domingo, 19 de maio de 2013

"A Túlipa Negra", de Alexandre Dumas

Sinopse:

Em 1672, Guilherme de Orange toma o poder na Holanda. Cornélius van Baerle, um promissor botânico cujo único desejo é criar uma túlipa negra perfeita, irá envolver-se inadvertidamente nas intrigas políticas da época. Depois do massacre do seu padrinho, é acusado de traição e condenado à morte. Todas as suas esperanças repousam em Rosa, a bela filha do carcereiro. Os dois jovens verão o seu amor desenvolver-se ao ritmo do crescimento desta túlipa que Rosa cultivará no seu quarto. Mas há ainda um inimigo que terão de enfrentar! (in Goodreads)




Opinião:

Este é um livro que me despertou a curiosidade devido ao seu título, à beleza da capa e à sinopse. Romances entre prisioneiros e raparigas é sempre interessante.

"A Túlipa Negra" conta-nos a história de Cornélius Van Baerle, afilhado de Corneille De Witt, que se vê apuros com a política sem nunca se ter metido nela. Todo o seu desejo é cultivar e inventar tulipas e ao tentar inventar a túlipa negra, para vencer o concurso da Sociedade Hortícula de Haarlam, vê-se mergulhado numa aventura que o mudará. Invejado pelo seu vizinho, Cornélius vê-se a braços com a conspiração republicana contra a monarquia, contra Guilherme de Orange. No entanto, para o ajudar, irá contar com a ajuda de Rosa, a filha do carcereiro da prisão.

É um livro muito interessante, que no início me causou alguma estranheza devido à forma do escritor interferir com o desenrolar dos acontecimentos, algo muito comum no século XIX. É o primeiro livro que leio deste autor. Li "A Dama das Camélias", escrito pelo seu filho, e julgo ter tido a mesma sensação no início (já o li há bastante tempo), acabando por gostar imenso da história. Muito bela!

Ora, a presente história também tem a sua beleza. As descrições são muito interessantes e nada maçadoras. Tem sempre presente uma ironia bastante jocosa, que é fascinante. Também tem momentos de alguma inquietação e aventura. Tem vários pontos de suspense, o que é sempre bom. Não é um livro da pessoa ficar espantada com os acontecimentos, mas é um livro em que os acontecimentos estão muitíssimo bem narrados. As relações estabelecidas entre as personagens também estão bem elaboradas e coerentes, aspeto ao qual eu dou bastante relevo nos livros. Temos bastantes géneros de sentimentos e valores presentes: romance, inveja, coragem, perseverança, sobrevivência e justiça. E estão bastante bem personificados.

O tempo histórico retratado também está bem construído. Dá uma ideia do Renascimento holandês bastante interessante. É um livro que dá prazer de ler.

Recomendo a todos os que gostam de um bom clássico e a todos os que gostam de romances! 

NOTA (0 a 10): 8

domingo, 12 de maio de 2013

"Príncipe Mecânico", de Cassandra Clare

-Eu não sou capaz de explicar o amor - disse ele - e não te sei dizer se te amei na primeira, na segunda, na terceira ou na quarta vez que te vi, mas lembro-me de, na primeira, te ver a andar na minha direcção e de aperceber de que, de certo modo, o mundo parecia desvanecer-se quando estava contigo, que eras o centro de tudo o que eu fazia, sentia ou pensava. pág. 310

Sinopse:


No submundo mágico da Londres vitoriana, Tessa Gray encontrou por fim a segurança com os Caçadores de Sombras. Mas esta torna-se efémera quando forças desonestas na Clave se revelam para destruir a sua protectora, Charlotte, e substituí-la como chefe do Instituto. Se Charlotte perder a sua posição, Tessa será posta na rua - e presa fácil para o misterioso Magister, que deseja usar os poderes de Tessa para os seus fins obscuros.

Com a ajuda do bonito e autodestrutivo Will e do devotado e dedicado Jem, Tessa descobre que a guerra do Magister contra os Caçadores de Sombras é pessoal. Ele culpa-os de uma tragédia íntima que lhe destruiu a vida. Para desvendar os segredos do passado, o trio viaja através das névoas do Yorkshire para uma mansão que contém horrores indizíveis, dos bairros-de-lata de Londres para um salão de baile encantado, onde Tessa descobre que a verdade sobre a sua paternidade é mais sinistra do que alguma vez imaginou. Quando encontra um demónio mecânico com um aviso de Will, apercebe-se que o Magister sabe de todos os seus movimentos… e que um deles os traiu.

Tessa descobre que o seu coração está cada vez mais atraído por Jem, apesar do seu anseio por Will e dos sombrios estados de alma que continuam a abalar a sua confi ança. Mas algo está a mudar em Will… a parede que construiu à sua volta desmorona-se. Conseguirá o Magister libertar Will dos seus segredos e dar a Tessa as respostas sobre quem é e para que nasceu? A verdade leva os amigos para o perigo, e Tessa descobre que quando o amor e mentiras se misturam podem corromper até o coração mais puro. (in GOODREADS)

- Jura-me que o amas o suficiente para casar com ele e fazê-lo feliz.
- Juro.
- Nesse caso, se o amas, por favor não lhe digas nada do que se passou aqui entre nós. Não lhe digas nunca que te amo.
pág. 339

Opinião:

Este é o segundo volume da trilogia "As Origens", da saga sobre os Caçadores de Sombras.
Este volume é um pouco mais calmo do que o anterior, no entanto não se lhe fica nada atrás, aliás, é até mais engenhoso uma vez que nos mostra detalhes e enredos mais complexos. É preciso acalmar para explorar melhor o conteúdo da história e Cassandra Clare esteve muito bem!

As personagens continuam fantásticas! Muitos mistérios começam a ser resolvidos e vemos como isso modifica as personagens. Muitos são os seus terrores e aventuras, amores e loucuras. Se atrás disse que a ação era mais calma, há algo nela que não é: o romance. As personagens são atiradas para uma espiral de loucura, em que o romance é o pilar fulcral das suas vidas. Tessa, que continua a ser um mistério, se bem que com algumas novas informações, vê-se enredada entre dois rapazes, Will e Jem. No primeiro livro já tínhamos observado que Tessa tinha um fraquinho por Will e ele por ela, o que não se sabia é que Jem também almejava algo com a jovem. Jem, o rapaz bom e frágil, apresenta-se como enamorado de Tessa e esta fica dividida, pois se um é incerto, instável e perturbado, o outro é a bondade pura. Aqui está um triângulo amoroso muito bem conseguido, a meu ver, com uma verdadeira história de amor entre as personagens, pois não é apenas o amor por Tessa que está em causa, mas sim a grande amizade entre Jem e Will, que são parabatai (parceiros unidos pela alma até à morte). Will, que sempre salvou o seu amigo, e foi salvo por ele, teme vê-lo sofrer, devido à sua doença. Será isso que o fará retirar-se da conquista por Tessa?
- Quantas raparigas já fizeste desmaiar com essa prática?
- Só me interessa fazer desmaiar uma - respondeu ele. - A questão é se ela quer.
- Ela quer - replicou com um sorriso.
pág. 252


Quanto às outras personagens não há muito a dizer, continuam todas muito bem, bastante complexas e interessantes. A história sem elas seria nula, pois, de facto, não basta um triângulo amoroso para termos uma boa história, mas sim um leque de boas personagens, com um pano de fundo interessante, misterioso, perigoso e belo, que nos leve a sentir a história, a senti-la de verdade, como algo maravilhoso. Estes livros estão a conseguir ser assim, o que é óptimo, pois eu estou a gostar bastante!

A luta pelo conhecimento sobre Mortmain e os seus autómatos prossegue e torna-se cada vez mais sinistra. Estes aspetos do enredo são muito interessantes, pois, de facto, quem é Tessa? O que terá ela a ver com Mortmain? Porque será que ele a quer tanto? O que será ela, de verdade? Há imensas questões que podem ser postas e é isso que é bom numa história. Questões que nos façam imaginar, por hipóteses, para dar mais vontade de ler! Excelente!

Terei de esperar por "Princesa Mecânica" para ficar a saber mais e acredito que será uma história fabulosa! 
Como sou imortal, pensou ela, só tenho isto, esta vida. Não reencarnarei como tu, Jem, não te vou ver no Céu, nas margens de um grande rio ou na vida que está para além desta. pág.354

NOTA (0 a 10): 10

sábado, 4 de maio de 2013

"Coração", de Edmondo de Amicis

Sinopse:

Numa linguagem romântica e épica, Edmondo d’Amicis dá-nos uma extraordinária lição de ética e um belo testemunho dos princípios e dos valores que, 50 anos depois, dariam corpo à Declaração Universal dos Direitos Humanos. Passaram cento e vinte e cinco anos depois da primeira edição de "Coração". O significado e a importância que d’Amicis atribui a valores como a amizade, o caráter, as coisas conquistadas com esforço, a necessidade de aprender e de saber, a família, a coragem, a injustiça e a brutalidade do trabalho infantil estão evidenciados nesta obra, ainda que de forma subtil. Num tempo como este, Coração é seguramente leitura oportuna e indispensável, também para adultos. (in FNAC)

Opinião: 
 
Um livro que há algum tempo queria ler. Andei à sua procura durante alguns anos, até o encontrar na biblioteca. Trouxe-o para casa e li-o.

É uma ternura. "Coração" é nos narrado por um menino da terceira classe, de nome Henrique. Henrique narra o seu ano letivo: os colegas, os professores, acontecimentos. Tem um forte carácter moral, não há dúvida, mas tendo em conta a altura em que foi escrito, tal é completamente normal. O amor, a amizade, a verdade, a ajuda, a perseverança, a solidariedade, são valores que estão presentes na obra, através de histórias e acontecimentos, que depois tornam-se em reflexões de Henrique sobre os outros e sobre si mesmo.

Ao longo do livro são apresentados alguns contos, que são copiados pelos alunos ao longo do ano letivo, todos os meses. Esse contos são sempre sobre algum menino italiano, nobre de sentimentos: corajoso, amigo, perseverante, solidário. Muitos chegam a dar a vida por alguém ou alguma causa comum e nobre. É, enfim, uma exaltação destes valores, que deveriam ser o modelo dos alunos.

Gostei bastante da história. É simples e bonita. Boa para ser lida por crianças, jovens e adultos. Deu-me grande prazer observar o dia a dia das aulas de Henrique, pois deu-me um panorama da escola naquele tempo, algo que me fascina.

É uma história que é como um exemplo que se pretende seguir. Bastante simples, cheia de beleza e aquela pureza da infância, que devia durar para sempre.

Recomendo! 

NOTA (0 a 10): 7