Depois
de ter demorado algum tempo a ler este livro, cheguei à conclusão que
foi bom assim. O facto de ter demorado mais tempo a lê-lo (por motivos
exteriores ao livro) deu-me espaço para refletir sobre os diferentes
momentos e partes que lia ao longo dos dias. Conseguiu saborear,
refletir e construir as minhas próprias ideias sobre a história e a sua
especificidade. Esta é uma história complexa e bastante nebulosa, que me
fez pensar bastante na complexidade dos sentimentos do Ser Humano e do
que leva o Homem a agir em determinado sentido, escolhendo um caminho e
não outro de tantos outros que lhe são apresentados em determinados
momentos da vida.
A história da expiação de Briony Tallis é bastante triste. Sinceramente, não senti a mínima pena dela. A sua expiação é triste porque quem expia o seu erro acaba por ser a sua irmã, Cecilia, e Robbie Turner, o filho da mulher-a-dias da casa dos Tallis. Briony pode ter tido uma vida de expiação e de tormento entre o que fez, o que devia ter feito e o que fez acontecer, mas quem sofreu com a própria vida não foi ela. Senti bastantes vezes um ódio profundo pela personagem, principalmente na primeira parte do livro (que é dividido em quatro (jantar, guerra, enfermeiras, 1999, isto por palavras minhas).
No início é-nos apresentada a família Tallis e as preparações para um jantar em honra do filho mais velho, Leon, e do seu amigo, Paul Marshall, um promissor criador de chocolates com princípios químicos. Está-se em 1935, em Londres. A família Tallis é uma família bem posicionada na sociedade, um tanto abastada, mas não por aí além. Existem três filhos: Leon, Cecilia e Briony, a mais nova. Durante esse período chegam à casa Lola, Pierrot e Jackson, filhos da irmã da mãe dos Tallis. Os três irmãos estavam a viver uma vida bastante atribulada devido ao divórcio dos pais e para os ajudar são enviados para a casa dos Tallis. Para presentear o irmão, Briony escreve uma peça (As Provações de Arabella) e tenta fazer com que os irmãos a dinamizem com ela durante o jantar. Acaba por correr mal e Briony vê-se embutida numa confusão de sentimentos. A sua mente complexa, imaginativa, perturbadora, exaltada, a sua mente odiosa e distorcida, provoca uma alteração irremediável para a vida da família.
Depois de ter observado Robbie e Cecilia num estranho comportamento, recebe das mãos de Robbie uma carta para a irmã, que acaba por abrir e ler, deturpando o seu conteúdo. As suas ideias e deturpações levam à prisão de Robbie, ao afastamento de Cecilia e à sua expiação.
Robbie vê-se enviado para a guerra, Cecilia vê-se a abandonar a sua casa, partindo para uma vida de sofrimento e espera pelo seu amado, enviado para a França. Cecilia acaba por se tornar enfermeira, de modo a tornar-se independente. Briony também envereda por enfermagem, para expiar a sua culpa através da ajuda aos soldados feridos.
Temos também a história do ponto de vista de Robbie, na segunda parte. A jornada pela França, durante a retirada para Dunkirk, e a espera fatal pelo barco e pelo reencontro com Cecilia. Os seus pensamentos e atos... a sua espera adiada. Esta foi a parte de que mais gostei. Robbie e Cecilia são as minhas personagens preferidas da obra e é neste capítulo em que elas estão mais presentes. As descrições da guerra, do ambiente e do estado de espírito de Robbie também me fizeram gostar bastante desta parte.
Na terceira parte temos novamente Briony, agora com 18 anos, estagiária de enfermagem. A voltas com a sua culpa e com o desejo de resolver o mal que provocou, Briony vê-se envolvida no início da guerra contra a Inglaterra, desabrochando assim para a sua profissão, tratando dos feridos e dos moribundos. Apesar de ser novamente sobre Briony, esta parte foi muito interessante. Está mais crescida, mais senhora, mais decente. Já não tem as ideias deturpadas da vida e o desejo de expiação é bastante forte e comovente. Existe uma parte deste capítulo bastante comovente, em que ela é mandada acompanhar um jovem francês com um ferimento medonho na cabeça, Luc Cornet. O diálogo entre ambos e o seu término é bastante forte e vivido, deixando uma impressão na memória. Também a parte final do capítulo, quando Briony vai visitar a irmã, é bastante rica e nobre, mostrando extrema mestria na escrita do autor. A forma como esta parte termina é bastante bela e prometedora, deixando antever um alívio para Briony e para o casal.
Porém, nada é o que parece e a última parte, uma espécie de epílogo, revela-nos o verdadeiro final da história. Foi a parte mais nostálgica da obra e mostra bastante bem a vida e a mente de Briony, agora com 77 anos. As suas explicações e pensamentos, a sua justificação, são factos bastante interessantes e complexos que fizeram com que eu a compreendesse. Este é o melhor final para esta obra. Não havia outro possível e denota, mais uma vez, a mestria do autor.
Sim, gostei do livro. Gostei da complexidade dos sentimentos e dos pensamentos. Gostei do enredo, das personagens, das suas vidas e das descrições. A parte da guerra está bastante interessante, tanto no segundo como no terceiro capítulo. Esta é uma obra que necessita de reflexão e de tempo para ser degustada. Não é uma história fútil, leve ou simples. Pelo contrário, é bem complexa e densa. Vale muito a pena.
A história da expiação de Briony Tallis é bastante triste. Sinceramente, não senti a mínima pena dela. A sua expiação é triste porque quem expia o seu erro acaba por ser a sua irmã, Cecilia, e Robbie Turner, o filho da mulher-a-dias da casa dos Tallis. Briony pode ter tido uma vida de expiação e de tormento entre o que fez, o que devia ter feito e o que fez acontecer, mas quem sofreu com a própria vida não foi ela. Senti bastantes vezes um ódio profundo pela personagem, principalmente na primeira parte do livro (que é dividido em quatro (jantar, guerra, enfermeiras, 1999, isto por palavras minhas).
No início é-nos apresentada a família Tallis e as preparações para um jantar em honra do filho mais velho, Leon, e do seu amigo, Paul Marshall, um promissor criador de chocolates com princípios químicos. Está-se em 1935, em Londres. A família Tallis é uma família bem posicionada na sociedade, um tanto abastada, mas não por aí além. Existem três filhos: Leon, Cecilia e Briony, a mais nova. Durante esse período chegam à casa Lola, Pierrot e Jackson, filhos da irmã da mãe dos Tallis. Os três irmãos estavam a viver uma vida bastante atribulada devido ao divórcio dos pais e para os ajudar são enviados para a casa dos Tallis. Para presentear o irmão, Briony escreve uma peça (As Provações de Arabella) e tenta fazer com que os irmãos a dinamizem com ela durante o jantar. Acaba por correr mal e Briony vê-se embutida numa confusão de sentimentos. A sua mente complexa, imaginativa, perturbadora, exaltada, a sua mente odiosa e distorcida, provoca uma alteração irremediável para a vida da família.
Depois de ter observado Robbie e Cecilia num estranho comportamento, recebe das mãos de Robbie uma carta para a irmã, que acaba por abrir e ler, deturpando o seu conteúdo. As suas ideias e deturpações levam à prisão de Robbie, ao afastamento de Cecilia e à sua expiação.
Robbie vê-se enviado para a guerra, Cecilia vê-se a abandonar a sua casa, partindo para uma vida de sofrimento e espera pelo seu amado, enviado para a França. Cecilia acaba por se tornar enfermeira, de modo a tornar-se independente. Briony também envereda por enfermagem, para expiar a sua culpa através da ajuda aos soldados feridos.
Temos também a história do ponto de vista de Robbie, na segunda parte. A jornada pela França, durante a retirada para Dunkirk, e a espera fatal pelo barco e pelo reencontro com Cecilia. Os seus pensamentos e atos... a sua espera adiada. Esta foi a parte de que mais gostei. Robbie e Cecilia são as minhas personagens preferidas da obra e é neste capítulo em que elas estão mais presentes. As descrições da guerra, do ambiente e do estado de espírito de Robbie também me fizeram gostar bastante desta parte.
Na terceira parte temos novamente Briony, agora com 18 anos, estagiária de enfermagem. A voltas com a sua culpa e com o desejo de resolver o mal que provocou, Briony vê-se envolvida no início da guerra contra a Inglaterra, desabrochando assim para a sua profissão, tratando dos feridos e dos moribundos. Apesar de ser novamente sobre Briony, esta parte foi muito interessante. Está mais crescida, mais senhora, mais decente. Já não tem as ideias deturpadas da vida e o desejo de expiação é bastante forte e comovente. Existe uma parte deste capítulo bastante comovente, em que ela é mandada acompanhar um jovem francês com um ferimento medonho na cabeça, Luc Cornet. O diálogo entre ambos e o seu término é bastante forte e vivido, deixando uma impressão na memória. Também a parte final do capítulo, quando Briony vai visitar a irmã, é bastante rica e nobre, mostrando extrema mestria na escrita do autor. A forma como esta parte termina é bastante bela e prometedora, deixando antever um alívio para Briony e para o casal.
Porém, nada é o que parece e a última parte, uma espécie de epílogo, revela-nos o verdadeiro final da história. Foi a parte mais nostálgica da obra e mostra bastante bem a vida e a mente de Briony, agora com 77 anos. As suas explicações e pensamentos, a sua justificação, são factos bastante interessantes e complexos que fizeram com que eu a compreendesse. Este é o melhor final para esta obra. Não havia outro possível e denota, mais uma vez, a mestria do autor.
Sim, gostei do livro. Gostei da complexidade dos sentimentos e dos pensamentos. Gostei do enredo, das personagens, das suas vidas e das descrições. A parte da guerra está bastante interessante, tanto no segundo como no terceiro capítulo. Esta é uma obra que necessita de reflexão e de tempo para ser degustada. Não é uma história fútil, leve ou simples. Pelo contrário, é bem complexa e densa. Vale muito a pena.
Vi o filme. Os atores não podiam ter sido melhor escolhidos.
Está muito fiel e muito bom.
Por isto tudo, recomendo a sua leitura.
Deixo aqui uma citação que para mim foi sublime.
Saiu
do café e, ao percorrer o Common, sentiu aumentar a distância entre ela
própria e um outro ser, não menos real, que estava a regressar ao
hospital. Talvez a Briony que se dirigia para Balham fosse a personagem
imaginada, a assombração. Aquela sensação irreal intensificou-se quando,
passada meia hora, chegou a uma outra High Street, mais ou menos igual à
que deixara para trás. pág. 372
Este vídeo foi feito por mim. Espero que gostem :) Achei que a letra da música se adaptava muito bem.
NOTA (0 a 10): 8,5
Olá miga,
ResponderEliminarBem já li o livro à imenso tempo e embora tenha gostado também não me encheu as medidas :)
Nunca vi o filme e gostei do teu comentário e por acaso estava a estranhar teres demorado um pouco, mas pronto por vezes os estudos obrigam a quem nem sempre tenhamos tanta disponibilidade para ler o que queremos :)
Ai aquela Briony, mas lá se redimiu ehehe
Bjs e boas leituras :D
Olá Fiacha =)
EliminarO filme já vi há alguns anos. Gostei mais do livro, apesar do filme estar muito bom.
Obrigada. Demorou tempo mas foi proveitoso! =)
Redimiu, mas a primeira parte é odiosa xD
Bjs e boas leituras!