domingo, 3 de janeiro de 2016

Longe da Multidão, de Thomas Hardy

Sinopse:

Longe da Multidão é um dos romances mais conhecidos de Thomas Hardy. Narra a história de Gabriel Oak e da sua grande paixão pela bela, independente e enigmática Bathsheba Everdene, que chegou a Weatherbury como herdeira de uma vasta propriedade rural. Mas a jovem é também pretendida pelo sedutor sargento Troy e pelo respeitável agricultor de meia-idade Boldwood. Ao mesmo tempo que os destinos destes três homens dependem da escolha de Bathsheba, ela descobre as terríveis consequências do seu coração inconstante. O jogo das personagens, com as sumptuosas paisagens rurais como pano de fundo, contribuiu para fazer deste romance notável um dos grandes clássicos da literatura inglesa. (in Goodreads)



Opinião:

Há muito tempo que não lia um romance clássico tão maravilhoso. Há sempre um certo risco em ler clássicos românticos para mim, uma vez que não são os meus favoritos (Jane Austen e assim) e desde O Monte dos Vendavais (Charlotte Brontë) que não lia um romance tão belo e com uma narração tão mágica. 

A história é bastante simples. Bathsheba é uma rapariga jovem que vai viver para a quinta do seu tio como herdeira. Sozinha, apenas com os seus empregados, vê-se na difícil posição de mulher independente, com o seu próprio negócio e sem marido. Tendo em conta o seu estatuto e a sua beleza, cedo começam a aparecer pretendentes e ela começa a ter de escolher e de ponderar sobre o que é melhor para si. 

Porém, a escrita do autor é tão bela, as descrições são tão ricas e profundas e a narração é tão leve e sarcástica (em contraste com a história em si), que o que parece simples deixa de o ser e torna-se numa belíssima história de amor, que é mais do que isso: é uma ode ao amor, à liberdade e à perseverança, bem como à beleza rural e do que é mais puro. 

Existem momentos da história em que as descrições são tão pormenorizadas (sem serem maçadoras ou em demasia) e as palavras usadas tão especificas e bem escolhidas que é como se eu estivesse presente nos momentos. Ora, isto é tudo o que um leitor pode querer, em termos de descrições.

Em relação às personagens, gostei bastante de Bathsheba porque é uma personagem feminina bastante forte, independente e nada lamechas, antes pelo contrário; é trabalhadora e um pouco fria, por vezes. Também gostei dos três pretendentes, se bem que tenha gostado mais da personalidade de Oak do que da dos outros dois (Boldwood e Troy), sendo que Troy mostrou-se um belo patife em determinados momentos. Em relação às outras personagens, gostei bastante dos empregados da quinta e das suas conversas e deambulações, que são parte muito importante da história, uma vez que servem de apoio às personagens principais e à própria estrutura narrativa. 

Não estava à espera de gostar tanto deste livro e foi uma excelente surpresa. Romance, humor, alguns toques de gótico e de mistério, com algum suspense à mistura, este clássico é um dos melhores que li até hoje. Espero ver o filme para poder comparar, mas duvido que faça jus ao livro, que é de uma beleza maravilhosa. Sendo assim, recomendo totalmente. A escrita é fluida, bastante sarcástica, não há momentos parados e a ação é constante. Uma maravilha da literatura! 

NOTA (0 a 10): 10

2 comentários:

  1. Viva,

    Bem ando um pouco ausente dos blogues e vejo agora um comentário destes tenho mesmo que arranjar maneira de ler o livro, é isto que procuro nos livros, que encham as medidas, que cheguemos ao final e sintamos que belo livro, muito bem adorei o teu comentário :)

    Bjs e aproveito para desejar um excelente 2016

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    Respostas
    1. Viva!

      pois andas, tenho notado.

      É um excelente livro, um clássico bastante desempoerado e com bastante humor, misturado com uma grande dose de romantismo. Este encheu mesmo as medidas, sem dúvida.

      Muito obrigada =)

      Bjs, boas leituras e um excelente 2016 para ti também =D

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