Este é o segundo livro desta maravilhosa história de
Sevenwaters. Depois de ter lido o primeiro há alguns meses, eis que decidi ler
o segundo. E fiquei bem agradada.
O Filho das Sombras segue a história dos filhos de Sorcha e Hugh
de Harrowfield. Niamh, Sean e Liadan, têm pela frente o legado dos seus pais e
são parte da roda, sendo a Liadan que cabe o papel de figura principal.
Continua a luta pela posse das Ilhas, bem como as disputas internas entre as
famílias. No entanto, o que parecia já ter sido esquecido começa a estender os
braços e o futuro de Sevenwaters vê-se novamente no meio do nevoeiro. Liadan
sente-se puxada por todos os lados e é nela que todas as expectativas recaem.
Só que o que estavam a pensar que seria fácil torna-se mais complicado, quando
Liadan encontra um valente jovem guerreiro, cheio de mistério e de inimigos.
Assim, ela terá de pesar bem as suas decisões.
Não queria estar a fazer um resumo que pudesse dizer muito
sobre a história, uma vez que a história é tão bela que nenhum resumo seria
adequado e contaria demais. Esta é uma história para ser saboreada, sentida,
vivida. Toda a beleza da narrativa presente em A Filha da Floresta está aqui
presente. Aquela melodia solitária, um tanto agreste mas envolvente e
maravilhosa está novamente presente, desta vez pelas palavras de Liadan que é
narradora desta fantástica história.
A narração é perfeita, envolvente e muito sentida. Não foram
poucas as vezes em que me emocionei ao longo desta história e também não foram
poucas aquelas em que torci pelas personagens e me deixei levar pela narrativa.
Aliás, esta foi uma viagem em que me deixei levar em todos os momentos, pois é
uma daquelas histórias que prende o leitor (pelo menos, a mim prendeu-me).
Quanto às personagens, pude encontrar caras conhecidas e
ficar a saber os seus destinos e o que andam a fazer. Foi com grande gosto que
revi Sorcha, os seus irmãos e Hugh (Red). Gostei muito de Liadan, que é uma
personagem digna da sua mãe. Também gostei de todas as novas personagens, com
especial relevo para Bran, Ciarán e o seu amigo Fiacha, que é bem importante
para o desenrolar da história!
Gostei imenso das relações que se vão estabelecendo, ao
longo da narrativa, entre as personagens.
No que diz respeito ao desenrolar da história e à forma como
os acontecimentos aconteceram para ligar este livro ao anterior tenho a dizer
que a ligação está perfeita. Penso que não podia estar melhor, uma vez que tudo
faz sentido. Não há pontas soltas e tudo ou quase tudo o que acontece nesta
história tem o seu fundamento no passado, ou seja no livro anterior. A sintonia
está muito bem feita e existe, por isso, grande harmonia.
As descrições estão de cortar a respiração. Foi possível
seguir os passos de Liadan e das outras personagens através de Sevenwateres e
de toda a região.
Outro aspeto que quero aqui referir é o facto de, neste
volume, serem abordados assuntos de imensa importância para a compreensão da
história da família de Sevenwaters, que já me tinha desperto a curiosidade. O
que é referido é muito interessante e bem contextualizado. Por falar em
contextualização, é também de referir a mestria com que esta história está
integrada num período histórico real.
Não consigo dizer qual dos livros gosto mais. São ambos
fantásticos, com histórias diferentes, mas interligadas, fortes, sentidas e
muito, muito bem escritas. A beleza com que a história, tanto uma como a outra,
está escrita é fabulosa. Juliet Marillier é uma escritora completamente
fantástica. Os meus parabéns pelas suas belas histórias, que comovem, alegram e
emocionam os leitores.
Em suma, uma grande e bela história. Leiam!
Citações:
Não posso fazer com que o seu caminho passe a ser
amplo e direito. Há-de haver sempre curvas, e lombas, e dificuldades.
Mas posso segurar-lhe na mão e caminhar a seu lado. p.440
NOTA (0 a 10): 10