segunda-feira, 18 de maio de 2015

Comandante Serralves - Despojos de Inverno, de Carlos Silva, Vítor Frazão, Inês Montenegro, Ana Filipa Ferreira, Joel Puga e Rui Leite

Já tinha este livro para ler desde que foi editado no ano passado e foi agora que me decidi a lê-lo! Estava ali na prateleira mesmo a olhar para mim e eu fui lá buscá-lo.

Sinopse:

Depois da invasão Pahoehoente, a Aliança Humana trouxe paz e prosperidade ao Sistema Solar. Contudo trouxe também a supressão da cultura, a opressão e a padronização dos povos.

Existe, porém, uma lenda que há várias gerações traz esperança a todas as nações livres. O seu nome é: Comandante Serralves

Suba a bordo da nave Maria e deixe-se levar por um universo de relatos de resistência e luta. Conheça as muitas caras e corpos do Comandante e deixe-se maravilhar pelas comunidades que colonizaram os planetas de Mercúrio a Urano.

Que despojos de guerra contra os Pahoehoentes são esses que ainda hoje trazem perigo às nações livres? Que artefactos se escondem em torno do Sol que podem desequilibrar o braço de ferro entre Serralves e a Aliança?
(in Goodreads)
Opinião: 

Este livro é composto por sete partes, contos, que compõem as aventuras do Comandante Serralves, o lendário comandante da nave Maria e um líder dos separatistas. Gostei bastante do Comandante, que tem uma personalidade bastante engraçada e interessante. Fez-me lembrar um misto de várias personagens espertas e inteligentes que eu tanto gosto, como, por exemplo, o Locke Lamora. Também gostei das outras personagens, em especial da Emily, mas Serralves é, sem dúvida, a grande personagem, e o melhor do livro, a meu ver. 

Gostei da história em si. A perspectiva está interessante, bem como o contexto em que os contos acontecem. Toda a parte científica, as armas, as invenções, tudo isso está excelente, bem como toda a visão futurista apresentada, assim a "descambar" para uma paz fingida e de fachada, que está muito bem apresentada. 

No entanto,  penso que poderia ter uma ligação entre os contos mais esclarecida. Senti que poderia ter gostado mais se houvesse uma maior ponte de um conto para o outro, de forma a que também o contexto do enredo saísse beneficiado, porque pareceu-me que, de conto para conto, ficava algo para dizer. Mas pode ser esse o objectivo e se assim é, os autores conseguiram. 

Todos os contos são interessantes. Gostei de todos, mas devo dizer que gostei especialmente do da Ana Filipa Ferreira, por causa da perspectiva alienígena de um dos seres em relação à Terra e aos humanos, bem como por causa da existência de uma maior emotividade nesse conto. 

Espero que o projecto continue e que em breve haja mais novidades. Também espero que os leitores apostem neste projecto e que contribuam, de modo a preserva-lo, uma vez que acredito que quanto mais for desenvolvido, melhor se tornará. É sempre bom poder ler histórias de autores nacionais e de poder divulgar as suas obras.

Um bom livro, cheio de aventuras, acção e emoção.

NOTA (0 a 10): 8

domingo, 17 de maio de 2015

Thor - Renascido, de J.M. Straczynski e Olivier Coipel (Universo Marvel)

Depois dos filmes da Marvel, tinha de seguir pelas bandas desenhadas. Descobri esta numa papelaria e decidi experimentar. É a primeira BD da Marvel que leio e gostei bastante! 


Sinopse:

Após o Ragnarök, todos os deuses de Asgard desapareceram. Mas será que desapareceram mesmo ou será que estão apenas escondidos? Quando uma ameaça surge para atacar a Terra, Thor é chamado da escuridão por Donald Blake, que o chama para voltar à Terra e ajudar as pessoas, ajudando também os deuses a regressar. Será que Thor consegue restituir-se a si mesmo, aos seus amigos e a Asgard? 

Opinião:

Como referi anteriormente, gostei bastante da história. Cheia de momentos de humor e de emoção, com uma arte muito boa e que consegue captar a essência de todos os momentos, esta é uma excelente história. 

Não sei muito bem se há algumas para trás que devesse ter lido, pois apesar de ter andado a pesquisar no Goodreads, não fiquei muito esclarecida. Mas como conheço em parte a história que está por detrás dos comics, não me senti deslocada. Sei que há mais dois volumes seguintes e que conto ler para acompanhar as aventuras de Thor depois do Ragnarök, uma vez que o final deste livro é fantástico e cheio de suspense. 

Como gosto dos filmes e das lendas, foi com bastante entusiasmo que comecei esta leitura, na expectativa de ficar a conhecer mais sobre este mundo. Voltei a ver algumas das minhas personagens favoritas, em especial uma, e achei interessante a forma como tal aconteceu. 

O enredo não é espantoso, nem fantástico, mas serve o seu propósito. Tem uma história fluída, cheia de humor e de aventuras, com magia e suspense à mistura, o que me agradou bastante.Também apreciei bastante a introdução dada por Filipe Faria, que faz um estudo bastante interessante sobre as personagens e os seus contextos.

Em suma, recomendo a todos e espero ler mais livros destes!


Citação:

Se houver forma, virei sempre por vós...encontrar-vos-eis sempre...possam embora o mundo e o fogo e o fim de todas as coisas atravessar-se entre nós (pág. 44). 

NOTA (0 a 10): 9

sábado, 16 de maio de 2015

Todo o Meu Ser, de Anna Funder

Gosto bastante de livros que tenham como contexto a Segunda Guerra Mundial, pois permitem-me sempre ter uma visão histórica, social e política bastante rica deste período, tendo por vezes um certo romance ou amizade de cariz bastante forte. Foi nessa expectativa que quis ler este livro e tenho a dizer que fiquei completamente agradada com esta leitura.


Sinopse:

Quanto Hitler sobe ao poder em 1933, um grupo de amigos extremamente unido passam a ser, de um dia para o outro, considerados criminosos. Unidos na resistência à loucura e à tirania do Nazismo, são obrigados a fugir do país.

Dora, apaixonada e temerária, o seu amante, o grande dramaturgo Ernst Toller, a sua prima mais nova, Ruth, e Hans, marido de Ruth, refugiam-se em Londres. Aqui correm enormes e terríveis riscos para continuar a sua actividade em segredo.

Mas a Inglaterra não é o porto seguro que pensavam ser, e um único e arrepiante ato de traição irá destroçá-los…
(in Goodreads)

Opinião:

Este é mais um excelente retrato sobre a vida durante este período de tempo. Neste livro, a história decorre mais entre o período entre a Primeira e a Segunda Guerra, tendo como narradores duas das personagens: Ruth e Ernst Toller. Ruth narra a história já na sua velhice, em 2001; Toller narra-a a partir do início da guerra em si. Ambos narram as suas vidas tendo como ponto de intercessão a história de Dora Fabian, prima de Ruth e amada de Toller, cuja aguerrida militância contra as políticas nazis e visão feminista e liberal são aspectos que a levaram a uma luta desleal contra uma força maior do que aquela que contava enfrentar. 

Aqui não se vê uma perspectiva da guerra com batalhas, bombardeamentos ou cenas desse género. Vê-se a luta daqueles alemães que estiveram contra Hitler e o seu partido, que tentaram avisar os outros países sobre o que se estava a planear. Conta a história daqueles que acabaram por ser considerados alvos a abater pelos Nazis, porque sabiam demais, porque denunciavam as suas práticas horríveis e porque os ridicularizavam na imprensa. É um retrato diferente, que mostra outra realidade, mais encoberta e mais minuciosa, que nem sempre é a mais difundida. Gostei bastante de poder ler sobre esta perspectiva, uma vez que não tinha ainda lido nada que me tivesse mostrado esta realidade. Assim, acabou por ser uma novidade neste campo. 

Todas as personagens, ou quase todas, são reais. A autora explica muito bem aquilo que alterou e aquilo que deixou ficar na parte final do livro, começando por referir que toda a história é verdadeira, sendo que é a história da sua amiga Ruth, prima de Dora, amiga de Toller, esposa de Hans. Os factos aconteceram conforme narrados, mesmo que algumas partes sejam mais "romanceadas". 

É um romance histórico fabuloso, principalmente pelo aspecto que referi anteriormente e também pela mestria com que a autora conseguiu recriar o clima de medo, insegurança e terror que se viveu naquele momento. É uma obra de imensa força e pujança. A forma apaixonada como a história é narrada cola o leitor ao livro, o que faz com que se leia num instante. E existe uma profundidade imensa nesta força, nesta narrativa de entrega, paixão e tragédia. É uma história com um final que vai sendo deslindado aos poucos, mas que cedo se adivinha. É um relato maravilhosamente escrito, mostrando o que de melhor há no ser humano, bem como o que há nele de pior e mais mesquinho.  

Aqui está uma visão realista, crua e nua da vida daquele grupo de amigos, que existiram de verdade e que passaram por aqueles momentos. É uma história verídica...uma história de vida de pessoas reais que se foram cruzando ao longo de uns anos e que deram o seu contributo para uma tentativa de mudar o Mundo, da forma mais pessoal que existe. Uma leitura fluída, com uma escrita bela e poética, por vezes dura e amarga. Uma narrativa muito boa, que recomendo a todos os que gostam deste tema e de história com um conteúdo cheio de força.

NOTA (0 a 10): 9

domingo, 10 de maio de 2015

O Pintor de Sombras, de Esteban Martín

Há bastante tempo que andava com este livro debaixo de olho e foi com grande agrado que o encontrei numa promoção das revistas. Depois de ter estado algum tempo na estante, decidi pegar nele e é com grande animo que posso dizer que foi uma excelente leitura.


Sinopse:

QUEM QUER INCRIMINAR PICASSO? RESTARÁ ALGUÉM EM QUEM ELE POSSA CONFIAR? Barcelona, finais do séc. XIX. Um dos maiores génios artísticos de todos os tempos é revelado ao mundo: Picasso. Desde criança que o seu talento irrequieto é avassalador. Picasso é um jovem rebelde que cedo vê os seus estudos académicos serem prejudicados pela sua irreverência. Depois de se apaixonar loucamente por uma mulher, ela abandona-o sem deixar rasto. Ela era a sua musa, a sua inspiração, a primeira mulher que amou verdadeiramente na vida. De coração partido, Picasso começa a procurar consolo na vida boémia e nos bordéis da rua Avignon. Mas tudo se complica quando alguém parece seguir os seus passos, deixando entre as prostitutas um rasto de mortes violentas que apontam Picasso como o principal suspeito. Uma por uma, as estranhas mortes vão-se tornando cada vez mais violentas e assemelham-se em tudo às que 10 anos antes assombraram as ruas de Londres. Poderá Jack, o Estripador, ter chegado a Barcelona? (in Saída de Emergência)

Opinião:

Gosto muito de livros de suspense e thrillers e este encontra-se na lista dos mais interessantes que li. O autor conseguiu criar uma história bastante boa, bem contextualizada e cheia de mistério, com personagens fantásticas, bastante reais (algumas mesmo reais, como é o caso de Pablo Picasso e outros pintores que aparecem ao longo da narrativa), um ambiente de cortar a respiração, descrições muito palpáveis e arrepiantes e um desenlace bastante agridoce.
Eu gostei muito deste livro por tudo isso. É uma história forte, cheia de personalidade, onde a realidade se cruza com a ficção, de uma forma perfeita. Encontrei aqui duas das minhas personagens literárias favoritas, que muito trazem à narrativa, sendo essenciais para a sua mestria. Não vou referir quais são porque é uma das mais valias deste livro e não quero estragar a surpresa dos leitores. Descubram por vocês mesmos! 

Pablo Picasso é aqui retratado de uma forma bastante convincente e a história é como se fosse uma retrospectiva da sua história de vida, ou pelo menos de uma parte desta: a sua juventude e o que aí lhe aconteceu que o tornou um pintor tão único, com uma visão tão crua e até cruel, mas cheia de sentimento e emoção, do mundo ao seu redor. Fiquei com imensa curiosidade de saber mais sobre a sua obra e fui pesquisar, principalmente sobre o quadro que serve de mote para a história: As Meninas do Avignon.

Também apreciei bastante a forma como o ambiente foi descrito e colocado ao serviço da acção. Aprendi a percorrer as ruas de Barcelona de uma forma imaginária com os livros de Zafón e este livro foi mais um guia para eu percorrer estas ruas. Encontrei-me nalgumas que aparecem n' A Sombra do Vento, só que alguns anos antes (a história decorre no final do século XIX e inícios do século XX). Foi um prazer poder fazer esse percurso, desta vez com a ajuda de outras personagens, também elas riquíssimas e carismáticas.

Existe alguma brutalidade nas descrições de alguns dos acontecimentos narrados, mas há também uma grande poesia na forma como estão descritas. É como se o leitor estivesse lá, não só nesses momentos, mas em toda a narrativa. Quando isso acontece é fantástico, porque é sinal que o autor conseguiu criar um ambiente rico, perfeito e palpável. Os meus parabéns por tal feito! 

O mistério em si é bom. Jack, o Estripador, vai ser sempre uma figura incontornável do mistério passados no século XIX e um bom vilão. Esteban Martín conseguiu entrelaçar bastante bem esta personagem vinda da Inglaterra com as outras personagens, inglesas e espanholas. 

Recomendo sem reservas. A história é excelente, a leitura é fluída. Não existem momentos parados, o contexto histórico é rico e tem bastantes detalhes, que nos fazem conhecer mais da cultura, da sociedade e da História de Barcelona daqueles tempos, bem como da inglesa, a dado momento. Também a nível gráfico é muito bom: uma capa bonita, cheia de mistério; um interior cuidado e bonito. Os parabéns à Saída de Emergência por mais uma obra literária de excelência.

NOTA (0 a 10): 10

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Vencedor/a do passatempo O Indesejado, de Sarah Waters

Olá! 

Já há vencedor/a do passatempo que esteve a decorrer aqui no blog, em parceria com a Editorial Bizâncio. 

O/A vencedor/a é:


34 - Carina Portugal


Muitos parabéns! 

Obrigada a todos os que participaram e divulgaram! Continuem a seguir, porque haverá mais =)
O meu obrigada também à Editorial Bizâncio, que permitiu a realização deste passatempo.

domingo, 3 de maio de 2015

Divergente, de Veronica Roth

Terminei ontem a leitura do primeiro livro da trilogia Divergente. Não estava com grande ideia de me debruçar sobre esta história, mas acabei por fazê-lo uma vez que encontrei o livro numa boa promoção da Bertrand. Como gosto de andar a par das tendências literárias, não pude deixar de me interessar...e também quero ver os filmes. Por isso, decidi apostar. 



Sinopse:

Na Chicago distópica de Beatrice Prior, a sociedade está dividida em cinco fações, cada uma delas destinada a cultivar uma virtude específica: Cândidos (a sinceridade), Abnegados (o altruísmo), Intrépidos (a coragem), Cordiais (a amizade) e Eruditos (a inteligência). Numa cerimónia anual, todos os jovens de 16 anos devem decidir a fação a que irão pertencer para o resto das suas vidas. Para Beatrice, a escolha é entre ficar com a sua família... e ser quem realmente é. A sua decisão irá surpreender todos, inclusive a própria jovem.

Durante o competitivo processo de iniciação que se segue, Beatrice decide mudar o nome para Tris e procura descobrir quem são os seus verdadeiros amigos, ao mesmo tempo que se enamora por um rapaz misterioso, que umas vezes a fascina e outras a enfurece. No entanto, Tris também tem um segredo, que nunca contou a ninguém porque poderia colocar a sua vida em perigo. Quando descobre um conflito que ameaça devastar a aparentemente perfeita sociedade em que vive, percebe que o seu segredo pode ser a chave para salvar aqueles que ama... ou acabar por destruí-la.
(in Goodreads)

Opinião:

Bem...a ideia que tinha desta trilogia é que era parecida com a dos Jogos da Fome e penso que não me enganei muito. Não é a mesma coisa, tem diferenças, mas no fundo, a base é muito parecida. E acho que isto pode ser aplicado a uma boa parte das distopias que por aí andam. Pois bem, se tivesse de comparar um com o outro, iria dizer que gostei mais dos Jogos da Fome, porque tem mais acção e mais impacto, mas eu não quero comparar mais estas histórias entre si, porque quero distanciar-me disso. Assim, o que tenho a dizer é o que gostei. Era o que estava à espera, não fiquei maravilhada, mas é uma leitura agradável, fluída, que cumpre o seu propósito de entretenimento. 

Houve alguns momentos muito bons a nível emocional, principalmente na recta final, que me fizeram gostar mais da história, mas a maior parte do enredo não avança muito e é muito linear. 

Não senti um grande apego pelas personagens. Tris é uma rapariga fixe, cheia de vontade, interessada e isso tudo, e é uma boa personagem feminina, mas dei por mim a pensar que se lhe acontecesse alguma coisa durante a história eu não iria ficar mais ansiosa ou chateada. E isso foi o que mais me aborreceu neste livro: não consegui sentir apego pela Tris, nem pelas outras personagens, com excepção de Quatro, que me agradou um bocadinho mais. As únicas partes em que Tris me emocionou foi no final e durante as terríveis cenas de bullying que estão presentes ao longo da narrativa. Achei essa parte fundamental e muito bem empregue, porque esta é uma forma de trazer à tona uma assunto tão nefasto como o bullying para a ribalta, podendo assim ser posto a nu e debatido, para que as pessoas compreendam o mal que faz a quem dele sofre e também a quem o emprega. Gostei de como a autora trouxe este tema para a história e isso fez-me gostar do livro, tal como os momentos de acção e intriga que vão acontecendo. 

Em relação ao contexto tenho a dizer que está interessante e tem um pano de fundo que podia ser real. A existência das facções e o que lhes deu origem, bem como o que as está a fazer cair, está bem contextualizado e faz com que o enredo ganhe credibilidade. Também gostei deste factor. 

Vou querer acompanhar a trilogia e vou querer ver os filmes, porque estou na expectativa de ver se vou gostar mais dos livros seguintes. Em suma, é um livro que se lê bem, com uma história interessante, um contexto bem definido, um ritmo rápido e constante. Não existem momentos parados, há sempre movimento e algo a acontecer e isso agradou-me.

NOTA (0 a 10): 7

Os Vingadores - A Era de Ultron

Fui ver o filme, cheia de expectativa para mais uma nova aventura destas personagens cheias de vivacidade. Um dos filmes mais esperados do ano, com imensa publicidade em redor e toda a história que a Marvel tem e nos dá...só podia ser um sucesso! E é, à sua maneira. 

Neste capítulo, os Vingadores tem uma nova ameaça para enfrentar, ameaça essa que veio de dentro do grupo. Depois de desmantelarem uma rede de experiências cientificas que tinham como base o ceptro de Loki, utilizado por este no filme anterior dos Vingadores, Tony Stark vai até à sala das experiências para tirar o ceptro e acaba "contaminado" por uma das visões que a Bruxa Vermelha lhe deixa ver: todos os Vingadores mortos, menos ele, e também o mundo morto, atacado por criaturas de metal que estavam a ser construídas naquele local. Assim, Tony Stark começa a desenvolver a ideia de criar uma super máquina de protecção contra todos os ataques, com a ajuda de Banner: Ultron. O que eles não sabiam era que Ultron tinha vida própria e que em vez de ser uma protecção, acaba por tornar-se uma ameaça, para eles e para toda a humanidade. 


É neste contexto que a equipa vai actuar e fazer tudo para parar Ultron, as suas ideias e as suas máquinas. Mas além disso, têm também de lutar contra a desconfiança entre eles. 

Pois bem, o contexto está interessante, tem um pano de fundo rico e com várias questões éticas por trás, bem como cientificas; as personagens estão bem, como de costume, cheias de personalidade e carisma, presenteando-nos com o seu humor característico e com momentos de tensão; o ambiente está bem escolhido e bem desenvolvido; o enredo é forte; o aspecto visual é fantástico; a banda sonora também (Danny Elfman!!!); tudo é interessante. 

Mas falta algo. Senti a falta de algo. O filme tem muito; está cheio de muita acção, muita informação...podia ter havido menos, mas mais envolvimento das personagens, mais tensão emocional (que só aparece nas partes finais). A primeira parte apresenta um bom começo, mas depois fica um bocado estagnada e só se vê um desenvolvimento mais crucial na segunda parte, que é de longe melhor do que a primeira. Devido ao ritmo frenético em que muitos dos acontecimentos se desenrolam, senti que houve muitas coisas que ficaram pelo caminho: coisas importantes, que podiam ter sido devidamente exploradas de modo a criar um ambiente mais realístico e menos fantástico. A parte dramática entre as personagens podia ter sido melhor explorada, em como as relações entre elas. E depois há uma falta imensa...a maior de todas, no meu ponto de vista. E eu não vou dizer aqui qual é, apesar de vocês já estarem a imaginar ao que é que me estou a referir.


Quanto ao vilão posso dizer que é interessante, tem poder, tem carisma e o seu factor de impacto é mesmo a voz de James Spader. Gostei imenso das cantigas dele, e da parte em que apareceu no salão depois da festa, como se fosse uma marioneta de metal com uma cara parecida com uma abóbora lanterna. Grande entrada em cena.
Também gostei das novas personagens: Pietro Maximoff (Quicksilver) e a sua irmã, Wanda (Bruxa Vermelha, que estava bem para ser a Melisandre, da Guerra dos Tronos/Crónicas de Gelo e Fogo). Gostei da entrega dos actores às suas personagens e do cariz fraternal que trouxeram para o ecrã, com grandes momentos de tensão, de acção e de emoção. 

Em relação aos membros da equipa estão todos bem, equilibrados. Gostei bastante do relevo que deram ao Arqueiro e à relação entre a Nat e o Hulk. 

Gostei dos momentos de humor protagonizados por questões como "quem consegue levantar Mjolnir?" e em relação a certas questões de linguagem, principalmente entre o Stark e o Capitão América. 

Gostei bastante do começo e do desenrolar da segunda parte. Espero que os próximos tragam mais enredos interessantes e poderosos, com mais ênfase em aspectos mais humanos do que fantásticos (isto em termos visuais e de acção). E espero que para o próximo apareçam certas personagens. 

Em suma, um bom filme de acção e aventura, que podia ter sido melhor.

NOTA (0 a 10): 6