quinta-feira, 31 de março de 2016

Mariana, de Susanna Kearsley

Sinopse:

Julia Becket acredita no destino. Ela tinha apenas cinco anos quando viu Greywethers pela primeira vez, mas soube de imediato que aquela era a sua casa. Vinte e cinco anos depois, tornou-se finalmente sua proprietária. Mas Julia depressa começa a suspeitar de que existe algo de poderoso e inexplicável por detrás da sua decisão radical de abandonar Londres e começar de novo numa pequena aldeia. Os novos vizinhos são calorosos e acolhedores, muito particularmente Geoff, o aristocrático proprietário de Crofton Hall, com quem sente uma ligação imediata. Mas a vida tal como ela a conhecia acabou, e outra bem diferente está prestes a começar. Uma vida que inclui Mariana, que habitou aquela mesma casa trezentos anos antes e cujo destino ficou tragicamente por cumprir. A história de Mariana vai- se revelando a pouco e pouco, apoderando-se da sua vida como um feitiço. Ao longo dos séculos que separam as duas jovens, uma promessa de amor eterno aguarda o desfecho que o destino lhe negou. Conseguirá Julia desvendar no presente os enigmas do passado? Será que Mariana esteve sempre à sua espera? (in Goodreads)



Opinião:

Depois de ler o livro O Segredo de Sophia fiquei muito curiosa em relação a este livro. Gostei imenso da forma como a autora conseguiu formar uma história tão bonita e cheia de mistério, com um pano de fundo de um passado com uma história de que eu gosto bastante (as revoltas escocesas) e de um presente bastante normal. A forma como a autora entrelaçou o passado com o presente e as relações entre todas as personagens foi perfeita e era isso que estava à espera de encontrar neste livro: interligações e segredos. E foi isso mesmo que encontrei.

A narrativa divide-se em momentos passados no presente, em que Julia Becket é a narradora e está nela mesma, e em momentos passados no passado, em que Julia Becket encarna Mariana, que passa a ser a narradora, e que deixa ver o que aconteceu naquela casa e na sua vida. A forma como a reencarnação é abordada está muito bem feita, uma vez que não é nada forçado e descabido, sendo tratado como algo normal. Também a missão de Julia está bastante bem elaborada e relacionada com as personagens e os locais...não vou aqui referir muito mais sobre isto, porque livros com mistérios é para deixar os leitores descobrirem por eles mesmos.

No entanto, a história não tem nada de extraordinário. Comparando os dois livros, O Segredo de Sophia apresenta uma história muito mais complexa. Porém, Mariana não se lhe fica atrás. Não tem tantos detalhes históricos, apesar de o contexto do passado também estar relacionado com acontecimentos verídicos da História inglesa (a instauração do Parlamento e o assassínio do rei); os momentos do passado são em menor número. Aqui encontra-se uma história mais simples, sem muitos adornos, mas bastante bonita e que se entranha facilmente no leitor, pelo menos foi o que me aconteceu. 

O facto da autora conseguir descrever emoções e "pintar retratos e quadros" de uma forma bastante maravilhosa e assertiva também faz com que seja impossível ao leitor não se interessar ou não se misturar com as personagens e com o espaço. É possível visualizar tudo: personagens, espaços, tudo. A casa é descrita ao pormenor, sem ser maçador, bem como todo o ambiente e até a vila. E esta capacidade também está visível nos sentimentos e emoções das personagens. Nos momentos mais emotivos e de suspense é possível sentir as emoções das personagens e estar com elas. Isso é sempre excelente quando acontece. 

Gostei muito das personagens, principalmente de Mariana e de Richard de Mornay, e também de Julia, Ian e Geoff. São personagens fortes, repletas de histórias. São complexas e interessantes. Todas as personagens são maravilhosas; todas são necessárias para a história; todas têm um papel. 

Esta é uma história repleta de Romantismo, com uma grande carga emotiva. Lembrei-me várias vezes de O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë, e de Longe da Multidão, de Thomas Hardy, que são Romances de extremo Romantismo, até a roçar um tanto o Gótico por vezes. Isso também me fez gostar muito da história. 

Em suma, Mariana é uma belíssima história de amor, redenção e mistério. Vai apaixonar todos os leitores que gostam de uma boa história de amor e de algum Romantismo à mistura. Um bonito romance, que me encheu as medidas! 

NOTA (0 a 10): 10

sábado, 26 de março de 2016

A Pedra das Lágrimas Parte 2, de Terry Goodkind

Sinopse:

Esta é a segunda regra dos feiticeiros:
O pior dos males pode surgir da melhor das intenções


Os caminhos de Richard e Kahlan separaram-se: forçado a submeter-se aos desejos da Madre Confessora, o portador da Espada da Verdade encaminha-se para o Palácio dos Profetas, em Tanimura, a fim de aprender a controlar o seu dom, antes que este o mate. Por outro lado, a última das Confessoras, enredada numa trama de mentiras piedosas cujo único objetivo é salvar a vida do homem que ama, dirige-se para a Fortaleza dos Feiticeiros, em Aydindril, onde espera encontrar Zedd e, juntos, ajudarem Richard a cumprir o seu destino.

Todavia, num mundo em que a magia é, simultaneamente, uma bênção e uma maldição, e em que qualquer um pode ser um agente do Guardião disfarçado, distinguir aliados de inimigos revela-se uma tarefa hercúlea. Através dos seus próprios erros, o seeker e a Madre Confessora vão descobrir, da forma mais dolorosa, que a maior das bondades e a melhor das intenções podem constituir um caminho insidioso para a destruição. 

Sabedoria, prudência e uma b
oa compreensão da primeira regra dos feiticeiros são as únicas armas de que dispõem: mas serão suficientes para reparar o véu e devolver a Pedra das Lágrimas ao reino dos mortos? (in Goodreads)


Opinião:

Depois de ter lido a primeira parte há umas semanas, foi com grande entusiasmo que peguei na segunda. E foi novamente maravilhoso. O livro não devia de estar dividido, mas se assim pode ser editado por cá, não me vou queixar, porque é mesmo bom. 

Não há muito para dizer uma vez que muito do que referi na opinião da primeira parte seria dito aqui, pois o livro é um todo e o enredo mantém-se ao mesmo nível, como seria de esperar. A divisão foi bem feita, uma vez que a primeira parte terminou na parte certa e mais misteriosa, que pegou muito bem na segunda parte. O enredo continua repleto de ação, emoção, mistério, magia e perigos. Notei, por causa da história em si, uma maior concentração por parte do autor nas personagens e na ação em si: a história não se dispersa tanto, não há tantos POV'S por assim dizer, o que facilita a congruência do enredo e personagens, que era algo necessário ao desfecho deste livro, pois só assim podia dar uma sensação de conclusão: reuniam de certas personagens, determinados acontecimentos (a ida de Richard para o Palácio dos Profetas, a ida de Kahlan até ao seu reino e o que lá acontece, o encontro do feiticeiro com a Madre Confessora e por aí...). 

Ou seja, a nível de enredo o livro, no seu todo, é fantástico. Mais uma vez volto a dizer que é uma excelente fantasia, com tudo o que deve ter e que cada vez se distingue mais (à medida que o enredo avança) de outras histórias de que de certo foi beber e que já referi noutras opiniões sobre estes livros. 

As personagens mantêm-se ao mesmo nível. Confesso que gostei de ver Richard e Kahlan em pontos opostos, para poder vê-los em ação separados. Richard é uma excelente personagem, cheia de personalidade e força. Kahlan ainda está melhor. Gostei muito de a ver lutar, de a encontrar mais autónoma e majestosa. É uma personagem feminina muito forte, que tem tudo para ser uma das minhas favoritas dentro do género. Em relação às outras personagens, gostei muito de das novas, principalmente a nível do Palácio dos Profetas, que foi uma das partes do enredo que mais me agarrou por causa do seu mistério e duplicidade. 

Gostei muito do rumo da história: é cada vez mais denso, mais misterioso e perigoso. As personagens mostram ter várias caras, existem muitos mistérios por desvendar, muitos enigmas e grande ação. É como se o leitor estivesse lá no centro de tudo, como se fosse uma personagem que vive a história. A escrita do autor faz com que isso seja possível, tal como o ritmo frenético em que é contada e os detalhes que são dados ao longo da narrativa. Também a nível do contexto, do universo em si, existe um grande avanço, uma vez que nesta parte é mostrado muito mais da História destes mundos. A existência do Mundo Velho e Mundo Novo, para além da Terra Ocidental, D'Hara e por aí, torna o contexto muito mais rico e consistente. Mostra que existe de facto todo um contexto criado de raiz, que é sempre algo muito importante e até fundamental neste tipo de literatura, uma vez que os mundos criados têm de ter uma História e um contexto credível, por mais fantásticos que sejam. O autor conseguiu-o fazer muito bem e isso vai sendo comprovado à medida que a narrativa avança. 

Em suma, o livro é excelente. Fazendo agora uma breve síntese do livro no seu todo (primeira e segunda parte) tenho a referir que esta história é excelente e tem tudo para agradar aos fãs deste género e até de outros géneros. Sei que há muitas opiniões menos boas sobre a história, mas eu gosto muito dela e vejo-lhe muito potencial. Espero mesmo que continue a ser editada por cá, porque é uma maravilha. Dentro do género fantástico está-se a revelar uma das minhas histórias favoritas. Recomendo a todos! 

NOTA (0 a 10): 10

sexta-feira, 25 de março de 2016

A Ilha de Melquisedech - Mnemon, de Vera de Vilhena

Sinopse:

Nesta narrativa fantasiada, com um pé na realidade, o leitor irá conhecer Mnemon, o rapaz que não dorme; Oto, o gigante ciclope; Rigoletto, o Repórter; Organtina, a ninfa do lago; Eloque, o Orador; Ratatosk, o corcunda; Furfuris, o duende doméstico…e muitos outros seres tornados extraordinários, no dia em que Melquisedech os subtraiu ao Outro Mundo, para lá do Mare Ignotum, e os levou para a Ilha de Sono, onde ninguém entra e de onde ninguém sai. Encerrados na sua própria idade pela magia deste druida feiticeiro, usam o talismã que os mantém protegidos, numa frágil cúpula, a salvo de angústias e maldições. Habitam um lugar limpo e sedutor e têm a profissão no nome. Ninguém nasce, ninguém morre. As mulheres usam a lã de ouro dos rebanhos para esfregar tachos e escudelas. Cristalina, a Árvore do Esquecimento, é o freixo que amadurece cristais multicolores, a moeda de troca que as cuique suums entregam em cada casa. Conseguirá Melquisedech manter este mundo perfeito, onde todos parecem viver felizes? (in Goodreads)



Opinião:
 
Mais um livro lido em parceria com a Chiado Editora que me agradou. Gostei bastante e tem uma capa belíssima, bem como o design interior.

Gostei das personagens, de todas elas. Achei-as muito originais e divertidas, mas também bastante melancólicas, por vezes. Se no inicio parecem um tanto estranhas, à medida que se vai avançando as personagens ganhar personalidade e qualidade, tornando-se menos estranhas e mais interessantes. 

Em relação ao enredo posso dizer que, gostando de lendas e mitos, seria um pouco difícil não gostar da história. Achei-a bastante boa, inteligente e sofisticada.Tem momentos muito divertidos e outros cheios de ação e emoção. Muito bom! Mesmo que pareça um tanto infantil ao início, a história desenvolve-se de uma forma muito séria e adulta. As metáforas são constantes e bem colocadas, tal como a imaginação da autora, que é enorme. A forma como a autora criou este universo rico e inspirador, com as suas próprias regras, e as personagens tão curiosas, só mostra a capacidade de criação e imaginação da autora.

Tem todos os ingredientes necessários para um bom livro dentro do género: ação, humor, emoção, romance, amizade, aventuras...entre outros. A escrita é fluída e bastante melódica. Tudo o que acontece ao longo da história faz sentido e nada está ali descabido. 

Em suma, recomendo a todos os que gostam de Fantasia. Não se esqueçam de apoiar os nossos escritores, que bem o merecem! Os meus parabéns à autora por este belo livro e à Chiado. 

NOTA (0 a 10): 8

sexta-feira, 18 de março de 2016

Crónica de Paixões e Caprichos, de Julia Quinn

Sinopse:

As mães casamenteiras da alta sociedade londrina, estão ao rubro. Simon Bassett, o atraente (e solteiro!) Duque de Hastings, está de volta Inglaterra. O jovem aristocrata mal sabe o que o espera pois a perseguição das enérgicas senhoras é implacável. Mas Simon não pretende abdicar da sua liberdade tão cedo…

Igualmente atormentada pela pressão social, a adorável Daphne Bridgerton sonha ainda com um casamento de amor, embora a sua espera por um príncipe encantado comece já a ser alvo de mexericos.

Juntos, os jovens decidem fugir de um noivado, o que garantirá paz e sossego a Simon e fará de Daphne a mais cobiçada jovem da temporada. Mas, entre salões de baile e passeios ao luar, a paixão entre ambos rapidamente deixa de ser ficção para se tornar bem real. E embora Daphne comece a pensar em alterar ligeiramente os seus planos inicias, Simon debate-se com um segredo que pode ser fatal.
(in Goodreads)




Opinião:

Aqui está uma agradável surpresa! Não estava à espera de gostar tanto deste livro e o facto de não estar com grandes expectativas pode ter ajudado. De facto, até tinha um pouquinho de receio de não gostar muito, porque não é o género de livro que eu leia. Mas só prova que há uma imensidão de livros de géneros que não são o habitual em termos de hábitos de leitura e que são autênticas maravilhas, que podem muito bem passar despercebidas se não se tiver curiosidade para alterar um pouco os interesses literários.

Pois bem!, a começar pela história. Como é possível ver pela sinopse, a história é bastante simples em termos de enredo. Um possível romance, algumas dificuldades e momentos muito doces. Ora, por aí parece que não é nada de espectacular. No entanto, a história é excelente e muito mais do um miminho fofo. 

Tem um contexto muito bem elaborado, as descrições são muito boas, pertinentes e muito realistas. Os espaços estão perfeitos e as ações das personagens estão muito bem visualizáveis. A juntar a tal, o contexto histórico está muito bom, com as questões da sociedade e etiqueta sempre presentes, mas sem serem chatas ou em demasia. E a escrita/linguagem utilizada faz com que tudo se torne maravilhoso, pois é bastante assertiva, divertida e fluída.

Em relação às personagens, posso afirmar que todas são excelentes! A protagonista feminina, Daphne Bridgerton, é perfeita, muito normal, sem clichés ou maneirismos fúteis (que era o que mais receio me fazia ter destas histórias) e consegue ter um equilíbrio e uma lucidez em todos os momentos incríveis. Ela é a quarta irmã de oito filhos da família Bridgerton, a primeira filha, e vê-se a braços com um belo dilema quando encontra o duque de Hastings, Simon. Simon, solteiro, com fama de um tanto libertino, é grande amigo dos irmãos mais velhos de Daphne, principalmente de Anthony.Com um segredo do seu passado que não quer que ninguém saiba, Simon mostra-se sempre um tanto misterioso. Ora, eu gostei bastante de Simon. Tanto ele como Daphne fazem um brilhante par, bastante amistoso e engraçado. Também gostei dos irmãos e irmãs da protagonista, bem como da sua mãe. Todas as personagens são interessantes, apesar de não serem muitas. 

Também gostei do mistério relacionado com a autora de uma crónica da sociedade (que abre todos os capítulos) e que é lida por toda a sociedade, uma vez que relata todas as festas e mexericos. Tenho algumas teorias, mas espero pelos próximos livros para descobrir! 

Em suma, um excelente romance. Escrita sarcástica e fluída, que serve em alguns momentos como crítica social da época, cheia de humor e sentimento; personagens marcantes e destemidas; um enredo interessante e cativante. Ou seja um belo livro para entreter e apaixonar! Espero gostar tanto ou  mais dos próximos e recomendo a todos os que gostam de um bom romance, principalmente em contextos de época e com emoções à mistura.

NOTA (0 a 10): 10

segunda-feira, 14 de março de 2016

Viagem ao Infinito, de Jane Hawking

Sinopse:

O professor Stephen Hawking é um dos cientistas mais notáveis e famosos da nossa era, e autor do bestseller científico A Brief History of Time, que já vendeu mais de 25 milhões de exemplares. Nestas fascinantes memórias, Jane Hawking, a primeira mulher de Stephen Hawking, apresenta-nos a história do seu extraordinário casamento vista por dentro. Enquanto o prestígio académico de Stephen disparava, o seu corpo cedia aos assaltos da doença neuromotora, e o relato franco de Jane, em que descreve como tentava equilibrar os cuidados constantes que o marido exigia com as necessidades de uma família em crescimento, será uma inspiração para todos. (in Goodreads)



Opinião:

Não é o género de livro que leia e isso também faz com a que a minha opinião seja um pouco diferente. Não vou estar a contar a história nem nada disso, pois não faria sentido. Portanto faço aqui um comentário de opinião sobre os aspetos que me pareceram mais relevantes.

Gostei do livro, que tive o prazer de ler em parceria com a Marcador, apesar de não ser bem o tipo de livro que me desperte grande curiosidade. É como que um misto de biografia e relato de história de Vida e acabou por me prender devido à intensidade com que a autora escreve sobre os seus sentimentos e emoções em relação aos diferentes momentos e acontecimentos contados. A autora é a primeira esposa do professor e só isso basta para criar uma história sem igual, pois é contada na primeira pessoa. 

Achei a forma como a autora descreveu os acontecimentos bastante assertiva, mas delicada, na medida do possível. Por vezes acho que se alargou um pouco, mas é compreensível, pois é impossível ter um distanciamento total dos acontecimentos. 

Tendo em conta a doença do professor e a sua personalidade de génio, bem como a da autora/esposa, gostei de ficar a saber mais sobre a relação de ambos, em especial no início e depois, quando começou a ficar mais complicado. 

Penso que a autora teve muita coragem em escrever este livro, pois colocou a sua vida e a do seu marido nas "bocas do mundo", fez com que todos ficassem a saber como era o seu dia a dia, as suas alegrias e problemas. Não deve ter sido uma decisão nada fácil, portanto é de enaltecer esse ponto. 

Gostaria de relacionar com o filme (A Teoria de Tudo), que deu o Oscar  um dos meus atores favoritos (Eddie Redmayne), mas ainda não o vi. Tendo em conta os prémios que ganhou e as excelentes criticas, deve fazer jus ao livro que lhe deu substancia, pois o livro é muito bom. 

Em suma, é um bom livro, diferente daqueles que tenho lido. Recomendo a todos os que se interessam pelo tema e por biografias ou que se assemelhem a tal. 

Podem encontrar mais informações no site da Marcador

NOTA (0 a 10): 8

sábado, 12 de março de 2016

A Pedra das Lágrimas Parte 1, de Terry Goodkind

Sinopse:

Richard e Kahlan conseguiram finalmente vencer o poderoso Darken Rahl. Contra todas as probabilidades, encontram também uma forma de viver algo que julgavam impossível: o seu amor. 

No entanto, o que parecia ser o início de um longo idílio é bruscamente interrompido: o véu para o mundo inferior foi rasgado. Darken Rahl, agora no reino dos mortos, é colocado ao serviço de um poder ainda mais sinistro, pior do que qualquer outro: o Guardião do mundo inferior pretende governar também os vivos, aprisionando-os num limbo eterno. O único capaz de o deter é Richard, o homem que nasceu para a verdade e que foi marcado pela morte.

Guerra, sofrimento, tortura e mentiras envolvem nas suas teias o seeker e a Madre Confessora. Um destino de morte violenta - ou uma existência condenada ao calvário perpétuo - parece certo, a menos que a sua coragem e fé, e um pouco de sorte, os conduzam à chave que pode circunscrever o poder do Guardião: a Pedra das Lágrimas.
(in Goodreads)

 

Opinião:

Depois de ter lido no ano passado o primeiro volume (por cá foi dividido em dois) e de ter gostado imenso, foi com grande entusiasmo que comecei a ler este volume, que é o terceiro por cá ou a primeira parte do segundo volume (original). E só tenho a dizer bem do livro! 

Gostei imenso de rever Richard e Kahlan, Zedd, Chase e muitas outras personagens. Continuam todas excelentes e complexas, com muitos segredos, o que é excelente, para se poder ir tentando descobrir. Este livro podia estar organizado por POV's, porque existem vários capítulos com destaque para cada grupo ou núcleo de personagens/acontecimentos/espaços, o que é sempre uma excelente forma de organizar este género de livros, uma vez que tendem a ser extensos e com vários núcleos diferentes. Em relação às personagens não tenho nada de negativo a apontar. Gostei de conhecer as novas personagens, ficando bastante curiosa quanto às Irmãs da Luz e às Irmãs das Trevas, que tem um papel de grande destaque neste livro e, seguramente, nos próximos. Fiquei muito curiosa em relação ao seu objetivo e à sua história, bem como à divisão entre Mundo Novo e Mundo Velho, que anteriormente ainda não tinha aparecido.

Também gostei muito do enredo. Mais crescido e desenvolvido do que o livro anterior, nesta primeira parte a história apresenta-se logo no início com muita ação e emoção. Tendo em conta o final do primeiro livro (original), seria de prever que esta história seria um tanto mais calma e de ligação para algo novo. De facto, serve de ligação, mas não é nada calma e deixa tudo em aberto. As personagens, que no início do livro tinham um caminho traçado, logo veem os seus planos alterados com a chegada de novas personagens e novos acontecimentos. Isso faz com que a história seja bastante fluída e emocionante. Também é mais crescida no que diz respeito aos temas abordados. Deixamos de ter uma narrativa de viagem ou de aventuras, parecida em alguns aspetos com tantas outras (O Senhor dos Anéis ou A Roda do Tempo), para algo mais negro e sinistro. Existem imensos monstros estranhos e temas obscuros, em especial relacionados com as novas personagens. Isso também deu um novo animo à história. 

A escrita é muito fluída, como já referi. As descrições não são em grande número, mas são na medida certa para a história e para o seu contexto. Gosto especialmente de todos os momentos em que é possível ficar a saber mais sobre a História deste mundo, as suas culturas, tradições e passado, que é bastante rico. A ação é constante o que torna a leitura bastante compulsiva, pois está se sempre a querer saber o que vai acontecer a seguir. Ou seja, tem tudo o que um bom livro de Fantasia deve ter: magia, ação, emoção, aventura, amor...entre outros ingredientes. 

Em suma, gostei imenso do livro e vou querer ler muito em breve a segunda parte. Ai terei uma ideia mais formada sobre o livro no original, uma  vez que está dividido, mas a ideia está feita: o livro é excelente! Recomendo a todos.

NOTA (0 a 10): 10

terça-feira, 8 de março de 2016

As Crónicas de Bane, de Cassandra Clare, Sarah Rees Brennan e Maureen Johnson

Sinopse:

Neste livro de contos, são narradas várias aventuras do feiticeiro Magnus Bane, das séries best-seller de Cassandra Clare. Para Magnus Bane seria impossível contar todas as suas aventuras.Ninguém acreditaria... Onze histórias que revelam alguns dos seus segredos que de certeza não gostaria que fossem divulgados. Entre o misterioso Perú e Resgates na Revolução Francesa, os fãs terão oportunidade de saber pormenores da vida do enigmático feiticeiro.

Passado em diversos países e períodos históricos, Magnus Bane com a sua personalidade sedutora, estilo exuberante e inteligência resolve problemas e interage com Clary, Tessa, Will e Alec, de Caçadores de Sombras e As Origens.

Cassandra Clare, Maureen Johnson e Sarah Rees Brennan juntaram-se para escrever dez contos inesquecíveis.
(in Goodreads)


Opinião:

Depois de ler a trilogia As Origens e três da saga dos Instrumentos Mortais, foi com grande gosto que pude ler este, que é uma antologia de várias crónicas em que a personagem principal é Magnus Bane, o grande feiticeiro que desempenha sempre um papel importante e vital tanto na trilogia como na saga. Como já tinha ficado fã dele, claro que não podia deixar de ler este fantástico livro. Que verdadeiramente é fantástico! Surpreendeu-me deveras, pois não contava gostar tanto como gostei, isto porque os livros de conto nem sempre são tão bons como os livros de uma só narrativa (nem sempre, frisei bem). 

Portanto, neste livro existem onze crónicas, mais ou menos organizadas por ordem cronológica, em que Bane é a figura principal. Não é o narrador, mas a história é como que vista pela sua prospectiva e isso faz com que seja contada de uma forma muito divertida e peculiar. A linguagem é muito fluída e descontraída e faz com que o livro se leia num instante. Também faz com que pareça que o leitor faz parte das personagens, porque cria uma relação muito grande de proximidade. Magnus é uma excelente personagem também por isso mesmo, porque consegue criar laços com todos, sejam eles outras personagens ou leitores. 

Gostei muito de rever algumas das minhas personagens favoritas da Literatura, como Jem Carstairs, Tessa Grey e Will Herondale  (d' As Origens...além de Tessa aparecer por algo na saga). Foi um encanto poder ler algo mais sobre eles, uma vez que os três livros em que eles aparecem souberam a tão pouco. É uma das minhas trilogias favoritas e as personagens são fantásticas e muito queridas, daí gostar tanto delas, em especial de Jem. Esse foi um dos aspectos que me fez querer tanto ler este livro. 

Também gostei do facto de ter ficado a conhecer um bocadinho mais sobre este mundo criado pela autora. Apesar de ser um tipo de fantasia urbana, é bastante rico, em especial na trilogia e nas questões de magia e criaturas. Ler este livro, como as crónicas são várias e cada uma, mais ou menos, passada num tempo diferente (Magnus é imortal), torna-se muito interessante ver a evolução e as diferenças e semelhanças das magias, criaturas e atitudes ao longo do tempo. 

Claro que gostei mais de umas histórias do que doutras, mas no computo geral gostei de todas. Gostei muito daquelas passadas no século XIX e também gostei bastante das posteriores. Fiquei bastante intrigada com os textos finais...e quero agora ler, mais do que nunca, os outros livros da saga que me faltam ler (três), pois fiquei mesmo intrigada com o que aconteceu ao Magnus e o porquê. A autora consegue criar sempre um clima de mistério e suspense, misturado com alguma melancolia, emoção e humor, que é excelente. De certo que as outras autoras também fizeram o seu trabalho, mas não notei grandes diferenças em relação aos livros só escritos pela Cassandra Clare. 

Em suma, é um excelente livro que recomendo a todos os que gostam do mundo dos Caçadores de Sombras, de Fantasia e de Literatura no geral. É excelente! 

NOTA (0 a 10): 10

domingo, 6 de março de 2016

The Trials of Loki, de Roberto Aguirre-Sacasa (ilustrador: Sebastian Fiumara)

Sinopse:

Mais uma adaptação dos mitos nórdicos de Thor, agora com especial atenção para Loki. Como chegou a Asgard e algumas das coisas que fez até ajudar no declínio da cidade e dos seus ocupantes são os principais destaques deste comic. Loki, filho adotivo de Odin e irmão adotivo de Thor e de mais outros deuses, consegue sempre ser visto pelos seus "familiares" como menor e motivo de chacota, o que o faz querer mudar essa forma de ser e estar. 

Começando pelo depois do Ragnarok, a história encontra Loki e Thor numa luta para um novo início e volta para trás para contar alguns dos feitos de Loki.




Opinião:

Esta é a minha segunda experiência com as histórias da Marvel com o Thor e o Loki. Não há muito para dizer... gostei bastante. Gostei das imagens, as ilustrações estão muito bonitas e cheias de vida. Só não gostei muito do ar maníaco que o Loki por vezes apresenta à medida que a narrativa se desenrola. As cores são maravilhosas e há belas imagens. 

Não é uma história desconhecida para mim. Tive conhecimento mais aprofundado desta história/lenda através do livro de Joanne Harris The Gospel of Loki (em Português, O Reino do Fogo) e por isso já estava à espera de alguns momentos, em especial por causa do título: The Trials of Loki, traduzindo fica algo como Os Julgamentos de Loki. Gostei muito mais da adaptação de Joanne Harris, sem dúvida alguma, porque está muito mais completa e é muito mais fantástica e cheia de ação, humor e emoção. No entanto estou apenas a comparar as histórias para dizer que também gostei muito desta adaptação da Marvel. Penso que o autor focou os pontos principais e deixou as personagens bastante livres e completas, cheias de personalidade. 

Em relação às personagens, gostei bastante de Loki. A sua personalidade está bem vincada: a ambiguidade, a complexidade e o seu dilema entre as coisas boas e as más, bem como a sua sede de atenção estão todas presentes. Thor também está interessante, maduro e inteligente. Todos os outros deuses e outras personagens cumprem bem o seu papel na narrativa. 

Não sei se fiquei até dado momento desapontada...esperava algo  mais. Talvez mais detalhes, mais histórias. No fundo, soube-me a pouco e achei um tanto incompleto. Não sei se este é o primeiro livro de alguma série, se não, mas se não for, fica a saber mesmo muito a pouco. Queria mais e pode ser que um dia seja editada a continuação, porque bem merece. 

Em suma, é uma boa história, que está bem adaptada, tem umas imagens belíssimas e cumpre o seu propósito de entreter e agradar os leitores. Porém, é um pouco pequena e podia ter mais momentos da história/lenda, que davam corpo à história e não ficava nada mal, só melhorava o livro. Recomendo a todos os que gostam do tema e deste género de literatura.

NOTA (0 a 10): 8