sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Os Luminares, de Eleanor Catton



Os Luminares ganhou um Man Booker Prize e conquistou muitos leitores pelo mundo inteiro. Assim que foi traduzido por cá, decidi que seria uma das minhas próximas leituras. Sabia que era algo novo, diferente, original e com uma certa dose de misticismo, que me fascinou antes de saber mais sobre a história. Quando peguei nele vi logo que ia ser uma jornada bastante interessante...tinha à minha frente um livro que me iria trazer bastantes emoções e deixar-me a pensar nele. E não me enganou. De facto, este é um livro original, com uma estrutura fantástica, tanto a nível da linguagem, como da narrativa, como da própria estrutura em si, em termos gráficos e de estruturação de capítulos. 


O livro conta a história de várias personagens que se encontram em determinados momentos, todas relacionadas entre si, devido a algum acontecimento. Com a corrida ao ouro na Nova Zelândia, no século XIX, tudo é atraído para lá. Pessoas ingénuas, pessoas interesseiras, ladrões, mentirosos, trabalhadores, pessoas sérias, amantes, foragidos, vingadores. E é com a corrida ao ouro e tudo o que ela traz que as personagens se encontram e nós também. A história começa com a chegada de Walter Moody, um jovem escocês, ao hotel Crown, no meio de uma reunião secreta, que é interrompida pela sua chegada. Todos os outros conspiradores se retraem com a chegada do forasteiro, mas, à medida que o jovem vai contando a sua história, principalmente em relação ao barco em que viajou e ao seu comandante, logo todos se apercebem que podem confiar em Walter, e começam a contar o motivo pela sua reunião.

Este relato vai sendo feito pelas personagens, de uma forma em que os acontecimentos diversos vão aparecendo de diferentes ângulos (tendo em conta as perspectivas das diferentes personagens), de modo a que, todos juntos, construam a história, ou seja, o que levou à reunião.

O povo de Hokitika sente-se curioso sobre um estranho aparecimento de um eremita morto, Crosbie Wells, sobre o desaparecimento de um jovem dono de uma concessão, bastante rico e afortunado, Emery Staines, e sobre a estranha tentativa de suicídio de Anna Wetherell, prostituta querida dos homens da cidade. E todos os homens reunidos no salão do hotel têm algo a ver com o episódio e temem a justiça e o facto de poderem ser relacionados com estes acontecimentos, uma vez que todos, ou quase todos, beneficiaram da morte ou do desaparecimento das duas personagens masculinas. Numa tentativa de se defenderem de possíveis ataques, eles juntam-se para partilhar o que sabem e tentarem desvendar o mistério, com a ajuda de Moody.

Assim, a história vai avançando e recuando, de modo a deixar conhecer o que realmente aconteceu ou a deixar subentendido ao leitor, através da narração do narrador e também das acções das personagens.

Não posso escrever muito mais sobre o enredo, porque ia tirar a graça à leitura. Por isso, vou-me debruçar sobre as minhas ideias sobre o livro.

Pois bem, como já referi, este é um livro original. A autora esmerou-se para criar uma história interessante, original, complexa, cheia de símbolos e de simetrias (o livro tem doze capítulos, cuja extensão vai diminuindo proporcionalmente), que se relacionam com a Astronomia e Astrologia. E eu gostei muito do efeito que a leitura me provocou.

À medida que fui lendo, a história foi-se entranhando no meu Ser, deixando-me curiosa, apreensiva, interessada. Criei afinidades com as personagens e foi com grande prazer que fui desvendando as suas histórias e os mistérios que vão aparecendo e que estão bem enraizados na trama. Aliás, estão tão bem enraizados, que, ao chegar ao fim, fiquei com a impressão que muito ficou por descobrir. Apesar de muito ficar subentendido, existem outros aspectos que acabam por não serem esclarecidos, o que deixa um cheiro de mistério no ar. Gosto quando isso acontece, pois permite uma certa abertura e criação de alternativas narrativas.

As personagens são riquíssimas, complexas, completas e cheias de um passado cheio de segredos e história. Todas elas têm algo a esconder e todas elas são de grande importância para o todo. Gostei em especial de Moody, Staines e Lydia. O primeiro pela perspectiva distante que traz aos acontecimentos, o segundo pelo seu fascínio e mistério e a terceira pela sua esperteza e misticismo. Ao longo da narrativa, o narrador dá-nos a conhecer a natureza das personagens, os seus sentimentos, a sua forma de agir, o seu passado e pensamentos, o que permite ao leitor um estudo sobre o carácter das diferentes personagens, que são todas bastante distintas. Este aspecto agradou-me bastante e elevou a narrativa a outra esfera.


Também o ambiente e as descrições estão muito bem. Não existe descrição por aí além; apenas aquela necessária para visualizar o ambiente. Isso faz com que a leitura seja bastante fluída. Mais uma vez, fiquei fascinada com a Nova Zelândia. Uma vez que gostei muito do livro de Sarah Lark, No País da Nuvem Branca, este livro fez-me ficar ainda mais curiosa sobre a História deste país. Também aqui aparecem os nativos, os maoris, e a sua cultura, o que permite a expansão dos conhecimentos sobre este povo. A cultura chinesa também está bem presente ao longo da história, trazida a lume através dos emigrantes chineses na cidade. E o relacionamento das diferentes culturas está bastante de acordo com a verdade, infelizmente, uma vez que a prepotência da cultura europeia é enorme em relação com as outras culturas presentes no meio.

Outro aspecto que me agradou foi o facto da história mostrar vários lados e todos os tipos de motivos. Há bondade, há maldade, há injustiça, há justiça, há ódio, há amor. Há tudo. A teia vai sendo tecida e desenrolada, de modo a que o leitor se confronte com tudo o que a humanidade têm. No fundo, a história é sobre a humanidade, sobre o que os homens fazem pelos mais diferentes motivos e aos extremos a que chegam para os alcançar.

Enfim, esta é uma grande viagem e uma viagem cheia de história, de emoções e de grandes mistérios. Gostei da forma como a autora guiou o enredo, gostei do narrador e da perspectiva exterior e interior que vai-se intercalando à medida que a história avança. Deste modo, posso afirmar que este é mais um excelente livro, merecedor do prémio que venceu e que deve ser lido. Mesmo que por vezes possa parecer denso ou um bocadinho parado, isso não é verdade. O livro tem um andamento próprio e não podia ser de outra maneira. Não teria sido a mesma coisa. Todo o livro é como uma dança, que se vai desenvolvendo e desenvolvendo até chegar ao desfecho, até os bailarinos terminarem a sua dança, que não termina, antes, continua eternamente, repleta de mistérios e de factos por explicar, que deixam no ar a magia que se imiscui na realidade.

Aconselho a todos a leitura desta obra. É uma maravilha para o nosso entendimento, para o cérebro e para o coração. É um hino à humanidade e ao que esta tem de pior e de melhor. Um livro que faz pensar, que tem um pouco de tudo. Com fluidez, sarcasmo, ironia, paixão e arrebatamento, a leitura desta obra é marcante. Uma excelente leitura!

NOTA (0 a 10): 10 

Vencedor do passatempo A Melodia do Sonho, de Ana Gonçalves

Já foi apurado o vencedor do passatempo que decorreu até ontem aqui no blog. Obrigada a todos aqueles que participaram. Continuem a seguir porque haverá mais passatempos! Obrigada à Chiado Editora, que permitiu a realização do passatempo. 


O vencedor é...  

21 - Liliana Martins 

Parabéns!




quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O Indesejado, de Sarah Waters (Parceria com a Editorial Bizâncio)

Chegou no final da semana passada este exemplar, com o apoio da Editorial Bizâncio. 
Espero gostar! 


Sinopse

Num Verão poeirento depois da guerra, na zona rural de Warwickshire, um médico é chamado para ir ver uma doente a uma casa isolada chamada Hundreds Hall. É nela que vive a família Ayres há mais de dois séculos. A casa de traça georgiana, outrora bela e imponente, está agora em declínio, com a alvenaria a cair, os jardins sufocados pelas ervas e o relógio do estábulo parado para sempre nas vinte para as nove. Os seus proprietários — mãe, filha e filho — tentam adaptar-se a uma sociedade em mudança, e apaziguar os seus próprios conflitos. Mas estarão os Ayres assombrados por algo mais sinistro do que um modo de vida que está a desaparecer? (podem obter mais informações aqui) 

E vocês, estão curiosos?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Passatempo - A Melodia do Sonho, de Ana Gonçalves (Chiado Editora)

Vai estar a decorrer este passatempo, em parceria com a Chiado Editora, desde agora até 29 de Janeiro (23h59). 
Para participarem só têm de ser seguidores do Blogue e da página deste no Blogue. 


Livro: 

A Melodia do Sonho, de Ana Gonçalves 



Sinopse:

Luísa Ramos divagava pelas ruas da sua cidade natal. Uma cidade do interior de Portugal que, pela sua pequenez e simplicidade, não conseguia suportar o peso dos seus sonhos. Eram sonhos inevitáveis, densos pela grandeza do seu conteúdo. Eram sonhos que baloiçavam o tempo e o espaço. Os contornos daquilo que ainda não tinha forma.
O destino surgiu. Uma viagem de comboio aguardava a presença de Luísa. Um destino, imerso em aventuras inesperadas, aguardava a inspiração das suas palavras e dos seus gestos. Incorporou a menina que sonha e dança. Incorporou a mulher que decide e avança. Soube ser menina em Portugal. Quis ser mulher em Viena. O Mundo estava à sua espera. O seu amor também! Luísa é a prova de que o destino existe e de que o sonho é o único meio de o alcançar...

Podem aceder à página do Facebook aqui.


Regras do Passatempo:

- participar até às 23h59 de 29 de Janeiro de 2015;
- ser seguidor do Blogue aqui E no Facebook;
- ser residente em Portugal;
- só são aceites uma participação por pessoa/morada;
- apenas haverá um vencedor, que será apurado através do site: random.org.

Boa sorte a todos!!!



terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Parceria Editorial Bizâncio

Olá,

hoje tenho o gosto de informar que estabeleci parceria com a Editorial Bizâncio. Li, há alguns anos, A Rosa Rebelde, de Janet Paisley, e fiquei rendida. Agora espero encontrar mais títulos para me render! 




Muito obrigada, Editorial Bizâncio!
E, sem dúvida alguma, muito obrigada a todos vós, que também ajudaram! 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O Cavalheiro Inglês, de Carla M. Soares

Chegou esta semana mais um belo exemplar da Editora Marcador, que espero ler em breve! Obrigada Marcador!


Quem já leu? O que têm a dizer?

Divulgação Marcador - Comer Bem, Viver Melhor, de Darya Pino Rose

Comer Bem, Viver Melhor é um livro sobre comida, que prova, que a perda de peso sustentável é possível ao incorporar ingredientes frescos, sazonais – e deliciosos – em todas as refeições.

Acessível e envolvente,
Comer Bem, Viver Melhor como é possível sem dietas entrar no verdadeiro caminho para o controlo de peso saudável e duradouro, sem abdicar de comer de forma saborosa e com prazer.

Segundo este manual do Foodist perder peso já não tem de ser uma questão de sacrifício, privações e força de vontade, e a comida transformar-se-á de algo que combate em algo que pode voltar a amar. Como escreve Darya «Você não precisa de uma dieta Precisa de um upgrade.»

(segundo comunicado da Editora)


À venda a partir de 8 de Janeiro


Sobre a autora:

DARYA PINO ROSE tem um doutoramento em Neurociência e uma foodist dedicada, atualmente vive em São Francisco. Passa a maior parte do tempo a pensar e a escrever sobre comida, saúde e ciência. Come coisas fantásticas todos os dias e desde 2007 que não considera «fazer uma dieta».

Em 2010, completou o doutoramento em Neurociência na Universidade de São Francisco. Cerca de um ano antes de se formar, começou a escrever sobre comida e saúde no seu website Summer Tomato. Na altura de defender a tese, já tinha uma nova carreira.

O Summer Tomato foi eleito um dos 50 Melhores Websites em 2011 pela revista TIME.
Tem uma licenciatura em Biologia Molecular e Celular da Universidade de Berkeley e foi reconhecida como uma das melhores alunas da turma de graduação de 2003. Também joga Zelda.

(segundo comunicado da Editora)

Notas editoriais:

Título: Comer Bem, Viver Melhor 
Autor: Darya Pino Rose
Editora: Marcador
Nº de Páginas: 290 pp. 
Formato: 15,5x23,5 cm
PVP: 17,50€
ISBN: 978-989-754-057-8

Os Livros RTP - Divulgação

Depois de 12 meses, 12 títulos, os Livros RTP foram e são um sucesso. Com mais de 100.000 livros vendidos, os Livros RTP, em parceria com a Marcador, foram uns dos livros com mais vendas do ano que passou. Teve um balanço muito positivo e vai ter continuação. 

75.000 livros destes 100.000 foram os do autor Pedro Chagas Freitas, com o romance Prometo Falhar (mais de 20º Edições), que está desde o seu lançamento nos TOP's de vendas. 

Quanto aos próximos lançamentos, esta colecção vai continuar a promover os novos autores portugueses e neste mês vai começar com Viagem ao Coração dos Pássaros, de Possidónio Cachapa.

Portanto, os parabéns para a colecção Livros RTP e para a Marcador!


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Under Different Stars, de Amy A. Bartol

Aqui está um livro que me despertou pela capa e pelo título. Tem a sua graça, mas podia ser melhor. Ficção Científica com um toque de romance, em que este é o primeiro volume. 


O livro conta a história de Kricket, uma rapariga que vive em Chicago. Sozinha, Kricket vai vivendo. Até que aparecem algumas pessoas que lhe contam que ela não é terrestre, mas sim Etharian (cidadã/o de Ethar, um mundo diferente), filha de pessoas importantes e influentes. Depois desse encontro, aparece novo grupo de pessoas de Ethar, em missão, que lhe dizem ter de a levar para Ethar, para prestar explicações perante o seu povo. Assim, a jovem vai numa viagem através de um lago subterrâneo para Ethar, onde espera descobrir as suas origens e desvendar o mistério.

Pois bem, aqui está um livro que me fez lembrar um misto de outros que já li: Luz e Sombra, Crepúsculo, Império Final e Cinder. Uma mistura destes livros em que há a capacidade natural e inata, sem grande exploração, de uma jovem heroína que não sabe nada sobre si; pouca exploração das personagens e do contexto; um romance leve, sem complexidade, tipo Bella e Edward; muito diálogo; uma acção bastante linear e parecida ao longo da narrativa, e, poucas descrições de Ethar. Também me fez lembrar Doctor Who.

Tem momentos interessantes, especialmente quando se tem algum vislumbre de Ethar, tanto a nível visual como cultural, ou nos momentos de mais acção. Estava à espera de mais, uma vez que a premissa é boa e diferente.

Deste modo, posso dizer que é um livro que tem o seu interesse. O livro tem os seus pontos fortes, como Ethar e tudo o que lhe diz respeito, e podia haver uma maior exploração a nível das personagens e contexto. Lá porque não fiquei totalmente maravilhada, isso não é sinónimo de que não tenha qualidade. Nem por sombras! Não estou a dizer que o livro não é bom, mas apenas que não me "encheu as medidas". Possivelmente, um público que goste dos livros que mencionei acima, irá gostar deste e recomendo-o vivamente a quem gosta deles (eu gostei do Luz e Sombra e do Império Final).

Talvez se a história não fosse contada pela personagem principal, e sim na terceira pessoa, teria sido mais interessante, pois não teria sido tão centrada apenas nela e mais no todo.

É de referir que existem partes com descrições bastante bonitas e que nos deixam imaginar as cenas nitidamente, o que é sempre bom e enriquece o imaginário de quem lê.

Aconselho a sua leitura. Mesmo que eu não tenha gostado muito, vocês podem gostar. 

NOTA (0 a 10): 5

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Uma Espia no Meu Passado, de Lucinda Riley

Esta é a primeira opinião do ano. Prenda de Natal! Desde que foi editado por cá que já andava de olho nele e, agora, chegou a altura de o ler e de escrever a opinião.


Uma Espia no Meu Passado conta a história de Émilie de la Martinièrs, última descendente de uma das mais nobres famílias francesas, que vê-se no dilema de como resolver as suas coisas depois de ficar orfã. Com várias dividias e um château grande mas decadente, a jovem fica sem saber o que fazer. Até que aparece Sebastian Carruthers, inglês, jovem e agente de Arte, que se propõe ajudar Émilie a resolver os seus problemas e que tem uma avó conhecida da família de la Martinièrs. Depois de casados, Émilie começa a descobrir que nem tudo é como pensava e, numa tentativa de conhecer melhor a sua história e a da sua família e, também, a do seu esposo, pergunta aos rendeiros da cave do château (seus amigos e descendentes dos antigos rendeiros da cava) mais sobre o seu passado, em especial a Jacques, pai de Jean. Jacques começa a contar a história de como Constance, avó de Sebastian, encontrou a família de la Martinièrs, no período da Segunda Guerra, e como as suas vidas ficaram para sempre unidas.

Assim, Émilie vai descobrindo o passado escondido da sua família e como este influencia o seu presente.

Este livro tem uma característica que me apaixona: a ligação do presente com o passado através de linhas que se vão descobrindo através da história das personagens. Não é a primeira vez que refiro este aspecto nas minhas opiniões, mas um dos factores que me agradam mais nas histórias é o facto das personagens terem uma passado rico, complexo, influente e com história. Personagens sem passado tendem a ser algo simples e planas, ao contrário daquelas que têm um passado forte e que vai sendo desvendado ao longo da narrativa. Esta é a essência deste livro: a história de Émilie torna-se interessante principalmente pelo seu passado e pela história que este esconde. Essa é a força da narrativa, e Lucinda Riley desenvolveu-a com grande mestria.

A autora conseguiu criar um ambiente rico, maravilhoso, melancólico, belo; um contexto complexo e forte; personagens complexas, bastante normais, com passados ambíguos e escondidos, motivos reais para as suas acções...comuns, mas fortes. Nada é forçado, nada é absurdo. Ambas as partes (passado e presente) estão bastante equilibradas, não havendo uma parte mais desenvolvida do que a outra. Apesar de ter gostado mais da parte do passado (pelo mistério, pelo contexto da Segunda Guerra, pela clandestinidade e perigos por que passam as personagens e pela história de amor que lá existe), considero que a parte do presente está bastante interessante e fiquei satisfeita por ter descoberto logo alguns dos mistérios desta parte da história.

É um romance bastante belo, intemporal, cheio de segredos, mistérios, drama, alegria, história. O retrato da Europa, principalmente da França, durante a Segunda Guerra está perfeito. Não nos são apresentados campos de batalha, soldados ou isso, mas sim o movimento do SOE, a Resistência Francesa e a Gestapo. Sem muita acção pura em cenário de guerra, é retratada uma outra face da guerra, mais escondida, mais misteriosa, que foi fundamental para o desenrolar dos acontecimentos. É mais um retrato de como a guerra influenciou a vida das pessoas, das famílias, das associações e como ela destruiu e criou laços entre pessoas; como modificou a forma das pessoas verem-se umas às outras, os sentimentos, emoções e relações; como transformou para sempre as pessoas e a forma destas verem o que está à sua volta.

Também gostei da forma como foi abordado o nazismo e como diferentes alemães viram a causa (dois irmãos gémeos, ambos da Gestapo, com ideologias opostas), bem como da descrição da alienação e loucura criadas por Hitler para atrair os jovens alemães para o partido e depois para a causa. De um modo bastante linear, sem grandes floreados e acção, a autora criou perfeitamente o contexto.

Gostei muito desta narrativa, muito completa, com uma história muito rica e bem contada, escrita com mestria. Recomendo sem reservas e fiquei muito curiosa para ler o outro livro da autora  Menina de Falésia. Um bom livro, boas personagens, bom contexto, bom mistério e boa história! Fantástico.


Nota (0 a 10): 10

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Feliz Ano Novo

É com alegria que desejo a todos um Ano 2015 cheio de tudo o que há de melhor. Sejam felizes!