quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Sozinhos na Ilha, de Tracey Gravis-Graves

 Recebi este livro e fiquei muito curiosa quando li a sinopse, porque a premissa é bastante boa e interessante e faz lembrar o A Lagoa Azul. Por isso, foi com grande entusiasmo que o comecei a ler.


Sinopse:

Uma ilha deserta plena de sol, vegetação luxuriante e mar cristalino é um cenário de sonho. Ou talvez não... Anna Emerson decide quebrar a sua rotina e deixar Chicago para dar aulas numa ilha tropical. Por seu lado, T. J. Callahan só quer voltar a ter uma vida normal após a sua luta contra o cancro. Mas os pais empurram-no para umas férias num destino exótico. Anna e T. J. estão a sobrevoar as ilhas das Maldivas a bordo de um pequeno avião quando o impensável acontece: o aparelho despenha-se no mar infestado de tubarões. Conseguem chegar a uma ilha deserta. Sãos e salvos, festejam e aguardam, convictos de que serão encontrados em breve. Ao início, preocupam-se apenas com a sobrevivência imediata e imaginam como será contar tamanha aventura aos amigos. Nunca a citadina Anna se imaginou a caçar para comer. T. J. dá por si a lutar com um tubarão e a ser acolhido por simpáticos golfinhos. Os dois jovens descobrem-se timidamente e exploram a ilha. Mas à medida que os dias se transformam em semanas, e depois em meses, as hipóteses de serem salvos são cada vez menores. Ambos têm sonhos por cumprir e vidas por retomar, e é cada vez mais difícil evitar a grande questão: conseguirão um dia sair daquela ilha? (in Goodreads)

Opinião:

Uma vez que a sinopse é bastante reveladora do enredo, não há muito mais que eu possa referir sem não omitir detalhes relevantes. Mas posso dizer que gostei muito da história. É uma história simples, que nos vai absorvendo até ao nosso âmago e que não nos larga. Dei por mim a querer ler mais e mais para saber o que acontecia no final, se eles conseguiam voltar para as suas terras ou se ficariam para sempre naquela ilha isolada de tudo e de todos. É uma bela história de sobrevivência, onde encontramos duas pessoas bastante diferentes a lutar pela Vida e pelo sonho de um ia sair daquele pesadelo em que se encontram. É uma história sobre como as relações se desenvolvem em condições extremas e de como se é capaz de tudo para sobreviver e é, sobretudo, uma história que podia retratar uma realidade, que é bastante desoladora, mas cheia de esperança e de luta. 

Gostei imenso das personagens. Tanto Anna como T.J. são fantásticos. Ela é bastante direta, inteligente e amorosa, sem ser lamechas. É uma verdadeira guerreira que faz tudo para passar o tempo naquela ilha até que venha alguém para a salvar, se vier. T.J. é um rapaz muito simpático, que consegue criar logo empatia com o leitor. Ao princípio, debilitado pela doença, T.J. consegue ter um desenvolvimento muito intenso e grande, que mostra a capacidade da autora em relação a estes temas. O livro está organizado por POV's, e cada um tem uma estrutura diferente: ambos são na primeira pessoa, mas os de Anna são mais profundos e mais longos, com uma linguagem cuidada, ao passo que os de T.J. são mais pequenos, com uma linguagem mais jovem e mais despreocupada, característica dos jovens, mas também tem a sua reflexão, que é bastante interessante por causa das suas opiniões e reflexões masculinas em relação a certos temas. Também existem outras personagens, que têm o seu interesse e que servem de apoio às principais. 

Em relação à escrita, posso referir que esta é bastante fluída e descomplicada. O livro é pequeno, com pequenos capítulos, o que proporciona uma leitura mais rápida e fluída. 

Depois, gostei muito da história em si. É um hino à sobrevivência e à luta para viver em condições inóspitas, em que uma pessoa depende de tanta coisa e de tão pouco. Depende de si, depende do outro (neste caso, uma vez que são duas pessoas na ilha), depende do clima, das condições do espaço, da comida que apanha e da água da chuva. Mas não tem praticamente nada para o salvar se precisar de cuidados médicos ou de outro tipo de assistência. Pode parecer uma história simples, tal como o filme da Lagoa Azul, mas o que está por trás e a mensagem que deixa, tal como o filme, é de uma profunda reflexão referente à batalha pela sobrevivência, que é travada todos os dias, em todos os locais, por todas as pessoas. A narrativa tem muitas peripécias, todas elas importantes para as personagens e para o desenvolvimento da história e há um pouco de tudo: aventura, amizade, tristeza, alegria, perigos, descontração. 

Recomendo vivamente a todos e que desfrutem da leitura, porque é uma boa história, sem sofismas, sem complexos, mas sim uma boa história, cheia de aventuras e emoções e que também acaba por servir de reflexão sobre diferentes temas sociais e humanos. Muito bom! 

NOTA (0 a 10): 10

2 comentários:

  1. Olá,

    Olha que bem, temos livro e sem duvida que deve ser um hino à luta pela sobrevivência, bem que gostava de ler um dia, sempre variava um pouco as leituras que por vezes sabe bastante bem :)

    Parabéns pelo comentário, muito bom como habitual ;)

    Bjs e boas leituras

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    1. Olá Fiacha,

      verdade, um livro bastante bom, que me surpreendeu pela positiva! Um verdadeiro hino, muito bem narrado e que mostra a força da humanidade em certos momentos. Acho que fazes muito em querer ler este livro =)

      Variar também é bom! Obrigada ;)

      Bjs e boas leituras

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