terça-feira, 4 de abril de 2017

Illusionarium, de Heather Dixon

Sinopse:

Jonathan é filho de um famoso médico em Fata Morgana (uma bela cidade aérea). Quando uma misteriosa doença (Venen) começa a atacar as mulheres em Arthurise, incluindo a Rainha, o Rei vai até Fata Morgana para pedir ajuda ao pai de Jonathan. Para salvar as mulheres será apenas preciso desenvolver a cura, em conjunto com a médica mais famosa de Arthurise: Lady Florel. E a cura passa por usar um misterioso ingrediente, o fantillium (uma substância que provoca ilusões). 

Quando Jonathan vê a mãe, a irmã e a sua amada ficarem doentes, começa a querer desenvolver a cura a todo o custo, mesmo que para isso se veja enredado na maior confusão da sua existência: a ida para Nodn'ol, uma espécie de Arthurise alterada e louca, onde há um duplo de todos os habitantes de Arthurise e onde impera a ilusão e a mutação: as pessoas estão a fragmentarem-se e a ganharem vários olhos, bocas, dedos e por aí. 

Assim, Jonathan tem como objetivo tentar encontrar a cura e salvar-se a si mesmo, a sua família e todo o povo de tais cidades. 


Opinião:

Há muito tempo que queria ler este livro. Não sei se foi pela capa, se pela sinopse...porventura terão sido ambas as razões para o meu grande interesse na sua leitura. Foi uma experiência bastante interessante.

Gostei do livro. Sem dúvida, a capa é belíssima e todo o seu design interior também. Sendo eu grande apreciadora de Steampunk, e havendo alguns laivos deste ao longo da obra, lancei-me totalmente neste mundo: uma espécie de Londres ou outra cidade por lá perto (Fata Morgana, uma cidade aérea século XIX). A Inglaterra é agora Arthurise e por lá flagra uma epidemia de uma doença que só ataca as mulheres: Venen. Ora, cabe ao filho do médico mais famoso de Fata Morgana, Jonathan, e ao seu pai, a honra de ajudar a mais famosa médica de Arthurise, Lady Florel, na luta contra esta doença, sendo que o Rei vai até Fata Morgana, no seu zepelin gigante e maravilhoso, pedir-lhes ajuda, uma vez que a Rainha ficou doente.

Ora, a premissa é excelente e a promessa de aventuras, ação e muita emoção está lá. Também gostei das personagens, apesar de achar que podiam estar muito melhores, isto é, mais complexas, ricas e adultas. Por vezes, senti um excesso de reações desfazadas da realidade nos comportamentos das personagens: por vezes reagiam um tanto demais, outras de menos, e por vezes não havia uma relação entre as suas ações e os acontecimentos que as despoletavam. Isto fez com que a história ficasse um tanto infantil, o que podia ter sido evitado se a autora tivesse optado por criar personagens com atitudes mais maduras e mais reais.

Outro aspeto bastante interessante prende-se com o mundo criado. A autora conseguiu criar um mundo bastante rico e cheio de interesse, bem imaginado. Todo o ambiente envolvente, a imagem visual que é possível estabelecer...tudo isso promove um excelente contexto para a história. Também a reviravolta que acontece quando Jonathan vai parar a Nodn'ol (uma Londres completamente arruinada, onde as pessoas se estão a transformar e a alterar o seu aspeto de uma forma grotesca e bizarra, onde as pessoas são uma versão arruinada das suas homonímas verdadeiras, onde as leis são completamente estranhas e a rainha é uma outra Honoria, uma versão dantesca de Lady Florel) e vê o seu objetivo de descobrir a cura para a doença de pernas para o ar, está muito interessante.

Também gostei de ver alguma relação entre Steampunk, a lenda do Rei Artur e a História de Inglaterra.

Em relação à narrativa em si, esta é feita a um ritmo frenético, com tantas e tantas reviravoltas que a dado momento dei por mim a pensar: "Vá lá... soluciona isto..."

Não é mau, uma vez que é sinal que o enredo tem vários caminhos. O problema é quando as peripécias são muitas vezes iguais e óbvias, deixando o leitor aperceber-se do que deveria ser uma surpresa ao longo do enredo. Ou seja, a história podia ter sido melhor desenvolvida, no sentido do seu contexto (o mundo criado podia ter sido explorado de uma forma mais calma e mais profunda), bem como também podia ter deixado mais espaço para o relacionamento entre personagens e a própria conclusão, que acabou por ficar um tanto apressada. 

A linguagem utilizada é bastante simples e fluída, permitindo uma leitura rápida e emocionante. As descrições estão muito boas, o que permite imaginar muito bem o mundo criado pela autora. 

Em suma, este é um livro muito interessante e engraçado, com imensas reviravoltas e personagens engraçadas. Porém, podia ter sido todo ele, nas suas diferentes componentes, melhor explorado: personagens, enredo, contexto. Recomendo a todos os que gostam de uma bela aventura! 

NOTA (0 a 10): 8

2 comentários:

  1. Viva,

    Vejo que é uma leitura que vale bem a pena, mas falta aqui qualquer coisa e que tinha tudo para te encher as medidas, mas pronto um bom livro ainda assim :)

    bjs e boas leituras

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    Respostas
    1. Viva Fiacha!

      Vale a pena, é engraçado e interessante. Há melhor e podia ter sido melhor, mas gostei =)

      Bjs e boas leituras

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