine com uma Estrela, de Nuno Fernandes


A Saída de Emergência, na chancela Chá das Cinco, edita hoje um livro bastante interessante para aqueles que querem descobrir o treino ideal. 

Está também a dinamizar o lançamento da obra, dia 6 de março, na Fnac do Colombo (Lisboa), pelas 18h30. Apareçam! 

Fica o link para conhecerem mais sobre o livro, no site da editora e também o link para o booktrailer



Loki, de Robert Rodi

Sinopse:

Loki venceu a batalha e agora governa Asgard. Com Thor aprisionado, bem como os outros deuses que sempre fizeram troça dele, Loki tem a sua chance de vingança e de mostrar que é mais do que apenas um renegado, um refém, um filho dos Gigantes de Gelo e não um membro de Asgard, de pleno direito. Assim, na luta para ser popular e para gostarem dele, Loki vê-se numa situação difícil: reinar é mais chato do que aquilo que parecia. Peticionários, favores...e ele que só se queria divertir...e ser amado pelo seu irmão, principalmente.

O que fará para conquistar o seu maior desejo? Irá matar Thor? Irá perdoá-lo? 

Uma história bastante interessante e cativante.



Opinião:

É a terceira banda desenhada sobre Loki e Thor que leio. Está bastante interessante, com uma história cheia de ação e momentos de grande emoção, ou não fosse a personagem principal Loki. 

Pois bem, as personagens estão muito interessantes, bem desenvolvidas e bem contextualizadas. Gostei da interação entre elas, bem como do enredo. Encontrei outras personagens do mundo de Asgardian que não costumam aparecer tanto, o que também é bom, porque dá a conhecer mais elementos deste mundo. Achei Loki bem engenhoso, se bem que aqui aparecem outras nuances dele. O lado mais humano, mais melancólico e amigável acaba por estar em conflito com o seu "eu" mais manhoso e intrujão.

Uma vez que esta ambiguidade é um dos fatores que mais interesse dá à personagem e que mais a demarca das outras, posso referir que esta dualidade está extremamente bem delineada neste volume, sendo a base para todo o enredo. A forma de lidar com o poder, de lidar com o irmão...bem como com todos os que o rodeiam está muito bem elaborada e vai ao encontro daquela chama de bondade que ele parece ter, mesmo que esteja bem lá no fundo. 

A linguagem está bastante rica e fluída, com muito sarcasmo e ironia à mistura, o que é bastante agradável. Lê-se num instante. 

Gostei bastante do enredo, achei-o relevante para o contexto asgardiano e para os seus mitos, bem como para os caminhos que a Marvel tende a dar a esta história. No entanto, não gostei muito da caracterização física (os desenhos em si) das personagens. As cores estão muito belas, bem como todos os pormenores, que dão toda a beleza visual que a história merece.

Em suma, uma banda desenhada interessante, que todos os fãs de Asgard gostarão. E, no fundo, para todos os fãs da Marvel. 

NOTA (0 a 10): 7