A
Oeste do Éden surpreendeu-me bastante. Além da curiosidade com que
estava para o ler, não tinha expectativas muito altas uma vez que não
conhecia totalmente a história da obra.
Decidi ler este livro devido às sugestões do Fiacha, da São Bernardes e do Marco Lopes, que me disseram que o livro era fantástico e cujas opiniões me deixaram rendida. Assim, ao ir à biblioteca, trouxe-o para casa e comecei a lê-lo.
E fiquei completamente satisfeita com a história. A obra é como que a História da Terra vista por um ângulo diferente, por um ângulo que podia ter acontecido. Logo no início, o leitor é confrontado com a perspetiva de o meteoro não ter chocado com a Terra. Se tal não tivesse acontecido, os dinossauros e várias outras espécies não se teriam extinguido. E assim, como seria a Vida na Terra? Quem a habitaria? Como era?
Este livro trás essa mesma perspetiva. Nenhum meteoro chocou com a Terra, nenhum dinossauro se extinguiu e assim, a Terra, é maioritariamente governada pelas Yilanè. Estes seres são uma espécie de dinossauros super desenvolvidos, super evoluídos em termos da evolução das espécies. As Yilané tem conhecimentos, tem História, Ciência, Medicina…Linguagem. São uma sociedade civilizada e com grande potencial a todos os níveis. Assim, a espécie mais forte, os sáurios, conseguiram manter o seu poder na Terra, ao passo que os mamíferos não.
No entanto, os mamíferos também evoluíram, tendo “aparecido” os Tanu (humanos), de várias culturas.
Esta é uma história de sobrevivência, em que Tanu e Yilanè se confrontam até à morte pela posse da Terra (ou pelo menos, dos locais onde habitam). Devido a um ataque a alguns indivíduos Yilanè, os Tanu veem-se perseguidos e atacados pelas membros da cidade de onde eram esses indivíduos assassinados e assim começa a guerra entre ambas as raças.
Kerrick é um rapaz de oito anos, um futuro caçador, que se vê prisioneiro das Yilané aquando do ataque ao seu sammad (tribo). Depois de ser ensinado por Enge (uma Yilanè) e por cair nas graças da eistaa da cidade, Vaintè, Kerrick começa a ver-se como Yilanè, esquecendo a sua origem. Porém, aquando de um ataque a uma sammad, Kerrick encontra-se com outro Tanu, que lhe recorda a família. Começa assim o dilema de Kerrick, bem como a guerra total entre as duas raças e a luta pela sobrevivência.
A história é apresentada ao leitor de modo a que este consiga compreender a totalidade do mundo em que está inserido, uma vez que os capítulos estão organizados de modo a que haja uma certa “divisão” entre o que é acontecimentos Tanu e acontecimentos Yilanè. No entanto, à medida que a narração avança, a divisão esbata-se uma vez que as duas raças se começam a cruzar e a encontrar no enredo. Ao dar a perspetiva de ambos os lados, o leitor pode compreender ambas as partes o que permite fazer o seu próprio juízo do que está a acontecer, das ações, emoções, atitudes tomadas pelas personagens. Isto é bastante interessante por esse mesmo motivo.
Outro aspeto de que eu gostei muito foi a forma narrativa. Não tem grandes floreados. É bastante sucinta, abarca um longo período de tempo, é concisa. Isto faz com que a leitura seja muito fluída, uma vez que não há “perigo” de o leitor se perder em detalhes ou na linha de tempo. O ritmo é bastante reto e dinâmico.
Também gostei muito das personagens. Todas são diferentes, todas têm os seus motivos, os seus interesses, os seus sentimentos. Talvez a complexidade não seja muita, no entanto, a definição de cada personagem é total. Nenhuma é idêntica, nenhuma está ali “para encher”, sendo que todas fazem parte do grande esquema; todas são necessárias e importantes. Sobre as Yilanè, não podia deixar de referir a sua predominância feminina (os machos só servem para criar os ovos, praticamente) e o facto de a fala ser sinónimo de vida e inteligência.
As Yilanè que vivem na cidade são diferenciadas por muitos motivos, pois a sociedade é estratificada. Porém, há uma grande diferenciação a nível da fala. As que falam são muito mais importantes que as que não falam, ou até que as que estão a aprender a falar (as fargi). Achei isto muito interessante, devido ao facto de mostrar a importância da linguagem oral, do que ela representa na sociedade.
As descrições são fantásticas. É possível imaginar o que é descrito e apresentado no livro de uma forma bastante fácil devido à forma como as descrições são feitas: de forma simples e eficaz. Num livro onde existem personagens/criaturas que não existem é fundamental que as descrições sejam nítidas para que o leitor consiga imaginar como são. E isto acontece facilmente neste livro. No entanto, o livro tem ilustrações e isso ainda ajuda mais o leitor! É fundamental ter ilustrações. Achei interessantíssimo constatar que o livro é ilustrado. Nunca tinha lido um livro de FC ilustrado e ajudou-me muito a imaginar as Yilanè, principalmente. Muito bom mesmo. Ilustrações simples, práticas e claras. Também a nível das descrições de paisagens e viagens, está perfeito, bem como a nível dos animais que são apresentados ao longo da narrativa. Excelente!
Gostei muito da parte final do livro, também. No final está um pequeno texto que aborda aspetos da vida das Yilanè e dos Tanu, bem como ilustrações de alguns dos seres vivos que aparecem na história. É uma parte mais explicativa que é muito interessante, pois é elucidativa face a alguns aspetos que surgem na narrativa. Muito bem.
Em suma, não tenho nada a dizer a desfavor deste livro. É Ficção Científica excelente, provavelmente da melhor que já li até agora. Recomendo vivamente. Nada de achar que não é bom só por ser FC. Não há que ser preconceituoso. Leiam com a mente aberta, sem ideias pré-feitas. Vão à descoberta e deixam-se mergulhar nesta história, que está muito bem contada. É uma trilogia, mas lê-se bem como sendo standalone. No entanto, como não acho que isso esteja muito bem, há os outros dois em Inglês.
Decidi ler este livro devido às sugestões do Fiacha, da São Bernardes e do Marco Lopes, que me disseram que o livro era fantástico e cujas opiniões me deixaram rendida. Assim, ao ir à biblioteca, trouxe-o para casa e comecei a lê-lo.
E fiquei completamente satisfeita com a história. A obra é como que a História da Terra vista por um ângulo diferente, por um ângulo que podia ter acontecido. Logo no início, o leitor é confrontado com a perspetiva de o meteoro não ter chocado com a Terra. Se tal não tivesse acontecido, os dinossauros e várias outras espécies não se teriam extinguido. E assim, como seria a Vida na Terra? Quem a habitaria? Como era?
Este livro trás essa mesma perspetiva. Nenhum meteoro chocou com a Terra, nenhum dinossauro se extinguiu e assim, a Terra, é maioritariamente governada pelas Yilanè. Estes seres são uma espécie de dinossauros super desenvolvidos, super evoluídos em termos da evolução das espécies. As Yilané tem conhecimentos, tem História, Ciência, Medicina…Linguagem. São uma sociedade civilizada e com grande potencial a todos os níveis. Assim, a espécie mais forte, os sáurios, conseguiram manter o seu poder na Terra, ao passo que os mamíferos não.
No entanto, os mamíferos também evoluíram, tendo “aparecido” os Tanu (humanos), de várias culturas.
Esta é uma história de sobrevivência, em que Tanu e Yilanè se confrontam até à morte pela posse da Terra (ou pelo menos, dos locais onde habitam). Devido a um ataque a alguns indivíduos Yilanè, os Tanu veem-se perseguidos e atacados pelas membros da cidade de onde eram esses indivíduos assassinados e assim começa a guerra entre ambas as raças.
Kerrick é um rapaz de oito anos, um futuro caçador, que se vê prisioneiro das Yilané aquando do ataque ao seu sammad (tribo). Depois de ser ensinado por Enge (uma Yilanè) e por cair nas graças da eistaa da cidade, Vaintè, Kerrick começa a ver-se como Yilanè, esquecendo a sua origem. Porém, aquando de um ataque a uma sammad, Kerrick encontra-se com outro Tanu, que lhe recorda a família. Começa assim o dilema de Kerrick, bem como a guerra total entre as duas raças e a luta pela sobrevivência.
A história é apresentada ao leitor de modo a que este consiga compreender a totalidade do mundo em que está inserido, uma vez que os capítulos estão organizados de modo a que haja uma certa “divisão” entre o que é acontecimentos Tanu e acontecimentos Yilanè. No entanto, à medida que a narração avança, a divisão esbata-se uma vez que as duas raças se começam a cruzar e a encontrar no enredo. Ao dar a perspetiva de ambos os lados, o leitor pode compreender ambas as partes o que permite fazer o seu próprio juízo do que está a acontecer, das ações, emoções, atitudes tomadas pelas personagens. Isto é bastante interessante por esse mesmo motivo.
Outro aspeto de que eu gostei muito foi a forma narrativa. Não tem grandes floreados. É bastante sucinta, abarca um longo período de tempo, é concisa. Isto faz com que a leitura seja muito fluída, uma vez que não há “perigo” de o leitor se perder em detalhes ou na linha de tempo. O ritmo é bastante reto e dinâmico.
Também gostei muito das personagens. Todas são diferentes, todas têm os seus motivos, os seus interesses, os seus sentimentos. Talvez a complexidade não seja muita, no entanto, a definição de cada personagem é total. Nenhuma é idêntica, nenhuma está ali “para encher”, sendo que todas fazem parte do grande esquema; todas são necessárias e importantes. Sobre as Yilanè, não podia deixar de referir a sua predominância feminina (os machos só servem para criar os ovos, praticamente) e o facto de a fala ser sinónimo de vida e inteligência.
As Yilanè que vivem na cidade são diferenciadas por muitos motivos, pois a sociedade é estratificada. Porém, há uma grande diferenciação a nível da fala. As que falam são muito mais importantes que as que não falam, ou até que as que estão a aprender a falar (as fargi). Achei isto muito interessante, devido ao facto de mostrar a importância da linguagem oral, do que ela representa na sociedade.
As descrições são fantásticas. É possível imaginar o que é descrito e apresentado no livro de uma forma bastante fácil devido à forma como as descrições são feitas: de forma simples e eficaz. Num livro onde existem personagens/criaturas que não existem é fundamental que as descrições sejam nítidas para que o leitor consiga imaginar como são. E isto acontece facilmente neste livro. No entanto, o livro tem ilustrações e isso ainda ajuda mais o leitor! É fundamental ter ilustrações. Achei interessantíssimo constatar que o livro é ilustrado. Nunca tinha lido um livro de FC ilustrado e ajudou-me muito a imaginar as Yilanè, principalmente. Muito bom mesmo. Ilustrações simples, práticas e claras. Também a nível das descrições de paisagens e viagens, está perfeito, bem como a nível dos animais que são apresentados ao longo da narrativa. Excelente!
Gostei muito da parte final do livro, também. No final está um pequeno texto que aborda aspetos da vida das Yilanè e dos Tanu, bem como ilustrações de alguns dos seres vivos que aparecem na história. É uma parte mais explicativa que é muito interessante, pois é elucidativa face a alguns aspetos que surgem na narrativa. Muito bem.
Em suma, não tenho nada a dizer a desfavor deste livro. É Ficção Científica excelente, provavelmente da melhor que já li até agora. Recomendo vivamente. Nada de achar que não é bom só por ser FC. Não há que ser preconceituoso. Leiam com a mente aberta, sem ideias pré-feitas. Vão à descoberta e deixam-se mergulhar nesta história, que está muito bem contada. É uma trilogia, mas lê-se bem como sendo standalone. No entanto, como não acho que isso esteja muito bem, há os outros dois em Inglês.
NOTA (0 a 10): 10
Olá miga,
ResponderEliminarOra essa nada a agradecer e fico muito contente que tenhas gostado do livro, mas pelo que conheço dos teus gostos sabia que ias gostar pois o livro é excelente sem duvida.
Ainda estivemos para ler em leitura conjunta no cantinho mas apenas teve 3 votos, quem perdeu fomos todos nós, mas não foi por isso que não o li o ano passado e concordo contigo um grande livro de FC e que só prova que tem belas pérolas para serem descobertas.
Só tenho pena de não ler a continuação, pois embora um ciclo fique devidamente encerrado, ainda tinha muito para dar, mas quem sabe alguma Editora se lembre de arriscar neste escritor / trilogia, já sugerimos :D
Bjs e boas leituras :)
Olá amigo,
Eliminaré sempre bom agradecer =)
Sim, sabes os meus ogstos e viste logo que ia gostar. É completamente excelente, um magnífico livro!
Eu o ano passado não participava nas leituras, senão tinha o feito e votado nele. Desde que tenha disponiblidade e que seja possível ter o livro, participo. Sem dúvida uma pérola bem preciosa.
Pois tem, vê-se que há mais, mesmo que a história ali se feche em certos pontos. Se encontrar em inglês, compro. Era muito bom mesmo, que alguma editora apostasse nele. Pois já =D
Bjs e boas leituras!
Olá Queen
ResponderEliminarAinda bem que seguiste a nossa sugestão e que apreciaste este magnifico livro de FC.
Gostei do teu apelo final, os bons livros são-no independentemente do género em que se inserem.
Um abraço
Olá Marco,
Eliminarverdade, ainda bem mesmo. O livro é excelente, se não gostasse era porque tinha mau gosto.
Obrigada, senti que o devia fazer porque nós temos a hipotese de ajudar os outros a mudarem de opinião. Acho que muitas pessoas dizem que não gostam de determinado género só porque não gostaram de um ou outro livro, ou até pelas ideias que fazem do género, sem nunca terem lido nada disso. Está errado. Eu sou a favor de se ler de tudo. Depois, faz opinião e vê-se o que se gosta e o que não se gosta. Há sempre bons livros e maus livros em todos os géneros e é como dizes "os bons livros são-no independentemente do género em que se inserem".
Abraço
Se não tivesses gostado não era por que tivesses mau gosto, podia ser simplesmente que não apreciasses a história. Já li livros dos quais não gostei, mas aos quais soube dar o devido valor literário.
EliminarEu também só falo dos livros que leio, posso eventualmente até falar de algum que não li mas faço sempre essa ressalva. Já cheguei a ler livros só para poder falar com propriedade do assunto.
Um abraço
Vou comprar, sempre adorei FC, desde criança
ResponderEliminarobrigada pela sugestão
bjos
Olá Elsa,
Eliminaracho que fazes muito bem.
De nada, é sempre bom sugerir bons livros.
Beijinhos
Não quero fazer publicidade, mas podia deixar passar a oportunidade de dizer à Elsa Esteves que estou a elaborar umas de livros de FC no meu blog e quem sabe se ela e outros não encontram lá mais um pérolas para ler?
Eliminarhttp://osenhorluvas.blogspot.com/
Olá Maria Rita
ResponderEliminarFico feliz porque gostaste :)
Eu também gostei muito e também foi uma sugestão que muito agradeço. o livro é espectacular em todas as suas vertentes.
Tenho mais do autor para ler, um deles também por sugestão e em breve o farei.
Excelente o teu comentário, como sempre
Beijinhos :) e boas leituras
Olá Caminhante,
Eliminarobrigada =)
Todas as vertentes são excelentes. Muito bem escrito e com uma história muito bem contruída.
Quais são os que tens?
Beijinhos e boas leituras