segunda-feira, 10 de setembro de 2012

"O Prisioneiro do Céu", de Carlos Ruiz Zafón

Este é o novo livro de Carlos Ruiz Zafón.

Era para ter lido este depois de "A Sombra do Vento", uma vez que é cronologicamente depois dos acontecimentos narrados n "A Sombra do Vento", porém decidi ler "O Jogo do Anjo" e só depois "O Prisioneiro do Céu". Ainda bem que assim foi, porque este livro é "um livro ponte" para algo ainda melhor e porque muito nele está relacionado com os acontecimentos n' "O Jogo do Anjo". 

Em "O Prisioneiro do Céu", Daniel (em 1957) continua a ser o narrador e está a mãos com o seu casamento e com o do seu amigo Fermín, com Bernarda. 

Tudo começa quando um dia um estranho entra na livraria. O estranho compra uma rara edição de "O Conde de Montecristo" e dedica-o a Fermín, entregando-o a Daniel para este lho entregar. Daniel fica muito curiosos e decide seguir o estranho para depois contar a Fermín o que aconteceu. Assim faz e o seu amigo avisa-o de que o estranho é muito perigoso e que não deve voltar a fazer tal coisa. Mas logo Daniel compreende que tal acontecimento transtornou o seu amigo e decide perguntar o que se passa. Depois de muitas tentativas da parte de Daniel, Fermín conta-lhe tudo o que lhe vai na alma, toda a sua preocupaçao, que em parte está relacionada com o seu casamento e o seu nome. 
Mas o que Fermín tem para contar a Daniel é a verdade, a verdade da sua vida e a verdade da vida de Daniel, ou de algo que há muito estava escondido. 
Fermín conta a Daniel a sua história, a sua detenção no castelo de Montjuic e o que lá aconteceu. E como conheceu o escritor David Martín, protagonista e narrador de "O Jogo do Anjo". 

Algo interessante e estranho acontece na narrativa de Fermín e que leva a "duvidar" de boa parte da história que David conta em "O Jogo do Anjo" e que a meu ver é algo muito bem "engendrado" pelo autor. Mais mistério. Um dos pontos altos do livro.

E é através de Fermín, o estranho que "salvou" Daniel em "A Sombra do Vento", que o jovem fica a conhecer o seu passado, ou parte dele, parte de algo que ele nunca poderia adivinhar e que todos queriam esquecer. O que Daniel ficou a saber através de Fermín foi, não apenas a história do seu amigo, mas a sua própria história. E é aqui que podemos ver a ponte para um desenlace magistral que tem como protagonista principal Daniel, o rapaz curioso e armado em detetive de "A Sombra do Vento". Tal só acontecerá num próximo capítulo, mas promete ser muito bom.

É assim que o passado e o presente se entrelaçam e fundem, para escrever uma história de sombras e luzes fugidias, onde a história faz correr um mar de palavras e sentimentos, ações e pensamentos que levam a algo maior e talvez mais sinistro, a história de um rapaz que nada sabia antes de começar as suas deambulações pelo Cemitério dos Livros Esquecidos, a história que há muito parecia estar esquecida e que vai para sempre mudar a vida dele, a história que liga todas as outras, a história de Daniel Sempere. 

Aconselho vivamente a todos os leitores de "A Sombra do Vento" e/ou "O Jogo do Anjo". Este pode não ser a obra prima de Zafón, não é melhor (a meu ver) que "A Sombra do Vento" (para mim, o melhor do escritor, que li até agora), e talvez não seja tão estranho e diferente como o é "O Jogo do Anjo", mas é sem dúvida uma ponte para uma obra que pode vir a ser melhor do que "A Sombra do Vento". 

Nota (0 a 10): 8,5

4 comentários:

  1. Este livro deixou um pouco a desejar, quando comparado com os seus antecessores. E é legitimo fazer comparações, quer queiramos quer não, não deixa de ser uma "continuação" neste caso uma antecessão dos acontecimentos narrados na Sombra do vento e em O Jogo do Anjo.
    Creio (e espero) que Zafón nos surpreenda no próximo livro, mas creio que respondeu a muitas questões neste prisioneiro do céu.
    Vamos aguardar, talvez a intenção do autor tenha sido essa mesma.
    Entretanto poderemos sempre trocar ideias acerca do mesmo... a minha opinião sobre este livro em:
    http://nososlivros.wordpress.com/2012/08/29/o-prisioneiro-do-ceu-carlos-ruiz-zafon/

    Boas leituras, bons livros para ler.

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    1. Concordo, uma vez que não achei a sua história tão majestosa como a dos dois anteriores. Claro, é impossível não o fazer e acho necessário, pois só assim é possível elaborar opiniões.
      Também acredito que o próximo vai ser muito bom, talvez o melhor de todos. Serão quatro livros sobre este "mundo", de acordo com as informações do site do autor.
      Este livro foi necessário para explicar o passado e para introduzir o futuro. Uma excelente ideia do autor. Também acho.

      Obrigada, igualmente

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  2. Olá!

    Tens um selo para ti, no meu blogue.

    Beijinhos e Boas Leituras...!

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    1. Olá! :)

      Obrigada, também te dei :)

      Beijinhos e boas leituras :)

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