sexta-feira, 13 de maio de 2016

As Horas Invisíveis, de David Mitchell

Sinopse:

Holly Sykes foge de casa dos pais para viver com o namorado. Embora pareça uma típica adolescente inglesa, é propensa a fenómenos paranormais. Durante a fuga, conhece uma mulher estranha que a alicia com um gesto amável em troca de asilo. Décadas depois, Holly compreende por fim que espécie de asilo a mulher procurava…

Este thriller empolgante de David Mitchell, aclamado autor de Atlas das Nuvens, acompanha a vida atribulada de Holly numa série de eventos que se cruzam por vezes de maneira indizível, pondo-a no centro de uma intriga perigosa jogada nas margens do mundo e da realidade. Dos Alpes suíços da Idade Média ao interior australiano do século XIX, culminando num futuro próximo distópico, As Horas Invisíveis é um romance caleidoscópico que nos oferece uma alegoria do nosso tempo. (in Goodreads)




Opinião:

Depois de ler Cloud Atlas - Atlas das Nuvens, estava à espera de gostar de todos os livros deste autor, porque a história em Cloud Atlas é tão diferente do que tenho lido, tão original e até mirabolante, que eu pensei que tudo o que o autor escrevesse seria assim: uma lufada de ar fresco e uma obra de originalidade. Enganei-me. 

Não retiro mérito algum ao livro. Ele tem os seus pontos fortes e compreendo quem gosta da história (eu queria ter gostado). O livro não é mau, de modo algum. É interessante e tem uma premissa original e excelente. A sinopse é maravilhosa e eu pensei mesmo que ia gostar. Mas eu não consegui gostar. E vou explicar porquê.

Quanto às personagens, comecei por gostar de todas. São interessantes, todas elas, cheias de complexidade. Foi o que mais gostei em todos o livro. Não era novidade nenhuma a capacidade de criação de personagens complexas e únicas e aqui não fiquei desiludida. 

Em relação ao contexto, também tenho a dizer que é bom. Começa cheio de ação, com muito mistério à mistura, até um tanto de thriller e tudo. Mas depois senti que a história começou a esmorecer um pouco. A força do início não continuou depois da primeira parte. Com alguns momentos altos depois dessa parte, até ao final foi algo linear e que não me surpreendeu. Estava à espera de mais ação e de mais originalidade. 

Depois há a linguagem. Acho que foi o que menos gostei. Não gostei muito da linguagem coloquial, achei que não era necessário. Se foi para dar mais veracidade ao livro, não fiquei convencida. Isso foi mudando ao longo da história, o que melhorou um pouco o contexto e o conteúdo, a meu ver. 

Toda a parte fantástica está interessante, mas estava à espera de mais. De muito mais. Estava à espera de um mistério mais denso, mais profundo e mais complexo. Acabou por não ser nada disso. 

Espero ler outros livros do autor, uma vez que gostei tanto do Cloud Altas, que tem uma beleza tão grande, que é como que uma fábula sobre o mundo e tudo o que nos rodeia, com ideais e carisma. 

Em suma, recomendo àqueles que gostam de David Mitchell e aos que gostam de experimentar autores ousados. Esperava mais deste livro e queria ter gostado dele. 

NOTA (0 a 10): 3

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