Esta é a primeira opinião do ano. Prenda de Natal! Desde que foi editado por cá que já andava de olho nele e, agora, chegou a altura de o ler e de escrever a opinião.
Uma Espia no Meu Passado conta a história de Émilie de la Martinièrs, última descendente de uma das mais nobres famílias francesas, que vê-se no dilema de como resolver as suas coisas depois de ficar orfã. Com várias dividias e um château grande mas decadente, a jovem fica sem saber o que fazer. Até que aparece Sebastian Carruthers, inglês, jovem e agente de Arte, que se propõe ajudar Émilie a resolver os seus problemas e que tem uma avó conhecida da família de la Martinièrs. Depois de casados, Émilie começa a descobrir que nem tudo é como pensava e, numa tentativa de conhecer melhor a sua história e a da sua família e, também, a do seu esposo, pergunta aos rendeiros da cave do château (seus amigos e descendentes dos antigos rendeiros da cava) mais sobre o seu passado, em especial a Jacques, pai de Jean. Jacques começa a contar a história de como Constance, avó de Sebastian, encontrou a família de la Martinièrs, no período da Segunda Guerra, e como as suas vidas ficaram para sempre unidas.
Assim, Émilie vai descobrindo o passado escondido da sua família e como este influencia o seu presente.
Este livro tem uma característica que me apaixona: a ligação do presente com o passado através de linhas que se vão descobrindo através da história das personagens. Não é a primeira vez que refiro este aspecto nas minhas opiniões, mas um dos factores que me agradam mais nas histórias é o facto das personagens terem uma passado rico, complexo, influente e com história. Personagens sem passado tendem a ser algo simples e planas, ao contrário daquelas que têm um passado forte e que vai sendo desvendado ao longo da narrativa. Esta é a essência deste livro: a história de Émilie torna-se interessante principalmente pelo seu passado e pela história que este esconde. Essa é a força da narrativa, e Lucinda Riley desenvolveu-a com grande mestria.
A autora conseguiu criar um ambiente rico, maravilhoso, melancólico, belo; um contexto complexo e forte; personagens complexas, bastante normais, com passados ambíguos e escondidos, motivos reais para as suas acções...comuns, mas fortes. Nada é forçado, nada é absurdo. Ambas as partes (passado e presente) estão bastante equilibradas, não havendo uma parte mais desenvolvida do que a outra. Apesar de ter gostado mais da parte do passado (pelo mistério, pelo contexto da Segunda Guerra, pela clandestinidade e perigos por que passam as personagens e pela história de amor que lá existe), considero que a parte do presente está bastante interessante e fiquei satisfeita por ter descoberto logo alguns dos mistérios desta parte da história.
É um romance bastante belo, intemporal, cheio de segredos, mistérios, drama, alegria, história. O retrato da Europa, principalmente da França, durante a Segunda Guerra está perfeito. Não nos são apresentados campos de batalha, soldados ou isso, mas sim o movimento do SOE, a Resistência Francesa e a Gestapo. Sem muita acção pura em cenário de guerra, é retratada uma outra face da guerra, mais escondida, mais misteriosa, que foi fundamental para o desenrolar dos acontecimentos. É mais um retrato de como a guerra influenciou a vida das pessoas, das famílias, das associações e como ela destruiu e criou laços entre pessoas; como modificou a forma das pessoas verem-se umas às outras, os sentimentos, emoções e relações; como transformou para sempre as pessoas e a forma destas verem o que está à sua volta.
Também gostei da forma como foi abordado o nazismo e como diferentes alemães viram a causa (dois irmãos gémeos, ambos da Gestapo, com ideologias opostas), bem como da descrição da alienação e loucura criadas por Hitler para atrair os jovens alemães para o partido e depois para a causa. De um modo bastante linear, sem grandes floreados e acção, a autora criou perfeitamente o contexto.
Gostei muito desta narrativa, muito completa, com uma história muito rica e bem contada, escrita com mestria. Recomendo sem reservas e fiquei muito curiosa para ler o outro livro da autora Menina de Falésia. Um bom livro, boas personagens, bom contexto, bom mistério e boa história! Fantástico.
Nota (0 a 10): 10
Uma Espia no Meu Passado conta a história de Émilie de la Martinièrs, última descendente de uma das mais nobres famílias francesas, que vê-se no dilema de como resolver as suas coisas depois de ficar orfã. Com várias dividias e um château grande mas decadente, a jovem fica sem saber o que fazer. Até que aparece Sebastian Carruthers, inglês, jovem e agente de Arte, que se propõe ajudar Émilie a resolver os seus problemas e que tem uma avó conhecida da família de la Martinièrs. Depois de casados, Émilie começa a descobrir que nem tudo é como pensava e, numa tentativa de conhecer melhor a sua história e a da sua família e, também, a do seu esposo, pergunta aos rendeiros da cave do château (seus amigos e descendentes dos antigos rendeiros da cava) mais sobre o seu passado, em especial a Jacques, pai de Jean. Jacques começa a contar a história de como Constance, avó de Sebastian, encontrou a família de la Martinièrs, no período da Segunda Guerra, e como as suas vidas ficaram para sempre unidas.
Assim, Émilie vai descobrindo o passado escondido da sua família e como este influencia o seu presente.
Este livro tem uma característica que me apaixona: a ligação do presente com o passado através de linhas que se vão descobrindo através da história das personagens. Não é a primeira vez que refiro este aspecto nas minhas opiniões, mas um dos factores que me agradam mais nas histórias é o facto das personagens terem uma passado rico, complexo, influente e com história. Personagens sem passado tendem a ser algo simples e planas, ao contrário daquelas que têm um passado forte e que vai sendo desvendado ao longo da narrativa. Esta é a essência deste livro: a história de Émilie torna-se interessante principalmente pelo seu passado e pela história que este esconde. Essa é a força da narrativa, e Lucinda Riley desenvolveu-a com grande mestria.
A autora conseguiu criar um ambiente rico, maravilhoso, melancólico, belo; um contexto complexo e forte; personagens complexas, bastante normais, com passados ambíguos e escondidos, motivos reais para as suas acções...comuns, mas fortes. Nada é forçado, nada é absurdo. Ambas as partes (passado e presente) estão bastante equilibradas, não havendo uma parte mais desenvolvida do que a outra. Apesar de ter gostado mais da parte do passado (pelo mistério, pelo contexto da Segunda Guerra, pela clandestinidade e perigos por que passam as personagens e pela história de amor que lá existe), considero que a parte do presente está bastante interessante e fiquei satisfeita por ter descoberto logo alguns dos mistérios desta parte da história.
É um romance bastante belo, intemporal, cheio de segredos, mistérios, drama, alegria, história. O retrato da Europa, principalmente da França, durante a Segunda Guerra está perfeito. Não nos são apresentados campos de batalha, soldados ou isso, mas sim o movimento do SOE, a Resistência Francesa e a Gestapo. Sem muita acção pura em cenário de guerra, é retratada uma outra face da guerra, mais escondida, mais misteriosa, que foi fundamental para o desenrolar dos acontecimentos. É mais um retrato de como a guerra influenciou a vida das pessoas, das famílias, das associações e como ela destruiu e criou laços entre pessoas; como modificou a forma das pessoas verem-se umas às outras, os sentimentos, emoções e relações; como transformou para sempre as pessoas e a forma destas verem o que está à sua volta.
Também gostei da forma como foi abordado o nazismo e como diferentes alemães viram a causa (dois irmãos gémeos, ambos da Gestapo, com ideologias opostas), bem como da descrição da alienação e loucura criadas por Hitler para atrair os jovens alemães para o partido e depois para a causa. De um modo bastante linear, sem grandes floreados e acção, a autora criou perfeitamente o contexto.
Nota (0 a 10): 10
Ois,
ResponderEliminarBem a minha carteira até treme sempre que temos novas por aqui e vejo que recebeste uma excelente prenda :)
Fica debaixo de olho sem duvida :)
Bjs e boas leituras
Olá Fiacha,
Eliminareste é mais um bom exemplo de como um standalone pode ser bem escrito, bem desenvolvido e bastante belo. É mesmo =)
Acho bem que fique =P
Bjs e boas leituras
Olá!
ResponderEliminarJá tinha visto este livro, mas não conhecia história.
Também fiquei com este livro na minha mira :) é mais um para juntar à lista!
Beijinhos e boas leituras!
Olá!
EliminarAcho que fazes bem ficares com ele debaixo de mira, pois vale bem a pena! É muito bom =)
Beijinhos e boas leituras
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarolá Maria,
Eliminargostei desta sinopse, comprei um com um tema também da 2º guerra, mas ainda não chegou,
mas vou apontar este nome, parece a ser bastante bom
bjos
Olá Elsa,
Eliminarqual foi o que compraste?
É um bom livro, uma escrita bastante refletida sobre como a guerra afecta as pessoas.
Bjs
Olá,
ResponderEliminarO livro que tenho dessa autora é "A garota do penhasco" será q é o mesmo livro? Pois sua resenha me incentivou a ler esse livro, aliás parabéns pela opinião, muito bem escrita!!!
Abraços e boas leituras!!! :D
http://blog-imaginacaodeumaleitora.blogspot.com.br/
Olá Amanda,
Eliminaresse é, em Portugal, A Menina da Falésia. Pela sinopse desse, também é muito bom!
Muito obrigada!
Beijinhos e boas leituras! =)
Olá, boa noite!!
ResponderEliminarFiquei com muita vontade de ler este livro. Não conhecia esta autora.
Obrigada pela partilha.
Boa semana
Olá!
EliminarAinda bem que ficaste curiosa, espero que, quando o leres, gostes também. É uma excelente autora, espero ler o outro que está em Português brevemente.
De nada, passa por cá =)
Obrigada e boa semana!